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Quais estratégias adotar no aproveitamento dos machos de rebanhos leiteiros para corte?

POR DUARTE VILELA

E RUI DA SILVA VERNEQUE

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/08/2022

7 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/05/2023

Debater estratégias para produção e aproveitamento dos machos de rebanhos leiteiros para corte, delineando ações futuras para o setor, é de grande relevância no momento.

A expectativa com isso é de ampliar a oferta de carnes; agregar renda à atividade leiteira e ainda atender às exigências legais sobre bem-estar animal e meio ambiente. 

Assim, discutir as estratégias de aproveitamento de machos para produção de vitelos e novilhos precoces, provenientes de rebanhos de leite, certamente pode trazer um norte para direcionar ações futuras de pesquisa e extensão neste setor.

Alguns desafios levantados e organizados de acordo com o tema: Mercado (M) ou se direcionados para Pesquisa e/ou Validação (P/V), foram elencados por um painel de especialistas nacionais e internacionais durante evento organizado pela Embrapa e Abraleite recentemente. São estes:

  • Marketing e sistemas de informação eficientes (Qualidade da carne?) - M
  • Aceitação da carne pelo consumidor (Tipo de corte; aparência e qualidade da carne de novilhos precoces/super precoces e vitelos) - M
  • Melhor idade de abate - meses (Vitelo, novilho precoce ou super-precoce, peso mínimo de abate?) – P/V
  • Pelagem do animal (Preferência do comprador, pelagem escura?) - M
  • Machos de rebanhos leiteiros (Inteiro ou castrado?) - M
  • Exigência nutricional (Dietas a base de subprodutos, alto grão/puro grão, dieta líquida, sobra da dieta de vacas em lactação?) – P/V
  • Custo do alimento (Com milho e misturas comerciais de elevado custo?) – P. Cria oportunidade de pesquisa, buscando alternativas alimentares
  • Composição genética (Raças especializadas para carne, raças leiteiras - Girolando, Holandês, Jersey, Zebu ? ou cruzamentos?) – P/V
  • Estratégias de cruzamento (uso de sêmen sexado na reposição e uso de sêmen de raças corte? Qual raça?) – P/V
  • Consumo (Preferência do consumidor, cor da carne, maciez, vantagens competitivas?) - M
  • Sistema de produção (Pasto, confinado ou ambos?) – P/V
  • Indústria (Aceitação? Localização - abate e consumo? Volume de abate, peso mínimo de abate? Altura do nório? Estratégia de venda? Frigorífico especializado? Sazonalidade da produção?)- M
  • Exportação (Estímulo à produção? escala de oferta e de abate, explorar nichos de mercado e abertura de novos mercados?) - M
  • Rendimento de carcaça (Eficiência, aproveitamento dos periféricos - couro, miúdos, etc?) - P/V e M
  • Viabilidade Técnica e Econômica (Eficiência alimentar, rendimento de carcaça e o preço diferenciado da arroba pela precocidade do animal e qualidade da carcaça?) - P/V e M. relacionado com o item acima.

Oportunidades e soluções decorrentes dos desafios levantados foram elencadas, designando para cada um as instituições/entidades que podem ser responsáveis para coloca-las em prática:

  • Mercado – preferência do consumidor e marketing – Trabalhar para conquistar o consumidor, estimular o consumo e mudança nos hábitos alimentares. A maciez da carne para alimentação gourmet deve assumir um papel de destaque em curto prazo. Depois de identificada uma rede de supermercados ou um supermercado particular, precisa-se ter uma base da demanda comercial potencial mínima e das relações de consumo.
    Responsáveis: Associações de criadores; Abraleite, ABIEC; frigoríficos  (ABRAFRIGO)
  • Rendimento de carcaça – eficiência técnica e econômica – aproximadamente 50% de rendimento de carcaça está próximo do limite da eficiência econômica, abaixo desse percentual, a margem se estreita e coloca em risco o negócio. Ideal seria sempre conseguir acima de 50% de rendimento para garantir eficiência técnica aliada à econômica para o produtor. Há espaço para aumentar a eficiência, por exemplo, nos Estados Unidos, o cruzamento entre Holandês e raças de corte especializadas, proporcionam pesos entre 630 e 660 kg de peso vivo e acima de 60% de rendimento de carcaça.

    É importante destacar que nos Estados Unidos o sistema de abate é diferente do Brasil. Naquele país, o rendimento de carcaça normalmente é bem superior porque a indústria faz menos limpeza nas carcaças.

    Outro ponto a considerar são os relatos de que os animais machos puros da raça Holandesa, nada deixam a desejar em relação aos de raças especializadas para corte, sendo tão eficientes e pesados, quantos estes. Outros desafios poderiam ser avaliados juntos, tais como idade de abate, peso de abate, inteiro vs. castrado, sistema alimentar e sistema de produção. Estes temas poderiam ser trabalhados conjuntamente envolvendo parcerias internacionais.
    Responsável: SNPA – Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária
     
  • Sistema alimentar – nutrição – tendência de adotar sistemas de alimentação a base de grãos, sem volumoso (100:0) ou aqueles que exploram menor custo na alimentação utilizando subprodutos ou restos de cultura como volumoso (90:10), logo após a fase inicial, 60 dias de aleitamento com leite ou sucedâneos.

    Há também os sistemas que predominam milho em grão e misturas comerciais (85:15), o que desperta atenção redobrada para os custos de produção e margens de lucro. A avaliação de dietas alternativas, sem uso de commodities, visando reduzir o custo e melhorar a eficiência econômica do sistema deve ser avaliada. Sistemas confinados têm prevalecido sobre os sistemas a pasto e os mistos, dependendo da intensificação destes e devem ser melhor avaliados.
    Responsável: SNPA; ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural
     
  • Peso ao abate – dependente do sistema de criação e do frigorífico -peso mínimo de abate tem que atender às exigências do mercado ou do frigorífico, que na maioria pede pelo menos 420 a 450 kg – 15@. O sistema de criação predominante é o novilho precoce ou super-precoce, com pesos que variam de 630 a 650 kg e os vitelos que são abatidos mais leves e mais novos, 12 meses ou menos de idade e 300 a 360 kg de peso vivo, atendendo nichos de mercado próximos a grandes centros consumidores.

Responsável: Associação de criadores; ABRALEITE; frigoríficos - ABRAFRIGO
 

  • Frigoríficos – estratégias – a distância entre o local de abate e os grandes centros consumidores assume papel importante na questão de custo final da carne, tanto de vitelos quanto de novilhos precoces. Da mesma forma, o volume de abate e peso mínimo de abate, a altura do nório, estabelecem exigências que levam a opção de se ter frigoríficos especializados no abate de vitelos ou de novilhos precoces procedentes de rebanhos de leite.
    Responsável: Associação de criadores em parceria com os frigoríficos – ABRAFRIGO; ABRALEITE
     
  • Característica do animal - inteiro ou castrado - animal castrado apresenta um desempenho 15-20% inferior ao inteiro, mas em contrapartida tem maior potencial de marmoreio, logo, se a intenção é maximizar o marmoreio para agregar valor à carne, o animal castrado é mais indicado, além de deixa-lo mais dócil (quando a idade de abate é superior a 12 meses) e com mais disponibilidade de tempo para se alimentar. Porém, o custo de produção do animal castrado será maior. Por outro lado, animais abatidos precocemente, vitelos com 12 meses ou menos de idade, a não castração pode proporcionar um melhor equilíbrio entre o peso da carcaça dianteira em relação à traseira do animal.
    Responsável: Associação de criadores; ABRALEITE; ATER; SNPA
     
  • Exportação - Nicho de mercado e sazonalidade da produção - Explorar nichos de mercado, ampliando os países importadores de carne especial – gourmet – podem alavancar a demanda interna e estimular a produção de vitelos e novilhos precoces. A não sazonalidade da produção pode ser um fator diferencial para estes sistemas de produção, tendo em vista que a oferta de machos de rebanhos de leite é durante todos os meses do ano.
    Responsável: ABIEC; ApexBrasil; Délimax/Jussara. Hotéis e restaurantes também poderiam participar deste esforço. Acredita-se que a associação de bares e restaurantes poderia encontrar eco para este desafio.
     
  • Estímulo à produção – estratégias - Identificar fazendas exitosas, por região, acompanhá-las como unidades de observação/demonstração na produção de vitelos e novilhos precoces, principalmente, na questão de manejo alimentar e custo de produção, com a função de extensão e transferência de tecnologia.
    Responsável: ATER; EMBRAPA

É importante priorizar alguns desafios para se iniciar as ações concretamente. Envolver um número grande de desafios pode demorar e não atingir os benefícios esperados. A sugestão é que se inicie pelos desafios que potencialmente terão maior impacto, segundo os responsáveis por essas.

Para isso, ações concretas de pesquisa e transferência de tecnologia, decorrentes das demandas levantadas, podem gerar um protocolo de intenções, a exemplo da EMBRAPA com parceiros da iniciativa privada.

Esse protocolo poderia propiciar o desenvolvimento de convênios e parcerias específicas para detalhar atividades relacionadas a estabelecer um modelo de sistema de produção para bovinos, direcionado a aproveitar machos para corte provenientes de rebanhos de leite, que se adequem aos sistemas brasileiros, com objetivos específicos de:

  • Avaliar estratégias de cruzamento e de manejo alimentar na produção de novilhos precoces, considerando, inclusive, a proposta apresentada pela Epamig e Emater – MG, que consiste em acasalar vacas de leite com reprodutores de raça de corte com comércio dos produtos junto com a cria, viabilizando a aquisição de uma fêmeas de reposição;
  • Criar unidades de observação/demonstração para transferência de tecnologia na produção de vitelos e novilhos precoces, principalmente, na questão de manejo alimentar e custo de produção e;
  • Desenvolver programas conjuntos de capacitação de técnicos para atuarem na produção de vitelos e novilhos precoces.

Todas as apresentações dos painéis nacionais e internacionais, assim como as conclusões na íntegra, estão no memorial do evento

MilkPoint

RUI DA SILVA VERNEQUE

Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

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