O Programa Conexão Leite e Derivados, apresentado pelo professor Paulo Martins, contou com a presença de Adriano Seddon, Médico Veterinário e consultor, para um bate papo sobre o Compost Barn e seus desafios e oportunidades.
Primórdios do compost barn no Brasil
A produção de leite é uma atividade altamente dependente do clima. As intempéries climáticas acabam gerando problemas significativos como estresse térmico e lama, interferindo no conforto animal.
Adriano ressaltou que o compost barn veio como uma alternativa para ajudar nesse desafio. “A história do compost no Brasil começa na Fazenda Santo André sem saber se iria funcionar, mas depois de 60 dias já estávamos construindo o segundo barracão. No começo houve muitas críticas, falaram que iríamos matar as vacas. Hoje virou o método de confinamento mais usado. O produtor aderiu muito rápido e aderiu porque é uma boa alternativa e fácil de utilizar”, contou ele, destacando que atualmente o Brasil é o país com maior número de fazendas utilizando o sistema compost barn no mundo.
Diferenciais para se manter na atividade
Que um sistema tem suas particularidades e que um é diferente do outros, todos sabemos. Mas, e sobre os produtores? Seddon destacou os diferenciais dos produtores e ressaltou a importância do conhecimento. “O principal diferencial de um produtor é a capacidade de absorver conhecimento e colocar esse conhecimento em prática. Entender que precisa ganhar competitividade é a principal forma de se manter no negócio”, disse. E o compost barn é uma maneira de escalar a produção, podendo ter uma maior quantidade de animais em um espaço menor.
Compost Barn é caro?
A eficiência é um fator extremamente importante na produção leiteira. Adriano ressalta a relevância desse ponto na atividade e destaca que o sistema é rentável e a tecnologia vem para ser uma aliada, desde que bem utilizada. “O negócio é bom desde que façamos bem-feito e sejamos eficientes da porteira para dentro. Leite não é um negócio que vai se investir pouco, mas quando bem aplicado e trabalhado com eficiência, o retorno é interessante”, comentou. A escala torna o negócio sustentável, maior produtividade e maior quantidade de animais é o caminho.
Compost versus outros sistemas
Embora diversas pesquisas e trabalhos práticos já enalteçam a qualidade da produção de leite em compost barn, ainda existem produtores que desconfiam da efetividade da instalação. Seddon destacou, entre outros, a longevidade da vaca como um fator interessante para adotar o sistema. “As vacas ficam mais tempo no rebanho quando criadas em compost barn, e isso tem um impacto gigantesco pois o custo de reposição é muito alto no Brasil”, destacou.
Comparativamente, o consultor destacou que o compost barn frente à outros sistemas de produção, gera benefícios para além do rebanho. “O compost além de ser bom para as vacas, é bom para as pessoas. Quando criamos bons sistemas de confinamento, evitamos retrabalho, criamos processos e isso gera pessoas felizes trabalhando”.
A entrevista contou também com assuntos sobre a qualidade do corpo de funcionários, escalabilidade e futuro da produção de leite confinada e a pasto. Confira a entrevista completa abaixo.