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Fatores de risco para ocorrência de mastite clínica

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 18/01/2010

3 MIN DE LEITURA

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A ocorrência de casos clínicos de mastite pode acarretar perdas significativas em termos de custos de tratamento, descarte do leite com resíduos, morte ou depreciação da vaca e outros cursos indiretos, como o aumento do risco de aborto e de disseminação da mastite para outros animais, além do descarte involuntário.

As estimativas de ocorrência de mastite clínica variam amplamente entre rebanhos em razão das características de manejo, agentes causadores e ambiente. O conhecimento dos fatores de risco para a ocorrência de mastite clínica pode auxiliar a prevenção e a redução dos custos, pois podem ser identificados procedimentos, medidas e situações específicas dentro do rebanho que auxiliem no controle da doença.

Os fatores de risco para ocorrência de mastite podem ser separados em dois níveis: fatores ligados ao rebanho e aqueles ligados ao animal individualmente. Os estudos sobre fatores de risco em nível de rebanho para ocorrência da mastite têm enfocado tanto fatores que aumentam a exposição dos tetos aos agentes causadores de mastite (condições de limpeza das baias, manejo de ordenha) quanto os ligados com a capacidade de resposta da vaca (adequada nutrição). Em relação aos fatores de risco em nível de vaca ou mesmo de quarto mamário, pode-se destacar a posição dos tetos e a ocorrência de lesões nos tetos (hiperqueratose dos tetos). Outros fatores a serem considerados são o número de lactações, baixa capacidade de fechamento do canal do teto (p.ex. vazamento de leite entre ordenhas), enfermidades pós-parto (retenção de placenta, distocia, cetose) e limpeza da vaca.

Considerando os fatores de risco individuais, ligados a vaca e ao quarto mamário, foi desenvolvido um estudo na Grã-Bretanha para avaliar o impacto de três grupos de fatores: condição de limpeza do úbere, lesões de tetos e balanço de energia. Os pesquisadores utilizaram um total de 8 rebanhos leiteiros que apresentavam alta incidência de casos de mastite clínica (acima de 0,5 casos por vaca/ano). Os rebanhos foram visitados mensalmente durante um ano para coleta de amostras e de informações. A condição de higiene do úbere foi avaliada por meio de um escore padronizado, utilizando uma escala de 1 a 4, sendo 1 para úberes limpos e 4 úberes muito sujos.

Após o término da ordenha, foram avaliados o escore de extremidade de tetos para identificação de hiperqueratose, e o escore de condição corporal para avaliar a ocorrência de balanço energético negativo. A ocorrência de casos de mastite foi realizada imediatamente antes do início da ordenha pela detecção de leite com alterações visuais e as amostras de leite estéreis foram coletadas para identificação do agente causador.

Foram estudadas 1677 vacas de 8 rebanhos, das quais foram realizadas cerca de 62.000 avaliações de escore de higiene, de tetos e de condição corporal ao longo de 12 meses. Os fatores associados significativamente com o aumento do risco de ocorrência de mastite clínica foram o aumento do número de lactações, início de lactação, vacas com úbere muito sujo e quartos com tetos com hiqueratose grave. Não foi identificada associação entre o escore de condição corporal e a ocorrência de mastite clínica.

Foram identificados 929 casos de mastite clínica, dos quais E. coli e Strep. Uberis foram responsáveis por 27% e 19%, respectivamente dos isolamentos. Os quartos com hiperqueratose moderada ou grave apresentaram risco significativamente maior de apresentar caso clínico causado por E. coli antes da próxima visita dos pesquisadores. Somente os quartos com hiqueratose muito grave apresentaram maior risco de ocorrência de mastite clínica causada por Strep. Uberis.

Os resultados do estudo indicam que fatores individuais influenciam significativamente o risco de ocorrência de mastite clínica durante a lactação, o que demonstra uma susceptibilidade diferente entre os animais em relação à mastite clínica. Em síntese, tanto a ocorrência de hiperqueratose grave dos tetos quanto à condição de higiene precária doe úbere aumentou o risco de ocorrência de mastite clínica.

Fonte: Breen, et al. J. Dairy Sci. 92:2551-2561, 2009.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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