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Interleite Sul: Importância da gestão para a rentabilidade produtiva

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 19/06/2015

8 MIN DE LEITURA

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Na tarde de quinta-feira (18), o segundo painel do Interleite Sul abordou gestão e resultados econômicos, sob moderação de Roberta Zuge, da Ceres Qualidade. Com mais de 600 participantes, o evento reúne o setor leiteiro sulista no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu, PR.



Carina Simionato de Barros, especialista em análise econômica e modelagem, ministrou a primeira palestra com o tema “Como medir e interpretar custos e índices de rentabilidade na produção de leite?”

“Mais importante do que coletar dados é saber analisá-los e extrair as informações necessárias para a tomada de decisões”, afirmou a especialista ao iniciar sua apresentação.

Barros mostrou quais itens compõem o custo de produção, explicando que bens e serviços são facilmente percebidos como custos pelo produtor, uma vez que é preciso pagar diretamente pelos mesmos. Este é o Custo Operacional Efetivo (COE). Porém há os custos “escondidos”, aqueles que muitos produtores não consideram nos seus cálculos. “Como exemplo temos a depreciação e o custo de oportunidade, que precisam ser considerados nas análises”, ressaltou. O Custo Operacional Total (COT) compreende o COE somado à depreciação.

Outra questão importante é a possibilidade de redução de custos, e isso depende em grande parte da quantidade de custos fixos da propriedade. “Os custos fixos não podem ser alterados. Então, quanto menor o custo fixo da propriedade, melhor, pois para os custos variáveis é possível traçar estratégias para economizar”.

Mas como calcular custos? Segundo Barros, é preciso listar tudo o que implica custo, direto ou indireto. A especialista mostrou também que há custos com diferentes periodicidades, como por exemplo a depreciação e impostos, que podem ser considerados anual ou semestralmente, como também custos mensais, que precisam ser constantemente monitorados. “É importante andar por todos os setores da propriedade e verificar os custos em cada um deles. Feito isso, é preciso definir quem será responsável pela coleta desses dados, de que forma isso será feito, e com qual periodicidade. E por fim, a forma como faremos o cálculo, ou seja, que ferramenta iremos utilizar tanto para registro dos dados, como para sua análise”, afirmou.

Uma de suas observações foi sobre a análise do custo com mão de obra. Carina enfatizou a importância do mesmo ser avaliado considerando a relação vacas/homem/hora. “Desta forma é possível ver o quão eficiente está sendo a equipe da fazenda, sem deixar de considerar as condições de trabalho”, ressaltou.

Com custos listados, é possível calcular a margem bruta (renda total – COE) e a margem líquida (renda total – COT). “Se a margem bruta é positiva, significa que a renta total cobre os custos operacionais. No entanto, se a margem bruta for negativa, significa que não estamos pagando todos os custos mensais, ou então que estamos precisando injetar dinheiro. Desta forma, o negócio mostra-se deficitário”, alertou Barros, afirmando que fazendas bem-sucedidas são aquelas que obtêm uma rentabilidade capaz de cobrir os custos e manter uma reserva financeira, com a qual é possível investir, sem endividamento.

Carina Barros mostrou que a coleta de dados para análise de custos permite, em primeiro lugar, conhecer e diferenciar os custos dentro da propriedade, bem como saber quais são os itens de maior “peso” no custo de produção. “Com dados em mãos, é possível identificar os pontos críticos do seu negócio e, principalmente, verificar no que é possível economizar”, explicou. Ela também falou brevemente sobre ferramentas de modelagem matemática para minimização dos custos, maximização dos lucros e melhor alocação dos recursos. Em um trabalho que está sendo realizado em 2 propriedades, obteve-se redução de custos de 12% com a utilização de softwares de programação linear que atuam com essa abordagem. “Em breve começaremos a divulgar os resultados”, finalizou.

Carina também  é instrutora do Curso Online "Custos de Produção na Pecuária Leiteira" que está com inscrições abertas. Neste curso, Carina discute os assuntos abordados na palestra como coleta de dados, análise de custos e ainda ensina os alunos a montarem sua própria planilha para analisar os custos de produção. Para quem quiser participar basta acessar o link abaixo: 
 https://www.agripoint.com.br/curso/custos-producao/
Ou entrar em contato: cursos@agripoint.com.br / (19) 3432-2199. 


Na sequência das apresentações, o nutricionista Alexandre Mendonça Pedroso abordou o tema: “Como é possível reduzir custos de alimentação através da nutrição de precisão”.

Na primeira tela de sua apresentação, Alexandre Pedroso esclareceu três pontos importantes sobre o conceito de nutrição de precisão. “Não é sinônimo de sofisticação, não implica em aumento de custo, e não demanda equipamentos sofisticados!” Segundo o consultor, “fundamental é quebrar paradigmas e ter um novo olhar para a nutrição e o manejo da alimentação dos rebanhos”.

Pedroso ressaltou que o papel do nutricionista vai muito além da formulação da dieta. “É preciso se envolver nos processos, para que esse conceito de nutrição de precisão seja efetivamente aplicado. A alimentação sempre vai custar caro e ter um grande peso no custo de produção. Por este motivo a eficiência no uso dos nutrientes é imprescindível, e novas tecnologias sempre serão importantes e bem-vindas. Além disso, o papel do nutricionista tem que ir além da formulação, oferecendo soluções para que o rebanho seja eficiente e lucrativo”.

O consultor explicou que o desempenho dos animais está diretamente relacionado a diversos fatores além da dieta, como o mérito genético, sanidade, conforto, bem-estar e práticas de manejo. “É impossível achar que vacas mantidas em instalações precárias poderão produzir conforme o esperado, considerando apenas a dieta”.

Pedroso mostrou diversas fotos em sua apresentação, comprovando que falhas operacionais podem ocorrer no processo de arraçoamento, desde o preparo da mistura até seu fornecimento no cocho, as quais afetam diretamente o desempenho produtivo. “Muitas vezes o produtor chama o nutricionista dizendo que a dieta não está resultando na produção esperada, e pedindo que uma nova formulação seja feita. E é neste momento que o nutricionista tem que saber que sua função vai além da formulação, acompanhando todo o processo e identificando possíveis falhas”, afirmou.

Alexandre finalizou sua apresentação afirmando que a nutrição de precisão é um veículo que nos conduz à elevada eficiência e maior lucro. “O uso eficiente dos nutrientes, através de formulações mais precisas e melhor manejo da alimentação, possibilita benefícios como o melhor desempenho animal, redução nos custos de alimentação, lucro e redução no impacto ambiental. Em síntese, torna a fazenda sustentável e lucrativa”, ressaltou.

Finalizando o primeiro dia do evento, a médica veterinária Vitória Maria Montenegro Holzmann, da Emater (PR), falou sobre a “análise do leite como ferramenta para a gestão da propriedade - o Programa Emater/APCBRH”.

Considerando o perfil predominantemente familiar das propriedades leiteiras da região Sul do país, profissionalizar e tecnificar o pequeno produtor é fundamental para melhorar a eficiência e rentabilidade desses sistemas. Mais importante ainda é que técnicos e instituições trabalhem de forma conjunta para viabilizar ferramentas compatíveis à realidade dos produtores.

Em sua palestra, Vitória Holzmann apresentou o Projeto “Vale” Mais Leite, desenvolvido pela Emater (PR) em parceria com a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), e também outras instituições como a Universidade Estadual de Londrina, UCP – Faculdade do Centro do Paraná; Laticínios (Kollac, Ubá, Gran Leite e Dau), SEAB e Departamentos Municipais de Agricultura. Iniciado em 2003, o Projeto atende Municípios da Região de Ivaiporã e Campo Mourão, no intuito de organizar a assistência técnica na região do Paraná Central.

“O objetivo deste projeto é buscar a sustentabilidade e cooperatividade do Processo Leite, levando o produtor a organizar sua produção, com aumento da produtividade, busca da qualidade e gestão do seu negócio, através de uma assistência técnica efetiva e organizada”, explicou Holzmann.

As ações do projeto compreendem reuniões técnicas e práticas, cursos, dias de campo, palestras, seminários e visitas.

Vitória Holzmann citou várias melhorias implementadas nas propriedades assistidas pelo Projeto ao longo dos anos, entre elas a intensificação do uso da forragem aliada à preservação ambiental, estruturação física (infraestrutura) e gerencial (registro e análise de dados) da propriedade, implementação de procedimentos operacionais para controle da reprodução, nutrição e qualidade do leite, além da realização do controle leiteiro. “Esta é uma ferramenta importantíssima dentro da propriedade. O controle leiteiro disponibiliza informações para a tomada de decisão do produtor quanto à gestão de sua propriedade, e dá segurança ao técnico para orientá-lo”, enfatizou.

Holzmann apresentou dados de diversas propriedades assistidas pelo Projeto, ressaltando a evolução dos índices nos diversos setores. “Esta é também uma forma de motivar a nova geração a permanecer na atividade, mostrando que é possível evoluir e melhorar não só as condições de trabalho, como também a rentabilidade do negócio”.

E finalizou afirmando que “a assistência técnica só se torna efetiva a partir do momento em que técnicos e produtores em conjunto tomam decisões para mudanças na propriedade com comprometimento de ambas as partes”.

A primeira tarde do evento ainda contou com a exposição de Orestes Hotz, gerente regional do Sebrae, que falou sobre o Programa Oeste em Desenvolvimento, e de Thiago González, da Itaipu, que abordou os projetos de Biogás a partir de dejetos de propriedades leiteiras.

Além das apresentações, os participantes puderam conferir as novidades apresentadas pelas empresas patrocinadoras em seus estandes. O evento continua nesta sexta-feira (19), com apresentações de renomados técnicos e lideranças do setor nacional, além de dois palestrantes internacionais de destaque – Jeffrey Bewley, da Universidade do Kentucky, EUA, maior especialista mundial em compost barns, e Alfonso del Lago, também dos EUA, que falará sobre criação terceirizada de novilhas.



O Interleite Sul é organizado pelo MilkPoint, com a co-realização da Ceres Qualidade e do programa Oeste em Desenvolvimento. Conta também com o patrocínio diamante especial do Sebrae e da Itaipu Binacional; com o patrocínio diamante da Vallée; com o patrocínio platina da Adisseo, Agroceres Multimix, Bayer, Itambé, Casale, Vetoquinol e Instituto CNA; e com a participação da Inabor e CRV Lagoa. Tem como laticínios parceiros a Lactobom, La Mucca e Nituano, e o apoio da FAEP/Senar, Cooperideal, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), UDC Centro Universitário, Parque Tecnológico Itaipu, FIEP, AMOP, Caciopar, APCBRH, Embrapa, Emater, Sindvet, GTPS, CCAS, dos jornais Folha Agrícola e O Presente Rural e das Revistas Feed & Food, Leite Integral, Mundo do Leite, Balde Branco e da Revista SindRural.



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