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Efeito persistente das doenças uterinas

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 26/12/2023

4 MIN DE LEITURA

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Uma sensação de frustração surge quando você vê uma vaca sendo detectada em cio cerca de 29 dias após a inseminação. Depois que passa a janela de 21 dias, há um breve momento de conforto, você acha que sua vaca está gestantes, até você perceber que algo deve ter dado errado.

Normalmente, a perda gestacional ocorre em 1 de cada 5 vacas do rebanho leiteiro. A morte precoce do embrião resulta em perdas financeiras sentidas no aumento do período de serviço e vacas que não conseguem ficar gestantes durante a lactação. Embora tenha havido uma grande melhoria na taxa de prenhez nos últimos 20 anos, ainda há dificuldades fazer as vacas ficarem gestante e manterem a gestação. Nos EUA o sistema Dairy Records Management System (DRMS) relata que o número de serviços por prenhez é em média 2,9 para as vacas holandesas.

Como alguém pode prever, ou mais importante, prevenir a perda gestacional no rebanho? A equipe de Tony Bruinjé e Stephen LeBlanc da Universidade de Guelph, do Canadá, trabalhou com dois rebanhos holandeses comerciais bem manejados para ajudar a quantificar o impacto da saúde uterina na gestação fracassada.

As vacas foram monitoradas de perto desde três semanas antes do parto até 40 dias após a inseminação para determinar se apresentavam endometrite, metrite ou corrimento vaginal purulento e rastrear a gestação do dia 19 ao dia 40 após a inseminação. Os resultados foram publicados recentemente no Journal of Dairy Science (Associations of inflammatory and reproductive tract disorders postpartum with pregnancy and early pregnancy loss in dairy cows, J. Dairy Sci. TBC https://doi.org/10.3168/jds.2023-23976).

Perda gestacional é comum

Mesmo as vacas que passam saudáveis pelo período de transição ainda sofrem perda gestacional. “O espermatozoide encontra o ovócito e forma um embrião na maior parte das vezes”, descreveu professor LeBlanc. “Setenta e um por cento das vacas saudáveis estavam gestantes 19 dias após a inseminação, mas apenas 49% mantiveram a gestação até o dia 40.” Embora esta não seja uma informação nova, ainda é um desafio que mesmo vacas aparentemente saudáveis tenham dificuldade para manter a gestação até os 40 dias após a inseminação. O problema da perda gestacional é muito maior em vacas que apresentaram doenças uterinas no pós-parto, embora aparentemente tenham se recuperado clinicamente. Pode se dizer que ocorre a cura clínica, porém o trato reprodutivo fica comprometido.

Um golpe duplo da metrite

A fertilidade é reduzida quando ocorrem problemas no período de transição. LeBlanc descreveu o fracasso como um “golpe duplo”: primeiro com falha na concepção, seguido por maior morte embrionária, que é mais comum em vacas que apresentaram doença uterina no pós-parto. Os pesquisadores descobriram que doenças uterinas clínicas e até subclínicas durante o período de transição resultaram em redução da prenhez por IA, quando comparado com as vacas saudáveis.

A doença uterina resultou em significativamente menos gestação 19 dias após a inseminação (71% versus 54%). Vacas com doença uterina perderam mais embriões até o 40º dia do que aquelas saudáveis durante a transição (49% versus 31%). Vacas com mais de uma doença clínica tiveram significativamente menor probabilidade de manter a gestação (47% vs 19%).

Causas de perda precoce de gestação

A equipe estava interessada em compreender a relação da saúde uterina com as perdas observadas. Alguém poderia pensar que uma inflamação uterina crônica, de baixo grau e latente pode não ser um local favorável para o desenvolvimento do embrião. E embora isso seja verdade, trabalhos anteriores realizados sugerem que a redução da fertilidade é provavelmente resultado de alterações uterinas e ovarianas.

Os ovócitos, no ovário estão se desenvolvendo meses antes da ovulação. Assim, quando expostos à inflamação da metrite ou endometrite, esses ovócitos são danificados. Como resultado, o ovócito danificado pode ser fertilizado, mas pode não ser capaz de continuar a desenvolver-após 40 dias. Isso pode ser considerado um efeito persistente da doença uterina no pós-parto, que dura pelo menos três meses. Como resultado, LeBlanc lembra aos produtores de leite que o que acontece no lote de transição não termina ali.

Quando uma vaca recém parida é tratada e se recupera da doença clínica, é tentador simplesmente virar a página e esquecê-la. “No entanto, o que aconteceu com a vaca no periparto vai impactar quando ela entrar no período de reprodução. Não se pode desfazer ou consertar os danos causados durante esse período”, descreveu.

Como o manejo das vacas no período de transição pode ajudar seu rebanho no sucesso reprodutivo durante a lactação? Embora não seja possível prevenir todos os problemas, cada problema evitado tem um retorno a curto prazo, apenas na produção de leite ou na redução gastos com tratamentos para metrite, mas também efeitos a longo prazo sobre a fertilidade. Para melhorar a eficiência reprodutivo do seu rebanho de boa para ótima, comece o trabalho no lote de transição.

Parte do texto publicado em 01/11/2023, por Reagan Bluel, da Universidade de Missouri, na revista Hoard's Dairyman


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RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

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