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Erros na formulação de dieta: não informar os reais teores de sólidos do leite

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2021

5 MIN DE LEITURA

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Hoje discutiremos um quinto erro frequente na formulação de dietas de vacas leiteiras. Nos artigos anteriores desta série, já destacamos que na formulação de dietas temos que descrever, com a maior exatidão possível, a vaca que representa a média dos animais do lote para o qual estamos formulando a dieta.

Neste artigo vamos mostrar a importância de cadastrar corretamente as porcentagens de gordura e de proteína do leite das vacas para as quais você está formulando a dieta.

Estas informações de composição do leite afetam principalmente as exigências energéticas e proteicas das vacas em lactação. Acredito que é fácil perceber que, uma vaca Jersey produzindo 20,0 kg/dia de leite com 4,8% de gordura (960 g de gordura/dia) tem uma maior exigência energética do que outra vaca Jersey, produzindo os mesmos 20,0 kg de leite, mas com 4,2% (840 g de gordura/dia) de gordura.

Da mesma forma, é razoável acreditar que uma vaca Holandesa produzindo 30,0 kg/dia de leite com 3,4% de proteína (1020 g de proteína/dia) tem uma maior exigência proteica do que outra vaca da mesma raça, produzindo os mesmos 30,0 de leite, mas com 3,1% de proteína (930 g de proteína/dia).

Em resumo, produzir leite com altos teores de sólidos aumentam as exigências energéticas e proteicas e a dieta tem que ser ajustada para permitir que estes altos teores sejam de fato alcançados.

Como a dieta para permitir altos teores de sólidos tem maiores concentrações energéticas e proteicas, ela é mais cara! Somente vale a pena gastar mais na alimentação das vacas para que elas produzam mais sólidos, se o laticínio pagar por sólidos ou pelo menos bonificar fortemente pelos maiores teores de sólidos. O produtor precisa ter cuidado no planejamento da dieta, nesse caso, lembrando da receita do leite!

Com a crescente atualização das tabelas de pagamento de leite de alguns laticínios, muitos produtores estão migrando para dietas mais complexas voltadas ao aumento de sólidos.

Gastar mais na alimentação das vacas para que elas produzam leite com altos teores de gordura e de proteína sem que o laticínio valorize este esforço e pague por isto é um verdadeiro “tiro no pé”.

No RLM Leite, a composição de leite média dos animais, ou seja, os teores de gordura, de proteína e de lactose devem ser informadas na janela “Produção/Consumo”, conforme a Figura abaixo.

tabela RLM

Vamos assumir que nós temos que formular uma nova dieta para o lote de vacas de alta produção de um bom rebanho leiteiro. A média de produção de leite destas vacas é de 45,0 kg/dia. Ao questionar o produtor sobre a composição do leite destas vacas, ele explica que não faz controle leiteiro mensal, mas que ele recebe do laticínio informações frequentes (semanais, quinzenais ou mensais) da composição do leite do tanque.

Como o nutricionista não tem outra informação mais precisa do que esta, ele acaba assumindo os teores de gordura e de proteína do tanque como se fossem os teores de gordura e de proteína do lote, ou seja 3,62% de gordura e 3,22% de proteína.

Após cadastrar os alimentos da dieta, atualizar os volumosos de acordo com as últimas análises bromatológicas, informar os preços atuais dos ingredientes e preencher as quantidades de cada ingrediente em matéria natural na dieta praticada, ele passa a avaliar a dieta.

Quase que imediatamente, ele percebe que embora a produção de leite real das vacas é de 45,0 kg/vaca/dia, a produção de leite presumida (ou estimada) pela energia líquida (EL) é de 42,25 kg/d e a produção de leite presumida pela proteína metabolizável (PM) é de 43,50 kg/d (Figura abaixo). Ou seja, segundo o programa de formulação, está faltando energia e proteína na dieta.

tabela RLM

Antes de alterar e encarecer a dieta sem necessidade, o nutricionista deveria se perguntar: “Os teores de gordura e de proteína do leite estão de fato corretos?”

O bom senso sugere que se as médias do tanque são 3,62%G e 3,22%P, as vacas do lote de alta produção não devem estar produzindo teores tão altos, até por conta de um efeito de diluição. Mas quão mais baixo devem ser estes teores reais de gordura e proteína do leite deste lote?

Esta é uma das muitas vantagens em fazer controle leiteiro mensal das suas vacas! Neste caso, cada vaca terá uma amostra do seu leite analisada separadamente. Com as análises individuais será fácil estimar quais são os teores médios de cada lote. Nosso interesse é pela composição do leite das vacas do lote de alta. No nosso exemplo, os reais teores de gordura e de proteína são 3,20%G e 3,10%P (Figura a seguir).


tabela RLM

Como todo o restante da formulação está correto, o nutricionista somente deve alterar as porcentagens de gordura e de proteína do leite. Após substituir os valores anteriores pelos valores corretos e checar a nova avaliação da dieta, ele não deveria se surpreender com o fato que agora a produção de leite real (45,0 kg/dia) está “batendo” com a produção de leite presumida pela EL (45,20 kg/dia) e com a produção de leite presumida pela PM (45,18 kg/dia) (Figura abaixo).

Ou seja, a dieta está bem formulada, os níveis de energia e proteína da dieta estão adequados e há sincronismo entre estes dois parâmetros.

tabela RLM

Idealmente devemos usar a composição média do leite do lote ao formular uma dieta! Também idealmente, com amostras compostas, ou seja, das 2 ou 3 ordenhas diárias, embora sabemos que isto é cada vez mais raro nos grandes rebanhos leiteiros.

Sendo assim, usar a composição do leite do tanque é melhor do que nada... Mas ao formular dietas com unicamente dados de tanque, o nutricionista deve ter bom senso. As vacas de alta produção de um rebanho devem produzir teores de gordura e de proteína mais baixos que a média, enquanto as vacas de baixa produção devem produzir teores mais altos do que a média.

Como já mencionamos em outro artigo desta série, percebam que se eu não informar dados corretos, eu posso comprometer a qualidade das minhas recomendações técnicas. É como dizem: “garbage in, garbage out”, ou seja, “lixo que entra, lixo que sai”.

Na próxima semana discutiremos um sexto erro frequente nas formulações. Mais uma vez, quero fazer um convite aos leitores do MilkPoint para que usem este espaço para compartilhar as suas maiores dificuldades e os erros que consideram mais frequentes na formulação de dietas de bovinos leiteiros.

Como já mencionamos, ao final destes 10 artigos, um para cada erro, teremos um 11º, que será um retrato das contribuições dos leitores, com os erros que vocês consideram mais frequentes.

Portanto, participem! Será um prazer receber as suas contribuições. 

RLM

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THIAGO CARRIJO BENEDETTI

FRUTAL - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/06/2021

Excelente artigo! Parabéns aos autores.
RODRIGO DE ALMEIDA

CURITIBA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 14/06/2021

Obrigado Thiago; abraços!

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