O Benzoato de estradiol induz atresia do folículo dominante na presença de progesterona. Com 36h, ocorre redução da função estrogênica do folículo dominante, porém a emergência de nova onda ocorre 3 a 5 dias após.
O objetivo deste experimento foi testar a hipótese de que o período para início de nova onda folicular, após o benzoato de estradiol, depende da dosagem utilizada, independente da fase do folículo dominante (Estradiol benzoate (EB) delays new follicular wave emergence in a dose dependent manner after ablation of the dominant follicle in the ovaries of cattle, J. Dairy Sci., vol. 85, suppl 1, nº 798, p.200, 2002).
Foram utilizadas 26 vacas, com 6,4 ± 0,2 dias após a ovulação, que tiveram todos os folículos com ³5mm de diâmetro aspirados, e os animais foram divididos em grupos de 6 ou 7 animais e receberam 0, 1, 2, ou 4 mg de benzoato de estradiol por 500kg de peso vivo, em injeção intramuscular.
As estruturas ovarianas foram avaliadas diariamente por ultra-sonografia, desde o dia anterior à aspiração folicular até a emergência de nova onda folicular.
Amostras de sangue foram colhidas a intervalos de 8h, para avaliar a concentração de FSH. O intervalo para o pico de FSH foi definido como o intervalo entre a aspiração folicular e o momento de maior concentração de FSH.
O intervalo para o pico de FSH foi de 29,3 ± 4,0h, 53,3 ± 4,5h, 81,1 ± 15,5h e 91,4 ± 8,2h, para os animais que receberam 0, 1, 2, ou 4 mg de BE, respectivamente.
O intervalo para emergência de nova onda de crescimento folicular foi de 1,5 ± 0,22 dias, 3,3 ± 0,3 dias, 4,0 ± 0,6 dias e 4,4 ± 0,4 dias, respectivamente.
O pico de FSH e a emergência de nova onda de crescimento folicular ocorreram mais rápido (P<0,05) no grupo que recebeu 0, em relação aos grupos que receberam 1, 2, ou 4 mg de BE. Estas variáveis foram similares entre os animais que receberam 1 e 2 mg, porém foram mais atrasadas (P<0,05) no grupo que recebeu 4 mg de BE em comparação com os tratamentos 0 e 1 mg de BE.
O intervalo entre o pico de FSH e a emergência de nova onda foi de 15,7 ± 3,3h, e não foi influenciado pela dosagem de BE.
O tratamento com BE manteve a concentração basal de FSH por período de tempo proporcional a dosagem utilizada, atrasando o aumento da concentração de FSH e, consequentemente, a emergência de nova onda de crescimento folicular.
Estes resultados mostraram que a dose de BE, em vez do momento da atresia do folículo dominante, determina o momento da emergência de nova onda de crescimento folicular em tratamentos com benzoato de estradiol.