O Programa Conexão Leite e Derivados, apresentado pelo professor Paulo Martins, contou desta vez com Cristophe Faraud. O Francês que largou a engenharia para apostar na produção de queijos.
O interesse pela produção de leite e seus derivados veio após passar 5 anos velejando. “Depois desse período, eu e minha esposa não conseguíamos viver num apartamento. Avaliamos as opções e decidimos ser produtores de leite”, contou Faraud.
Mesmo sem nenhuma tradição familiar voltada para o leite, Cristophe iniciou a jornada no setor em 2010, próximo ao litoral (Ubatuba) e afirmou que durante o processo existiram inúmeras dificuldades. “Foi muito difícil, principalmente quando você vem da cidade e não tem nenhum conhecimento sobre o assunto”, destacou.
Ao iniciar na atividade, ele e sua esposa não eram familiarizados com os animais e nem com todas as variáveis que envolvem a produção. “Quando a gente começou eu não sabia onde era a frente e onde era atrás da vaca”, brinca ele, completando que hoje já consegue até auxiliar em partos mais difíceis.
Após 4 anos na atividade, Faraud contou que a produção atingiu maior volume, cerca de 500 litros diários, mas, destacou que embora o volume não fosse tão expressivo, a qualidade existia. “Produzir leite com qualidade é muito trabalhoso, mas nós trabalhávamos com uma CCS abaixo de 200 mil e CBT abaixo de 10 mil. Qualidade a gente tinha, não tinha volume.”
Ainda em 2014, momento em que a sua produção obteve maior volume, Chistophe conta que houve um problema de logística que fez com que ele se deslocasse até a França para aprender a fazer queijo artesanal, deixando de depender de transportes terceirizados. “Fiquei 18 meses na França. Ia nas fazendas e perguntava se podia acompanhar a produção de queijos e fui aprendendo. Fiz grandes amigos assim”, contou.
A organização de sua produção foi de forma caseira. “A nossa primeira produção foi numa panela de 25 litros de leite em casa. Coloquei lá e fui fazendo testes, tentei reproduzir o que eu tinha visto e aprendido na França”, disse ele, ressaltando a “sorte de principiante” que teve ao fazer pela segunda vez e dar certo. “Logo no segundo lote achei que ficou bom. Levei pra uma loja em São Paulo, ele experimentou, gostou e comprou tudo”, disse Faraud sobre início da jornada como produtor de queijo.
A conversa ainda se estendeu sobre a produção de leite na França, os tipos de propriedades que existem por lá, eficiência de produção e organização dos produtores da região da Serra do Mar. Confira a entrevista completa abaixo:
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