*Por Breno Antônio Dias Oliveira Zootecnista e consultor em bubalinocultura
Nestes tempos de redes sociais, internet e troca rápida de informações encontrar com outras pessoas e realizar a troca de experiências parece fácil e rotineiro. Mas há coisas que a tecnologia não consegue substituir como uma boa conversa olho no olho, por exemplo. No meio rural e principalmente em uma atividade em franco crescimento, com necessidades de estruturação de toda sua cadeia produtiva e de desenvolvimento de tecnologias isso se torna indispensável.
Como dito outrora em um artigo recentemente publicado neste site o búfalo tem consigo a magia de fazer amigos e unir até pouco tempo aqueles que embora tenham a mesma paixão e o mesmo trabalho não se conheciam. Chega a ser surpreendente e curioso quando muitas vezes vizinhos muito próximos que não se conheciam acabam se encontrando e trocando histórias e experiências do dia a dia. Apenas para contextualizar cito o exemplo de dois criadores da cidade de Uberlândia em Minas Gerais, criadores de búfalos a mais de 20 anos, com propriedades distantes a menos de 20 km uma da outra, que não se conheciam embora já tivessem procurado por outros adeptos da bubalinocultura no referido município.
Nem vou aqui gastar mais e mais linhas para contar outras histórias e dar exemplos de conversas que resultaram em importantes parcerias e negócios. Lembro apenas que neste meio aparece cada vez mais interessados, e cito em particular dois grupos: os estudantes e os investidores. O primeiro grupo congrega a gama de universitários dos cursos de Zootecnia, Agronomia e Veterinária, além de alunos dos cursos técnicos em agropecuária, muito conhecidos por “agricolinos”. Estes a cada dia mais se interessam pela bubalinocultura, provavelmente por influência das mídias sociais, onde cada vez mais se encontra materiais sobre a criação de búfalos e suas vantagens, ou até mesmo pelo advento das aulas ministradas nos cursos em que frequentam. O certo é que procuram mais e mais por vagas de estágio e oportunidades de conhecerem os bubalinocultores e um pouco de seu dia a dia.
Outro grupo que se destaca é o dos investidores, oriundos das mais diversas atividades e com objetivos distintos. Existem neste profissionais liberais, empresários, aposentados, criadores de outras espécies e até pessoas de outros países. Geralmente buscam entrar na atividade por intermédio de um vizinho de fazenda que cria búfalos, por material informativo consultado na internet e até como resultado de viagens feitas a Itália e a Índia onde conheceram criações de búfalos. Alguns tem como objetivo constituir grandes criatórios com uma indústria própria de laticínios, outros para ocupar e dar uso a propriedade recebida de herança de seus pais ou avós ou para diversificar as atividades em sua fazenda. E tem aqueles que se interessam em criar apenas por se simpatizarem com o “jeitão” manso e tranquilo dos bubalinos.
Enfim as razões são muitas mas as necessidades são quase as mesmas. E dentre elas a de se comunicar e interagir ganha destaque. Com o intuito de se formalizar estes encontros e criar mais um elo de ligação, um ponto de encontro dos amantes desta atividade carinhosamente chamados e conhecidos pelo pseudônimo de “bufaleiros” estaremos realizando mais uma vez na cidade de Piumhi MG, portal de entrada da Serra da Canastra e grande polo de criação de búfalos em Minas Gerais um evento que já está se tornando tradição. Teremos o torneio leiteiro mostrando toda a capacidade e o potencial produtivo da espécie bubalina, o encontro de bubalinocultores com palestras informativas e super importantes reunindo grandes nomes e o leilão de bubalinos, colocando em pista muita qualidade, variedade e facilidade de aquisição de bons animais. E este ano com uma novidade: o 1º Búfalo Tour do Brasil. Este será o primeiro da série que visa mostrar um pouco mais da atividade da bubalinocultura brasileira in loco. Oportunidade única de conhecer grandes criatórios. Portanto, agende-se e não perca esta semana de muito conhecimento e bons negócios.