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Secagem seletiva pode ser usada em vacas de alta produção?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 10/03/2023

3 MIN DE LEITURA

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10

Atualizado em 02/03/2023

Com o avanço de programas de controle de mastite nas fazendas leiteiras e em razão de restrições de legislação, o uso de terapia seletiva de vaca seca tem sido amplamente utilizado em muitos países.

Nas fazendas com baixa CCS do tanque (<250.000 céls/ml), a proporção de vacas sadias no momento da secagem pode ser de até 70%, o que significa que nestas vacas sadias poder-se-ia utilizar o conceito de terapia seletiva na secagem, que nada mais é do que tratar com antibiótico (tratamento de vaca seca) somente as vacas com alto risco de infecções intramamárias (IIM), enquanto as vacas sadias poderiam ser tratadas somente com o uso de selantes de tetos, sem o uso de tratamento de vaca seca.

A implantação de protocolos de tratamento seletivo de vacas secas tem sido bastante estudada ultimamente, pois tem potencial de trazer dois impactos positivos: redução (de 20 a 60%) do uso desnecessário de antibióticos na secagem, pois as vacas sadias não têm benefícios do tratamento de vacas secas e, adicionalmente, diminuir o risco de resistência bacteriana, que têm impactos negativos na saúde humana e animal.

Além destes benefícios, a redução de uso de antibióticos na secagem também representa redução de custos de produção de leite, sem trazer impactos negativos na saúde do úbere no pós-parto.

Para a implantação da secagem seletiva, é essencial que a fazenda tenha um bom programa de controle e prevenção de mastite, baixa CCS de tanque e bom sistema de registro de indicadores de mastite clínica e subclínica (CCS individual).

Os principais critérios para seleção de vacas sadias que podem ser tratadas somente com selante de tetos incluem: CCS <200.000 cels/ml nos últimos 3 meses de lactação antes da secagem e sem histórico de mastite clínica. Além destes critérios, alguns estudos avaliaram o uso de testes de cultura microbiológica antes da secagem com resultados similares.

No entanto para fazendas de alta produção, uma das preocupações é se em vacas com alta produção antes da secagem a secagem seletiva poderia levar a alguma piora dos indicadores de mastite no pós-parto.

Para responder esta questão, um estudo recente desenvolvido com dados de rebanhos do Canadá e EUA teve como objetivo avaliar vacas de acordo com o nível de produção na secagem, as quais foram tratadas com dois protocolos de seleção das vacas (em nível de quarto mamário ou com base nos dados de CCS/mastite clínica).

O estudo analisou dados de 1485 vacas e cerca de 5000 quartos mamários, que foram monitorados antes da secagem e após o parto, o que permitiu analisar a frequência de uso de antibióticos, taxa de cura na secagem, risco de novas infecções após o parto e incidência de mastite clínica nos primeiros meses de lactação, produção de leite e CCS.

No momento da secagem as vacas foram classificadas de acordo com a produção de leite em baixa (<23,7 kg/d), média (23,7 a 30.4 kg/d) e alta (>30,4 kg/d) e o status de saúde do úbere foi avaliado pelo histórico de CCS/mastite clínica antes da secagem ou por meio de cultura microbiológica dos quartos mamários.

Vacas com alta CCS ou com cultura positiva foram tratadas com antibióticos e selantes, enquanto as vacas sadias foram tratadas somente com selante interno de tetos.

Nas vacas selecionadas pelo protocolo da cultura antes da secagem, o uso de antibióticos variou de acordo com o nível de produção das vacas: 41% dos quartos nas de baixa produção, 42% nas de média e 47% nas de alta produção. Nas vacas selecionadas com base nos resultados de CCS/histórico de mastite clínica, 61% dos quartos foram tratados nas vacas de baixa produção, 39% nas de média e 35% nas vacas de alta produção.

Quando foram comparados os resultados de saúde do úbere das vacas no pós-parto, não houve efeito do nível de produção antes da secagem, o que significa que o critério de produção não afeta a seleção das vacas para a secagem seletiva, sendo que mesmo vacas de alta produção não têm risco aumentado de novos casos de mastite clínica ou de aumento de CCS no pós-parto, quando tratadas somente com o uso de selante de tetos.
 

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Referências

Rowe, et al. J. Dairy Sci, 2023 (https://doi.org/10.3168/jds.2022-22547)

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JOEDSON SILVA SCHERRER

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/03/2023

Artigo com embasamento e foco bem atual e que nos leva a uma reflexão. Realmente precisamos ser mais conscientes no uso de Antibióticos. O momento exige tomadas de decisões racionais.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/03/2023

Obrigado, Joedson

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