A Fazenda Umari está localizada em Upanema/RN, região semiárida do sertão nordestino. A cidade fica a 240 km de Natal/RN e possui uma história incrível contada pelo filho do proprietário da fazenda e gestor da mesma Anderson Fernandes. A propriedade foi fundada em 2003 pelo empresário Antônio Fernandes Sobrinho (Fernando, como ele gosta de ser chamado), pai de Anderson, e natural de Campo Grande/RN (a 26 km da Umari).
“Meu pai migrou para São Paulo aos 18 anos, lutou, batalhou, venceu e se tornou um grande empresário na área de roupas infantis. Ele nunca se esqueceu do amor pela terra, da origem, e das vacas de leite, paixão que herdou do pai dele, meu avô. Em 2003 ele enxergou uma oportunidade por meio de uma área bem próxima da barragem Umari, fato que o chamou a atenção pela presença da água, algo que contribuiria demais com a nossa pecuária. Então, ele bateu o martelo e iniciou o projeto, oferecendo renda para a região, empregos e trabalhando com aquilo que sempre teve apreço, principalmente pelas vacas da raça Gir”, disse Anderson.
Segundo ele, foi em 2005 que Fernando efetivamente passou a produzir leite, investindo em genética, equipamentos e galpões. Assim, a fazenda foi expandindo e hoje produz diariamente 5 mil litros de leite por dia com 180 animais em lactação (média de 27 a 30 litros por vaca), com o objetivo de alcançar os 10 mil litros. “Produzimos leite muito focados na qualidade e consequentemente na saudabilidade da matéria-prima oferecida aos consumidores. Também, somos fortes em genética e conhecidos pela venda de animais machos, tanto que hoje temos fila de espera até junho do que ano que vem para a compra de bezerros machos recém nascidos e touros Gir puros de origem (PO). Com a venda desses machos, também conseguimos liberar uma área de pasto e acrescentar uma nova renda para a fazenda, a venda de feno. Fazemos controle do Gir Leiteiro pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e do Girolando pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e graças a Deus estamos evoluindo e crescendo”.
Como dito anteriormente, a qualidade do leite na Umari é levada muito a sério e buscada todos os dias por meio de treinamentos, seriedade, profissionalismo e higiene total, principalmente na ordenha. “Realizamos uma observação detalhada dos animais, fazemos um pré e pós-dipping muito bem feitos com produtos de qualidade e o teste da caneca é rotina. Mensalmente enviamos nossas amostras para a Clínica do Leite para acompanharmos – além de outros fatores – principalmente a nossa CCS (Contagem de Células Somáticas). Mensalmente, quando recebemos o resultado, fazemos um filtro dos animais que estão com a CCS acima de 200 cél/ml. Vale destacar que também realizamos a cultura na fazenda a fim de diagnosticar as bactérias prevalentes nos animais. Na sequência, entramos com o tratamento, o seguimos com rigor e damos sempre conforto para o rebanho, cuidando-o com amor e respeito que merece”, completou.
A fazenda atingiu a marca este ano de CCS de 122 cél/ml e CBT (Contagem Bacteriana Total) de 2.000 em um tanque e 4.000 em outro, examinados pelo LABOLEITE. “A nossa meta é ficar com CCS sempre abaixo de 100 cél/ml. Importante frisar que em 2018 nossa CCS alcançou 1.300.000 cél/ml”.
Para Anderson, manter a equipe motivada, a rotina e os processos bem feitos são os grandes desafios. “Falo para o pessoal sempre que a fazenda é um órgão vivo, precisamos estar constantemente atentos e não podemos nos esquecer de nada, de nenhum manejo. Aqui também temos que vencer o desafio do clima, que de janeiro a junho é caracterizado por alta umidade e precisamos controlar essa questão para poder emprenhar os animais e controlar a mastite, já que chove muito na região, o que gera problemas na areia das camas do free stall. Quando o inverno se prolonga, ficamos muito tempo com a areia úmida e não podemos abrir mão do uso de cal virgem. As camas são limpas três vezes ao dia e todas essas ações visam amenizar a alta ocorrência da doença. Mesmo assim, essa época não deixa de ser desafiadora por conta do estresse, reprodução e saúde dos animais, porém, estamos conseguindo superar bem”.
Ele relatou que no ano passado a Umari atravessou um sério problema com mastite de janeiro a junho. “Choveu muito e não conseguimos controlar a umidade da areia. Se hoje nós temos de 3 a 4 casos de mastite por mês, passamos a ter essa quantia por dia. Foi um surto mesmo. Realizamos um tratamento intensivo e com muito monitoramento, vencemos a batalha. Para 2020, ficamos mais preparados: construímos um galpão para estocar a maior quantia possível de areia seca a fim de usarmos no inverno e com isso, evitamos um novo surto. Vivendo e aprendendo, sempre”.
Anderson, que é cliente da MSD, citou que os produtos da empresa são considerados os top do mercado e na Umari eles comprovam isso. “As linhas apresentam muito eficiência, sem contar o diferencial da consultoria técnica, que no nosso caso, é realizado pelo Rodrigo Lira. Foi ele quem nos trouxe o laboratório para fazer a cultura na fazenda. Ele nos treinou, nos capacitou, nos acompanha, fazemos cultura pós parto e ao menor grumo encontrado. Na verdade, mesmo que o animal não tenha inchaço e grumos, fazemos a cultura. Com isso, fomos melhorando a qualidade e inclusive, acabamos descartando algumas animais com mastite crônica e com outros problemas sanitários. Assim, fomos limpando os lotes e renovando o nosso plantel. Estamos mantendo essa conduta e procurando melhorar cada vez mais”, finalizou.