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Mercado e competitividade são os temas de abertura do Interleite Sul

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 19/06/2015

9 MIN DE LEITURA

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Começou ontem (18/06) o 6º Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite/Região Sul (Interleite Sul) em Foz do Iguaçu, no Paraná, reunindo mais de 600 pessoas no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention.

Para iniciar o evento, foram convidadas autoridades da região Sul e importantes representantes do setor lácteo para compor a mesa de abertura. Estavam presentes: Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint Consultoria; Jorge Miguel Samek, Diretor-Geral Brasileiro - ITAIPU Binacional; Otamir Cesar Martins, Diretor Geral desta SEAB, representando o Secretário de Agricultura e Abastecimento do PR, Norberto Ortigara; Richard Golba, Diretor Administrativo da Emater, representando o Diretor Presidente da Emater-PR, Rubens Ernesto Niederheitmann; Jaime Batista Barrios da Costa, supervisor regional da ADAPAR; representando o Diretor Presidente da ADAPAR, Inácio Afonso Kroetz; Paulo do Carmo Martins, Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite; Ronei Volpi, Coordenador da Aliança Sul Láctea Brasileira, representando o Sistema FAEP; Julio Cezar Agostini, Diretor de Operações do SEBRAE/PR; Altair Antonio Valotto, superintendente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa; , representando o Presidente da APCBRH, Hans Jan Groenwold; Mário César Costenaro, Presidente Programa Oeste em Desenvolvimento; Roberta Zuge, Sócia Diretora da Ceres Qualidade.



Após a cerimônia de abertura, foi iniciado o painel “Mercado e competitividade do leite no Sul do país”, tendo como mediador Paulo do Carmo Martins, Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite.

Na primeira apresentação da manhã, Ronei Volpi, coordenador da Aliança Láctea Sul Brasileira, falou sobre os objetivos deste fórum público-privado e como estão “enfrentando os desafios para criar competitividade sustentável”.

Ronei Volpi iniciou sua apresentação mostrando a evolução da produção mundial, brasileira e, em particular, da região Sul. “A produção mundial de leite aumentou 13% entre os anos de 2003 e 2013. No mesmo período, a produção brasileira cresceu 54%, passando de 22,3 bilhões para 34,2 bilhões de litros ao ano. Ao considerarmos os três estados da região Sul do país, a produção cresceu 105% no período, saltando de 5,7 bilhões para 11,7 bilhões de litros anuais. E mesmo analisando países importantes na produção, o Sul do Brasil é a região do mundo em que a produção de leite mais cresce”, afirmou.

Neste cenário, Volpi questionou se a região está se preparando para este cenário, e ressaltou que “lançar um olhar de proatividade sobre essas questões e definir estratégias estão entre os objetivos da Aliança Láctea Sul Brasileira”.

Projeções realizadas pelo fórum apontam que, mantido este ritmo de crescimento, em 2023 a produção nacional de leite deve alcançar os 52 bilhões de litros. A região Sul poderá mais que duplicar sua produção, indo de 11,7 bilhões de litros (2013) para 23,9 bilhões (2023). “Considerando 215 bilhões de habitantes, segundo projeções do IBGE, e consumo per capita chegando a 220 kg/habitante/ano (projeções da FIESP), haverá um excedente de 5,5 bilhões de litros em 2023. A questão é: as condições atuais da qualidade do leite produzido permitem exportação?”, questionou.

Segundo Volpi, é preciso trabalhar muito na questão da sustentabilidade das propriedades e atuar sobre os pontos críticos que interferem na eficiência dos processos e na qualidade da matéria-prima.

Entre as ações já desenvolvidas pela Aliança está a formação de cinco grupos temáticos para definir as prioridades da “lição de casa” a ser feita em cada estado, considerando dois pilares: 1) qualidade (na produção, na indústria, no transporte, fiscalização, combate a fraudes, etc); e 2) transferência de tecnologia e assistência técnica. “Mais do que reunir forças, é preciso que cada um faça seu papel para que possamos evoluir nesses quesitos e tornar nossa produção competitiva e sustentável”, enfatizou.


Na foto, da esquerda para direita: Ronei Volpi, Neila Richards, Marcelo P. de Carvalho e Paulo do Carmo Martins.

Na sequência, o tema “A importância da qualidade do leite para a indústria de laticínios” foi apresentado pela professora Neila Silvia Pereira dos Santos Richards, da Universidade Federal de Santa Maria, da Usina Escola de Laticínios.

A qualidade do leite é questão primordial para assegurar uma maior inserção do setor leiteiro brasileiro no mercado internacional. Também é importante para ampliar as possibilidades de desenvolvimento do setor e das atividades comerciais ligadas ao produto no mercado interno, beneficiando todos os elos da cadeia produtiva.

Neila Richards apresentou dados sobre a importância do consumo de lácteos. “O leite tem papel terapêutico e nutricional. É essencial numa dieta balanceada, sendo composto por diversos nutrientes e substâncias fisiologicamente ativas. Isso faz com que o leite atue na prevenção de diversas enfermidades”. Segundo a professora, os benefícios do leite são encontrados tanto na forma fluida como nos derivados, o que permite o consumo de diferentes formas. “Para se ter uma ideia, com a ingestão de apenas 1 copo de leite ou 30g de queijo é possível suprir 23% das necessidades diárias de Cálcio. Dois copos de leite suprem significativa proporção das necessidades diárias de cálcio, Magnésio, Fósforo, Vitaminas A, B2, B12 e D”, mostrou.

Tão importante quanto consumir leite é produzir leite de qualidade. Isso implica em manter boas práticas de ordenha, cuidar da sanidade dos animais e manter a matéria-prima em condições ideais até a sua coleta e industrialização. Em relação à refrigeração, Richards enfatizou sua importância para manutenção da qualidade da matéria-prima e alertou para a contaminação bacteriana. “O aumento da temperatura do leite permite um aumento bacteriano muito rápido. A cada 20 minutos a contagem bacteriana duplica”.

A qualidade da matéria-prima produzida é essencial para o rendimento industrial, assim como para a qualidade do produto final. Segundo Neila, o leite com alta contagem de células somáticas reduz a vida de prateleira de seus derivados, altera o sabor, a textura e também aspectos físicos. “O processamento industrial não faz milagre. Se o leite for de má qualidade, inevitavelmente o produto final será de má qualidade. Daí a necessidade das indústrias prezarem pela qualidade necessária para processamento”, afirmou.

Finalizando sua apresentação, Neila deixou duas questões para produtores e indústrias, que segundo ela devem nortear as ações necessárias para melhoria da qualidade. “Produtores, como produzir leite com qualidade e preservá-la? Indústrias, qual é a qualidade necessária para cada produto?

E salientou: “É importante perceber o leite como um alimento a ser consumido por outras pessoas. Melhorar a qualidade do leite não é uma opção, é um compromisso de quem produz!”

Encerrando o painel sobre mercado e competitividade, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint Consultoria, falou sobre a “Visão de futuro para o leite no Sul do Brasil”.

Iniciando sua apresentação, Marcelo falou sobre o expressivo crescimento do setor lácteo (4,7% ao ano) e o que o promoveu. “Considerando algumas das cadeias mais importantes do agronegócio, o leite só perdeu para a soja em relação ao crescimento da produção nos últimos anos”, disse. “Apesar da dificuldade na obtenção de dados sobre o mercado informal, nota-se que o crescimento da produção inspecionada nos últimos anos foi significativamente maior do que a produção informal, o que é um fator muito positivo”, ressaltou.

Entre os fatores que promoveram este crescimento da produção está o aumento do consumo per capita (passando de 122 kg/pessoa/ano em 2000 para 176 kg/pessoa/ano em 2014), e também uma política externa “protecionista” paralelamente à elevação dos preços externos após 2007. “Nos últimos anos, os preços do leite ao produtor têm subido acima do efeito da inflação, o que estimulou o aumento da produção. Outro aspecto que, se de uma forma pode parecer negativo, na verdade também é responsável por este crescimento: a baixa produtividade. Ou seja, nesta condição é fácil crescer”, comentou Carvalho.
Dados por ele apresentados mostram a redução da dependência do produto importado. Em 2014, 99,6% do consumo foi produzido internamente.

Outro fator importante para este crescimento é o maior intercâmbio de informações, bons técnicos, empresas de insumos e programas como Educampo, Balde Cheio, etc.

Segundo Marcelo, a volatilidade de preços no Brasil também tem sido menor do que no mercado mundial. “Em alguns momentos o produtor brasileiro recebeu mais que os europeus pela sua produção. Isso mostra que hoje o mercado está mais equilibrado em relação a preços. Não há diferenças significativas entre os preços praticados no Brasil, EUA, Europa e outros países, situação muito diferente da observada no passado”, afirmou.

No entanto, segundo Marcelo, esse cenário não se traduziu em aumento da eficiência produtiva ou organização da cadeia como um todo. “Mais do que isso, criou uma situação na qual nossa competitividade é excessivamente determinada pelo câmbio e preços externos elevados”, ressaltou.

O setor lácteo nacional ainda enfrenta muitos desafios. Entre eles está a sucessão familiar, especialmente nas pequenas propriedades. “Poucas perspectivas ou a baixa rentabilidade do negócio são fatores que desestimulam as novas gerações a seguirem na atividade. Neste cenário, aumentar escala, produtividade e eficiência é fundamental para manter o negócio e atrair as futuras gerações”, afirmou Marcelo.

“Eficiência é a questão chave para o desenvolvimento do setor. Hoje vemos muitos investimentos grandes sendo feitos, inclusive por pessoas e empresas que não atuavam na área, mas viram oportunidades interessantes no leite. Mesmo com as nuances de mercado, os TOP 100 produtores de leite do Brasil têm aumentado ano a ano o volume produzido”, disse o CEO da AgriPoint.

Segundo ele, uma maior escala de produção tem vantagens. “Ser um grande produtor de leite em uma área de forte concorrência na captação tem sido um ótimo negócio. Além dos ganhos de eficiência e escala, grandes produtores recebem preços muito maiores do que a média. No entanto, no longo prazo talvez essa situação se ajuste”, afirmou.

Para encerrar, Marcelo ressaltou a importância de aumentarmos nossa eficiência produtiva e o papel chave dos laticínios nessa questão. “Que laticínios veem a área de desenvolvimento dos fornecedores como uma área estratégica, parte integrante do seu modelo de negócios?”, questionou.
Outro ponto, segundo ele, é como envolver governos, empresas, entidades, e técnicos.

“O mundo está mudando e é hora de fazer escolhas. O que queremos ser? Vamos enfrentar as questões relevantes? Os laticínios farão seu papel? Como integrar os diversos agentes visando um projeto de competividade futura?”, finalizou Marcelo Carvalho.

Essas questões motivaram o debate realizado na sequência, encerrando o painel sobre mercado do leite e competitividade.

Dando sequência ao evento, o segundo painel do Interleite Sul abordou gestão e resultados econômicos. Clique aqui e saiba o que foi apresentado.


O Interleite Sul é organizado pelo MilkPoint, com a co-realização da Ceres Qualidade e do programa Oeste em Desenvolvimento. Conta também com o patrocínio diamante especial do Sebrae e da Itaipu Binacional; com o patrocínio diamante da Vallée; com o patrocínio platina da Adisseo, Agroceres Multimix, Bayer, Itambé, Casale, Vetoquinol e Instituto CNA; e com a participação da Inabor e CRV Lagoa. Tem como laticínios parceiros a Lactobom, La Mucca e Nituano, e o apoio da FAEP/Senar, Cooperideal, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), UDC Centro Universitário, Parque Tecnológico Itaipu, FIEP, AMOP, Caciopar, APCBRH, Embrapa, Emater, Sindvet, GTPS, CCAS, dos jornais Folha Agrícola e O Presente Rural e das Revistas Feed & Food, Leite Integral, Mundo do Leite, Balde Branco e da Revista SindRural.



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PAULO RICARDO DA NOVA

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/06/2015

Participei do evento e foi excelente. Parabéns ao organizadores

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