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Consumo de leite não leva à produção de muco ou ocorrência de asma - Parte 1/2

POR JULIANA SANTIN

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/06/2011

11 MIN DE LEITURA

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Introdução

O muco é um filme que cobre a superfície da membrana mucosa dos tratos alimentar e respiratório e protege o organismo contra uma variedade de irritações mecânicas, térmicas e químicas. Trata-se de um produto secretado pelas células epiteliais e consiste de água, mucinas, uma mistura de glicosaminoglicanos (mucopolissacarídeos) ricos em fucose e glicoproteínas ricas em ácido siálico, lisozima, imunoglobulinas, diferentes sais inorgânicos, leucócitos e células epiteliais escamosas (1-3). Existe uma crença entre algumas pessoas de que o consumo de leite e produtos lácteos aumenta a produção de muco nos tratos respiratórios - superior e inferior - e que, dessa forma, esses alimentos devem ser removidos da dieta. Não existe uma explicação precisa para o mecanismo por trás dessa recomendação (4,5). A crença pode ter surgido com o médico judeu, Moses Maimonides, que viveu no século XII (6). A medicina tradicional chinesa atribui o efeito umidificante em humanos a um consumo exagerado de produtos lácteos - com exceção da manteiga -, bem como de chocolates, mel e outros adoçantes naturais. Acredita-se que essa umidade se engrossará e virará muco com o tempo (7). Como uma produção excessiva de muco tem sido documentada em pessoas com asma, não surpreende que, nas medicinas alternativas, esses pacientes sejam aconselhados a não consumir os chamados alimentos formadores de muco, especialmente todos os tipos de produtos lácteos (leite, queijos, manteiga, creme) (8). Porém, pessoas que excluem o leite de sua dieta diária perdem uma importante fonte de cálcio e a falta desse mineral pode levar a uma deficiência nutricional e a vários distúrbios de saúde (9).

O objetivo dessa revisão é examinar as evidências referentes à questão se o consumo de leite leva ao aumento da formação de muco e se o leite está relacionado à ocorrência de asma.

Produção de muco

Pesquisas sobre consumo de lácteos e muco

De acordo com algumas pesquisas australianas, a crença de que o consumo de leite estimula a produção de muco é mantida por aproximadamente 30% da população e, de acordo com isso, está associada com uma redução de 38% em sua ingestão de leite fluido (10,11). Os autores identificaram isso como a crença do muco do leite (12).

Um estudo foi conduzido entre 345 compradores australianos aleatoriamente selecionados. Eles foram questionados sobre percepções gerais de saúde do leite e o conhecimento sobre a associação ente o leite e doenças. Com relação à questão de se o consumo de leite integral, desnatado e de soja aumenta o muco, 46% dos 111 consumidores de leite integral, 25% dos 121 consumidores de leite desnatado e 11% dos consumidores de leite de soja concordaram (13). Em outro estudo conduzido em um consultório de pneumologia pediátrica, 330 pais receberam um questionário anônimo com 9 questões referentes à relação entre leite e muco. Entre esses pais, 58,5% acreditavam e 21,8% não acreditavam que o consumo de leite aumenta o muco, e 19,7% estavam incertos. Dos 193 que acreditavam, 58 pais obtiveram essa informação de que o leite aumenta o muco de membros da família, 19 pais ouviram isso dos pediatras, 36 pais obtiveram essa informação de outros médicos e 5 pais ouviram isso de outros profissionais de saúde (14).

Em outro estudo australiano, um questionário foi enviado às pessoas que estavam convencidas de que existe uma relação entre o consumo de leite e a formação de muco (70 pessoas, chamadas de "os que acreditam") e às pessoas que não estavam convencidas disso (99 pessoas, chamadas de "os que não acreditam"). As pessoas foram recrutadas de áreas urbanas e de campus de universidades e hospitais. Na primeira parte desse estudo, os autores usaram questões não estruturadas. As pessoas foram solicitadas a descrever exatamente o que sentiam ou o que acontecia quando bebiam leite. Os que acreditavam na relação entre consumo de leite e formação de muco citaram que o local mais comum onde a percepção sensorial aparecia após o consumo de leite era a garganta (94,3%), seguida da parte posterior da garganta (41,4%), nariz (37,1%) e boca (31,4%). Os sintomas mais comuns mencionados foram pigarro (52,8%), tosse (50%), dificuldade para engolir (21,4%), salivação (21,4%) e catarro (10%). Os termos usados pelas pessoas que descreveram essas percepções sensoriais foram: denso (35,7%), bloqueio (20%), obstrução (12,8%), pegajoso, camada, engasgo, pesado (10% cada um) (12).

Em outra parte da pesquisa, questões mais sugestivas foram usadas. As pessoas foram questionadas sobre sintomas específicos respiratórios e gastrointestinais registrados após o consumo de leite. Os que acreditavam na relação entre consumo de leite e formação de muco e os que não acreditavam nessa relação diferiram bastante na ocorrência dos sintomas reportados. Os que acreditavam na relação reportaram mais sintomas respiratórios, como pigarro, tosse úmida, gotejamento nasal, nariz entupido e outros sintomas. A maioria das pessoas que acreditava na relação (63,2%) precisava de um copo de leite ou menos para apresentar os sintomas e a maioria estava certa de que o leite integral (78,6%) e o leite desnatado (52,9%) causavam o efeito. Os efeitos entre as pessoas que acreditavam na relação entre leite e muco duravam desde poucos minutos (12,9%), menos de uma hora (31,4%) a várias horas (24,3%). Em um estudo adicional conduzido como parte desse estudo, 130 pessoas completaram um questionário de "saúde". Os que acreditavam na relação leite e muco (45 pessoas) reportaram mais sintomas respiratórios relacionados a febre do feno (alergia desencadeada pelo excesso de polinização no ar, especialmente na época de primavera), bronquite ou asma do que os que não acreditavam nessa relação (85 pessoas) (12).

Estudos experimentais sobre consumo de lácteos e muco

Pinnock e Arney (15) conduziram um estudo aleatório, duplo-cego, para investigar a relação entre o consumo de leite de vaca e a formação de muco, o chamado efeito "muco do leite". Eles dividiram 125 pessoas em um grupo leite (60 pessoas) ou um grupo placebo (65 pessoas), dos quais 43 e 29, respectivamente, acreditavam que o leite de vaca produz muco. Essas pessoas receberam 300 mL de leite de vaca ou 300 mL de bebida à base de soja (placebo). Ambas as bebidas foram tratadas com alta temperatura e continham uma combinação de cacau-menta no sabor para ser mais efetivo no disfarce do sabor na sensação que o leite deixa na boca e no sabor que as bebidas de soja deixam após o consumo, sendo usadas aleatoriamente, em um estudo duplo-cego. As pessoas responderam um questionário antes de receberem a bebida resfriada do teste e repetiram o questionário cinco minutos depois, quatro horas depois e na manhã seguinte. Em ambos os grupos, três dos 14 indicadores do efeito do leite na formação do muco (camada sobre a boca, parte posterior da garganta; necessidade de engolir muito; saliva grossa, difícil de engolir) mostraram aumentos estatisticamente significantes, mas somente imediatamente após o teste de consumo, tanto no grupo do leite como no grupo do placebo. Esses três indicadores foram analisados com referência à crença na relação entre o consumo de leite e a formação de muco, bem como quanto à suposição das pessoas de que estavam bebendo leite de vaca. As pessoas que acreditavam em um efeito "muco do leite" ou pensavam que a bebida era leite tenderam a mostrar aumentos maiores, embora não significantes, nesses três indicadores: aumentos na "cobertura sobre a boca", "engolir muito" e "saliva grossa". Os autores concluíram que era possível detectar um aumento em três sensações "muco do leite" pelos que acreditam que há uma relação entre o consumo de leite e a formação de muco após o consumo de ambas as bebidas. O efeito que foi medido não foi específico do leite de vaca e também foi produzido por bebidas à base de soja.

Em um estudo anterior, feito pelo mesmo pesquisador, 60 voluntários com idade de 18 a 35 anos foram inoculados com um vírus comum de resfriado (rinovírus-2). Os sintomas respiratórios e a ingestão de leite foram registrados durante um período de 10 dias. Cinquenta e uma pessoas, que tiveram o resfriado e de quem registros satisfatórios da ingestão de leite foram recebidos, registraram secreção nasal e sintomas respiratórios (510 pessoas-dias de observação). Os sintomas de congestão (descarga nasal, nariz entupido, tosse e gotejamento nasal) ocorreram em 245 pessoas-dias. O peso médio da secreção nasal não aumentou com o aumento da ingestão de leite. A ingestão de leite não foi associada com sintomas de tosse, sintomas nasais ou congestão após infecção com rinovírus. Considerando os sintomas por crença, os que acreditavam no "muco do leite" tiveram mais chance de reportar sintomas. Por exemplo, os que acreditavam nessa relação reportaram tosse seca em 22% dos dias de observação, mas os que não acreditavam reportaram em somente 12% dos dias observados. Essa observação não foi acompanhada por um aumento paralelo em uma medida mais objetiva de pesos do muco. Os autores sumarizaram que, em adultos saudáveis voluntários desafiados com o vírus comum do resfriado, o consumo de leite não foi associado com o aumento nos sintomas de congestão ou peso da secreção nasal (10).

Anteriormente, Blumberger et al (16) mostraram que o consumo de leite quente e frio ou de água quente ou fria aumentava a velocidade da secreção da saliva em até duas vezes o valor inicial. Entretanto, a concentração de ácido neuramínico (moléculas orgânicas contendo açúcares, associadas a moléculas lipídicas das membranas celulares) e hexosamina e, consequentemente, também a concentração de mucopolissacarídeos responsáveis pela viscosidade, decresceram durante a bebida. No caso da bebida fria, eles mostraram um aumento claro no teor de muco da saliva após o consumo de leite.

A possibilidade de que o consumo de leite aumente a viscosidade ou "grossura" do muco pode ser explicada pelo fato de o consumo de uma emulsão como o leite poder levar à floculação de gotículas após a mistura com a saliva. Essa agregação afeta a sensação na boca e outros aspectos sensoriais (17) e a sensação pode ser considerada erroneamente como muco.

Asma

A asma é uma doença inflamatória do trato respiratório inferior e inclui inchaço, broncoconstrição e excesso de produção de muco. Por um longo período, o consumo de leite e de produtos lácteos foi implicado na exacerbação da asma. A origem dessa visão data e pelo menos o século XII (18,19). Uma explicação para isso pode ser a suposição de que o consumo de leite estimula a produção de muco no trato respiratório e que a maior formação de muco pode resultar em uma maior resistência na via aérea do trato respiratório, que, por sua vez, agrava os sintomas da asma (19). Uma associação entre aspiração do leite no trato respiratório e exacerbação e/ou desenvolvimento de asma foi sugerida (20) e em um modelo com ratos, a aspiração recorrente de leite leva a alterações na função da via aérea do trato respiratório, eosinofilia pulmonar e hiperplasia das células calciformes (21). Também, um livro mundialmente famoso sobre cuidados com bebês e crianças sugere-se que as crianças devem evitar leite durante doenças respiratórias (22). Existe uma visão disseminada de que as pessoas com asma devem limitar a ingestão de leite e produtos lácteos (23,24). Entretanto, as evidências científicas não suportam uma associação entre asma e consumo de lácteos.

Referências bibliográficas

1. Lopez-Vidriero MT: Mucus as a natural barrier. Respiration, 55 (Suppl 1):28-32, 1989.
2. Silberberg A, Meyer FA: Structure and function of mucus. Adv Exper Med Biol 144:53-74, 1982.
3. Wu AM, Csako G, Herp A: Structure, biosynthesis, and function of salivary mucins. Mol Cell Biochem 137:39-55, 1994.
4. Farber JM, Finberg L: Milk effect on mucus production during upper respiratory tract infection. J Am Med Assoc 266:1289, 1991.
5. NN: Die richtige Erna¨hrung. Amsterdam: Time-Life Books B.V., 1997.
6. Rosner F.: Moses Maimonides' treatise on asthma. J Asthma 21:119-129, 1984.
7. Temelie B: Erna¨hrung nach den Fu¨nf Elementen. Sulzberg: Joy Verlag GmbH, 1999.
8. Carroll D: The complete book of natural medicines. New York: Summit Books, p. 97, 1980. Cited after Haas et al. (19).
9. McBean L: The benefits of dairy foods in health promotion. Dairy Council Dig 75:13-18, 2004.
10. Pinnock CB, Graham NM, Mylvaganam A, Douglas RM: Relationship between milk intake and mucus production in adult volunteers challenged with rhinovirus-2. Am Rev Resp Dis 141:352-356, 1990.
11. Pinnock CB, Martin AJ, Mylvaganam A: Cross-over trial of a high milk diet in asthmatic children. Proc Nutr Soc Australia, 14:131, 1989; cited after Arney, Pinnock (12).
12. Arney WK, Pinnock CB: The milk mucus belief: sensations associated with the belief and characteristics of believers. Appetite
20:53-60, 1993.
13. Bus AEM, Worsley A: Consumers' health perceptions of three types of milk: a survey in Australia. Appetite 40:93-100, 2003.
14. Lee C, Dozor AJ: Do you believe milk makes mucus? Arch Ped Adolesc Med 158:601- 603, 2004.
15. Pinnock CB, Arney WK: The milk mucus belief: sensory analysis comparing cow's milk and a soy placebo. Appetite 20:61-70,
1993.
16. Blumberger W, Glatzel H, Rettenmaier G: Untersuchungen zur Kreislauf- und Speichelwirksamkeit der Milch. Nahrung 9:152-
153, 1965.
17. Vingerhoeds MH, Blijdenstein TBJ, Zoet FD, van Aken GA: Emulsion flocculation induced by saliva and mucin. Food Hydrocolloids 19:915-922, 2005.
18. Cosman MP: A feast for Aesculapius: historical diets for asthma and sexual pleasure. Ann Rev Nutr 3:1-33, 1983.
19. Haas F, Bishop MC, Salazar-Schicchi J, Axen KV, Lieberman D, Axen K: Effect of milk ingestion on pulmonary function in healthy and asthmatic subjects. J Asthma 28:349-355, 1991.
20. Orenstein, SR, Orenstein, DM: Gastroesophageal reflux and respiratory disease in children. J Ped 112:847-858, 1988.
21. Janahi IA, Elidemir O, Shardonofsky FR, Abu-Hassan MN, Fan LL, Larsen GL, Blackburn MR, Colasurdo GN: Recurrent milk
aspiration produces changes in airway mechanics, lung eosinophilia, and goblet cell hyperplasia in a murine model. Ped Res
48:776-781, 2000.
22. Spock B: "Spock's Baby and Child Care." New York: Pocket Books, 1998.
23. Dawson KP, Ford RPK, Mogridge N: Childhood asthma: what do parents add or avoid in their children's diet? New Zeal Med J
103:239-240, 1990.
24. Woods RK, Weiner JM, Abramson M, Thien F, Walters EH: Patients' perceptions of food- induced asthma. Austr New Zeal
J Med 26:504-512, 1996.

¬¬¬Artigo baseado no trabalho "Milk Consumption Does Not Lead to Mucus Production or Occurrence of Asthma", de Brunello Wüthrich, Alexandra Schmid, Barbara Walther e Robert Sieber, publicado no Journal of the American College of Nutrition, Vol. 24, No. 6, 547S-555S (2005). Publicado pelo American College of Nutrition.

JULIANA SANTIN

Médica veterinária formada pela FMVZ/USP. Contribuo com a geração de conteúdo nos portais da AgriPoint nas áreas de mercado internacional, além de ser responsável pelo Blog Novidades e Lançamentos em Lácteos do MilkPoint Indústria.

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RITA DE CASSIA XAVIER

ITARARÉ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/05/2017

Gostaria de saber se seria possível que, dependendo da marca do leite, aumente sim a produção de catarro ou muco?

Pois meu filho tem asma e notei que qdo trocamos a marca do marca do leite esse logo inicia a produção de muco e com tosse forte... sinais claros de congestão e rouquidão.

Porem nao encontro nada que seja concreto, somente minhas observações pessoais do comportamento dele.

Nunca encontrei nada cientifico que me esclareça essa questão.

Sei que existem marcas mais confiaveis e por nao ter uma resposta correta, por me achar super protetora, vario de marca as vezes.

Mas agora ele esta novamente com muco carregado e nos compramos uma marca que nunca haviamos tomado.
GUSTAVO TONAZIO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 09/10/2015

Sempre fui adepto ao consumo do leite e derivados. No entanto, ao longo dos anos desenvolvi uma certa intolerância à lactose, percebida por mudança no hábito intestinal e aumento de gases. Assim, diminuí drasticamente o consumo por esse motivo e percebi diminuição drástica de acne, oleosidade na pele e cabelo, melhora da digestão e principalmente redução do muco e sintomas alérgicos que tinha frequente que eram tosse seca, irritação nasal e diminuição drástica do muco que formava um aglomerado espesso eliminado várias vezes ao dia (pigarro). Dessa forma fica muito difícil crer que o leite não induza a aumento de muco. Talvez não na população em geral, mas minha esperiência pessoal mostra o oposto.
LUIZ SIQUEIRA

EM 05/09/2015

Estou em uma saga por uma vida mais saudável. Eu era obeso, agora tenho uma boa forma, e continuo melhorando. Conquistei esta mudança contando 80% dos carboidratos que comia, principalmente açúcar e trigo. Atualmente estou reavaliando o meu consumo de leite, que ainda continua alto. Tenho identificado vários sintomas em mim que parecem estar relacionados com a ingestão de leite e derivados. Me parece que a solução é a diminuição da ingestão de leite e derivados, não a eliminação completa. Muitos artigos, bem feitos ao meu ver, apontam para os malefícios da ingestão de leite e derivados. Entendo que é comum informações não confirmadas serem replicadas, repetidas, em abundância na mídia em geral, no entanto são bastante convincentes e bem aparentemente bem embasadas. Os artigos, os sintomas que observo em mim mesmo, e também o fato de o leite e derivados podem ser substituídos por outros alimentos me faz pensar em reduzir drasticamente o consumo. Agora é observar a minha saúde em geral e ver se os sintomas negativos desaparecem.
VALÉRIA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - ESTUDANTE

EM 29/08/2014

Pois quando uso creme de leite e manteiga ou nata ficou cheia de catarro preso é horrivel. Ja fiz o teste fiquei 1 semana sem os citados anteriormente e nao tive problemas com os catarros, foi um alivio.
PAULO SERGIO RUFFATO PEREIRA

RIO BONITO - RIO DE JANEIRO

EM 26/11/2012

Bom dia, acho que o foco do artigo foi desvirtuado nos comentários, ou seja "aumento na produção de muco devido a ingestão de leite e derivados lácteos com ligação a asma", e acabou em outro assunto de origem diferente(alergênico), "intolerância à lactose por certos indivíduos na ingestão de leite e produtos lácteos".
JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 31/07/2012

Prezada Márcia,

O trabalho publicado acima (partes 1 e 2) relata a falta de evidências científicas que apoiem a ideia de que o leite e seus derivados agravam a situação de pessoas que sofrem de asma. De acordo com esse trabalho, pessoas com asma não devem evitar o consumo de alimentos lácteos. No entanto, eu não tenho competência para fazer uma afirmação contrária à feita por um médico que examinou e acompanhou seu filho. Na minha opinião, seria interessante buscar outras opiniões de médicos sobre esse assunto. Da mesma forma, como médica veterinária não tenho condições de fazer afirmações sobre o leite de soja nem sobre suplementos florais, de forma que uma consulta a um bom nutricionista pode esclarecer esses pontos para você.

Atenciosamente,

Juliana Santin
MARCIA MARIA

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PESQUISA/ENSINO

EM 28/07/2012

boa noite juliana,

vi todo o conteúdo em relação a essas propriedades do leite,mas não entendo muito.na realidade nem acredito nessa relação de q o leite seja um composto q faz tanto mal p/ asma.segundo informações recentes em uma consulta,meu filho q tem asma grave deverá retirar todo o uso de leite e seus derivados.estou com muito medo pelo fato dele ter apenas 14 anos e precisar desse alimento como fonte de nutrição em sua alimentação.também o q me deixou bastante preocupada é o fato de saber q o leite de soja nessa idade pode prejudicar os hormônios masculinos.isso é verdade?e agora parece ter uns suplementos florais q ajudará p/ q não haja deficiência..por favor me esclareça se possivel..

grata,

Márcia
JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 01/08/2011

Prezado Nelson,


A alergia ao leite e a intolerância à lactose são duas coisas totalmente diferentes. Você pode obter informações mais detalhadas sobre as duas condições no artigo: "Alergia ao leite versus intolerância à lactose" (https://www.milkpoint.com.br/outras-secoes/leite-saude/alergia-ao-leite-versus-intolerancia-a-lactose-29904n.aspx ), com diversos artigos científicos citados como fontes de informações.


De forma bem simples: o leite é composto basicamente de água, lactose (açúcar), proteínas, gordura, substâncias minerais, entre outras coisas. A alergia é uma condição relacionada às proteínas do leite (uma ou mais) e funciona exatamente como as demais reações alérgicas, ou seja, o corpo reage às proteínas como se elas fossem um corpo estranho e aciona todo seu mecanismo de defesa contra esse suposto corpo estranho. Assim, as reações de alergia são feitas pelo sistema de defesa do corpo (anticorpos e outras células de defesa) contra esse "corpo estranho" que seriam as proteínas do leite. A pessoa com alergia ao leite não pode, mesmo, consumir produtos lácteos. A alergia ao leite é mais comum entre os bebês e crianças pequenas e tendem a desaparecer totalmente após os cinco anos de idade. A alergia não tem relação nenhuma com o açúcar do leite ou qualquer outro composto lácteo.


A intolerância à lactose é uma condição relacionada ao açúcar do leite (lactose) em que o organismo não consegue quebrar a lactose em dois outros açúcares (que são absorvidos pelo intestino delgado indo para a corrente sanguínea) de forma que a lactose passa inteira para o intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, conforme estava escrito no texto que você citou. Conforme eu tinha dito anteriormente, existem vários alimentos lácteos em que a lactose já está quebrada ou está ausente e que podem ser consumidos sem problemas por pessoas com intolerância à lactose. A forma mais comum de intolerância à lactose é a primária, em que a pessoa nasce com capacidade de quebrar a lactose e essa capacidade decresce após o desmame, geralmente a partir dos dois anos de idade. Quando isso ocorre e em que extensão é geneticamente determinado e depende de condições individuais.


Atenciosamente,


Juliana


NELSON CARNEIRO DA CUNHA MOREIRA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 01/08/2011

Juliana,


Recebi um texto que fala deste assunto com uma outra informação.


"O que ocorre na alergia à proteína do leite é a produção de grandes quantidades de imunoglobulinas contra os sítios alergênicos, causando reações diversas (veja o quadro abaixo).  No caso da alergia, é muito difícil mudar os sítios ativos das proteínas, tornando-os inativos. A melhor forma é eliminar da alimentação os alimentos fonte destas proteínas


O leite de vaca é o principal alimento a causar alergia por estar amplamente distribuído em nossa alimentação, mas podemos considerar alguns aspectos relativos ao tipo de proteínas do leite de vaca. As principais são a caseína, a beta lactoalbumina e a beta lactoglobulina, sendo esta última extremamente alergênica uma vez que não possuímos enzimas para sua adequada digestão. Quando uma proteína é mal digerida, pode gerar macromoléculas, substâncias que ao atravessar a mucosa intestinal podem desencadear reações do sistema imunológico


Esta ocorre devido à inabilidade para digerir quantidades significativas do açúcar do leite, a lactose. Esta inabilidade resulta da falta de quantidade suficiente de uma enzima (lactase) no interior das vilosidades do intestino (dobras internas do intestino). Nestes casos, as pessoas não podem consumir a lactose, pois ela não é hidrolisada pela enzima lactase chegando-se à glicose e à galactose (seus constituintes). Em conseqüência não consegue atravessar a parede intestinal para ir para a corrente sangüínea. A lactose, então, continua dentro do intestino e chega ao intestino grosso, onde é fermentada por bactérias, produzindo ácido lático e gases (gás carbônico e o hidrogênio, que é usado nos testes de determinação de intolerância à lactose). A presença de lactose e destes compostos nas fezes no intestino grosso aumenta a pressão osmótica e drena água do corpo, causando a diarréia ácida e gasosa. Os sintomas podem ocorrer até 30 minutos após a ingestão do alimento com lactose. O iogurte contém beta galactosidase que facilita a digestão da lactose , porém o congelamento deste como o frozen iogurte inativa sua ação.      


- congênita: anormalidade genética com ausência de lactase ao nascer


- primária: a mais comum que é quando o intestino deixa de produzir a lactase


- secundária: normalmente é temporária, aparecendo quando o


trato gastrintestinal está afetado por alguma doença ou medicamento. "  


JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 22/07/2011

Prezado Paulo Mühlbach,


Respondendo à pergunta: "Então a deficiência da enzima entre hispânicos, negros e asiáticos seria devida à falta de lácteos na dieta, e nem tanto um problema congênito?", conforme disse ao Nelson, a ausência ou baixa quantidade da enzima lactase ocorre em maior quantidade nessas populações citadas devido à falta de lácteos na dieta durante o processo de evolução (não somente nos dias de hoje). Ao longo de milhares de anos de  evolução, foram selecionados entre os europeus mais indivíduos capazes de tolerar bem a lactose devido ao aparecimento dos alimentos lácteos em sua dieta. Segundo a pesquisa que citei no comentário acima (https://www.milkpoint.com.br/outras-secoes/leite-saude/nova-pesquisa-traz-mais-esclarecimentos-sobre-intolerancia-a-lactose-34534n.aspx), "esta característica pode ter se disseminado tão rapidamente, pelo menos em termos de evolução, porque as propriedades do leite para a saúde fazem com que quem bebe o produto tenha melhores chances de sobrevivência". A pesquisa sugere que a exposição aos alimentos lácteos a uma proporção maior da população tende a selecionar mais indivíduos tolerantes, além de sugerir que "os intolerantes à lactose podem ainda ser "ensinados" a consumir produtos lácteos".


Também como disse acima, existem várias alternativas para pessoas com intolerância à lactose, o que permite que os atletas norte-americanos que você citou aproveitem todos os inúmeros benefícios dos lácteos sem apresentarem sintomas de desconforto intestinal, conceito que deve ser amplamente divulgado entre a população, ou seja, as pessoas com intolerância à lactose NÃO DEVEM DEIXAR DE CONSUMIR ALIMENTOS LÁCTEOS, por esses serem alimentos completos e ricos em nutrientes. Talvez haja a necessidade de adaptação em termos de qual alimento lácteo consumir ou no tamanho da porção/distribuição ao longo do dia, mas não há necessidade de cortar seu consumo. A intolerância à lactose é totalmente diferente da alergia ao leite, que exige outros tipos de cuidados, como pode ser visto nesse link: <a href="https://www.milkpoint.com.br/outras-secoes/leite-saude/alergia-ao-leite-versus-intolerancia-a-lactose-29904n.aspx.
" target="_blank">https://www.milkpoint.com.br/outras-secoes/leite-saude/alergia-ao-leite-versus-intolerancia-a-lactose-29904n.aspx.
Atenciosamente,





Juliana
JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 22/07/2011

JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 22/07/2011

Prezado Nelson,





Meu comentário anterior ficou desformatado e faltando um pedaço por problema no site. Eu tinha colocado vários links de artigos do MilkPoint sobre o assunto. Vou colocar novamente para você ver. Na verdade, o que ocorre é que algumas pessoas não têm a LACTASE, que é a enzima que quebra a LACTOSE (açúcar do leite) para que ela possa ser absorvida no intestino. As pessoas com o gene que determina a existência da lactase em seu corpo foram geneticamente selecionadas (seleção natural) ao longo da evolução. Por isso, a maior exposição aos produtos lácteos ajudou os europeus a deixar sua intolerância à lactose para trás. De acordo com essa pesquisa (https://www.milkpoint.com.br/outras-secoes/leite-saude/nova-pesquisa-traz-mais-esclarecimentos-sobre-intolerancia-a-lactose-34534n.aspx), "a variante de tolerância à lactose somente se tornou comum após a produção de leite, que começou cerca de nove mil anos atrás na Europa".


Assim, não se trata de um problema crescente. Ainda, segundo essa pesquisa, "esta descoberta traz mais esclarecimentos sobre como a tolerância à lactose foi desenvolvida e, em termos comerciais, reforça novamente o argumento de que aqueles que são intolerantes à lactose podem ainda ser "ensinados" a consumir produtos lácteos".


Além disso, existem muitas alternativas para pessoas com intolerância à lactose, como por exemplo, alimentos lácteos onde a lactose é quebrada ou está presente em baixa quantidade, como alimentos lácteos fermentados, queijos, iogurtes, chocolate, leite com baixa lactose. Alguns estudos demonstram, ainda, que a tolerância à lactose pode ser melhorada com a exposição contínua a alimentos contendo lactose, especialmente leite. Pequenas quantidades de lactose espaçadas durante o dia e consumidas com outros alimentos podem ser toleradas sem causar sintomas. Mais informações podem ser obtidas nos links que mandarei a seguir.





Atenciosamente,





Juliana


NELSON CARNEIRO DA CUNHA MOREIRA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 21/07/2011

Juliana


Segundo sua resposta, a maioria das pessoas com má absorção de lactose não têm intolerância à lactose clínica, sintomas de desconforto. Pelo que entendi, a questão é que o organismo está falhando na absorção da lactase, é isto? Tens algum link onde possa olhar melhor isto, ver os caminhos para solucionar esta questão? Afinal, se cresce o número de pessoas na população com este distúrbio, vai acabar gerando um problema para a produção leiteira, não achas?


  
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/07/2011

Parabéns pela escolha do tema, muito importante e elucidativo.


Na resposta acima V. diz: "Em populações com predominância de alimentos lácteos na dieta, particularmente do norte da Europa, somente 2% da população tem deficiência primária de lactase. Em contraste, a prevalência de deficiência primária de lactase é de 50% a 80% entre os hispânicos, 60% a 80% em negros e quase 100% em pessoas asiáticas."   Então a deficiência da enzima entre hispânicos, negros e asiáticos seria devida à falta de lácteos na dieta, e nem tanto um problema congênito?


É difícil de se imaginar os atletas afro-descendentes norte-americanos, jogadores de basquete ou vôlei, de 2m de altura, com uma dieta sem lácteos, da tenra idade até a idade adulta.
JULIANA SANTIN

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 21/07/2011

Prezado Nelson Carneiro da Cunha Moreira,


A intolerância à lactose  ocorre por causa de um declínio na atividade da lactase, a enzima necessária para digerir a lactose, que é o açúcar do leite. A prevalência da má digestão de lactose varia entre os diferentes grupos populacionais étnicos e raciais. Os humanos precisam do gene que determina a produção da enzima lactase para quebrar a lactose do leite, algo que muitas pessoas do norte da Europa e da América possuem, mas outros, como a maioria dos asiáticos, não.
Em populações com predominância de alimentos lácteos na dieta, particularmente do norte da Europa, somente 2% da população tem deficiência primária de lactase. Em contraste, a prevalência de deficiência primária de lactase é de 50% a 80% entre os hispânicos, 60% a 80% em negros e quase 100% em pessoas asiáticas.


A intolerância à lactose é baixa em crianças menores que seis anos, mas aumenta com a idade, atingindo o pico dos 10 aos 16 anos. Poucas evidências indicam que a intolerância à lactose aumenta em adultos mais velhos. A maioria das pessoas com má absorção da lactose (determinada por testes) não tem intolerância à lactose clínica, ou seja, sintomas de desconforto gastrointestinal.


Foram publicados vários artigos sobre esse tema no MilkPoint, na seção Leite
NELSON CARNEIRO DA CUNHA MOREIRA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 19/07/2011

Gostaria de saber porque há tantas pessoas que realmente têm restrições à lactaose.

Fui fazer teste de reação e deu altamente positivo, algo que não tinha há uns três anos. No laboratório o enfermeiro me informou que de 20 testes diversos, pelo menos 15 são para a questão da lactose. Organismos que não processam a proteína Lactase. Isto é reversível?

FERNANDO DE L. AMORIM

MAGÉ - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 04/07/2011

O problema não é o leite em si, são os traços de antibióticos e outros medicamentos, isto é que causa danos para nossa saúde.
MARIA THEREZA REZENDE

CAMPOS ALTOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2011

Excelente, precisamos desmitificar essa história de que o leite é alergênico,

hj estamos com uma parcela enorme da população se dizendo intolerante ao leite, por puro modismo.Precisamos transformar artigos técnicos como esses em leitura mais acessível para leigos e publicar em revistas ligada ao bem estar, direcionadas ao publico feminino (Saúde,Boa Forma,Corpo,Pense Leve...).Fazer campanha junto aos consultórios de nutricionistas,informando-os,assim como o pessoal dos EXTRATOS DE SOJA,o fazem. E por favor, vamos parar de chamar os produtos provenientes de soja de "Leite de Soja",pois nuca vi soja com teta!!Sempre que vou a nutricionistas elas me dizem que sentem falta desse tipo de informação, pois faço questão de esclarecer alguns mitos.Vamos pessoal, temos um mercado enorme chamando por nós!!

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