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Como o pagamento influencia a qualidade do leite?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 22/08/2011

6 MIN DE LEITURA

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Após a recente prorrogação por 6 meses para a entrada em vigor de novos padrões legais de qualidade do leite cru no Brasil (Instrução Normativa 32 do MAPA, 30/06/2011), a cadeia produtiva do leite tem aguardado com grande interesse a definição de quais medidas concretas deverão ser aplicadas para evitar futuros adiamentos. Houve certo consenso entre representantes dos vários segmentos (produtores, indústrias, governo) de que, a despeito de alguns avanços na questão da qualidade do leite, ainda são enormes os desafios para atingirmos padrões internacionais, principalmente quanto à higiene e saúde da glândula mamária. Desse modo, parece ser justificável esta prorrogação dos prazos, no entanto não se pode perder esta oportunidade para definição de um conjunto de medidas para alavancar a qualidade do leite.

Muitas destas medidas necessárias para a melhoria da qualidade são amplamente reconhecidas em relação à importância, eficácia e resultados esperados. Por exemplo, é inquestionável a necessidade de treinamento e capacitação de mão-de-obra, com foco principal nas boas práticas agropecuárias (manejo de ordenha, controle de mastite) dentro da fazenda e treinamento de transportadores (coletas de amostras). Isto somente para citar os pontos mais críticos na capacitação de toda a cadeia produtiva. No entanto, programas de treinamento de forma pontual têm resultados limitados e transitórios, caso não seja feito um monitoramento dos resultados e a adequação de medidas mais específicas dentro de cada propriedade.
Outro ponto de igual importância é a existência de uma boa assistência técnica, visto que o produtor necessita de apoio técnico-científico para a tomada de decisões e para identificar os pontos que podem ser melhorados. Atualmente, contamos com um conjunto de tecnologias simples e altamente eficientes para produção de leite de alta qualidade, dentro dos mais variados sistemas de produção do país. Recentemente, em um diagnóstico da cadeia produtiva do Estado de Goiás, cerca de 1/3 dos produtores apontou que o fator que mais contribui para a melhoria da qualidade do leite é uma assistência técnica eficiente.

O terceiro fator deste tripé de medidas básicas para melhoria da qualidade do leite é o sistema de pagamento. Todos os esforços para o aumento da qualidade devem ter como premissa básica a sustentabilidade econômica da atividade. Sem uma perspectiva de aumento de lucratividade, o avanço da qualidade é muito limitado. Com base neste conceito, desde a década de 1980, muitos países produtores de leite adotaram sistemas de pagamento com incentivos e penalizações sobre o preço do leite, em função de critérios objetivos de qualidade, como a contagem de células somáticas (CCS) e a contagem bacteriana total (CBT).

De todos as medidas apontadas anteriormente (treinamento, assistência técnica e sistema de pagamento), o papel indutor das empresas processadoras é fundamental, visto que grande parte das responsabilidades quanto a melhoria de qualidade deveriam ser compartilhados entre produtores e indústrias. Não se deve esperar do produtor investimentos para aumentar a qualidade do leite se não houver sinalização de retorno econômico. Considero que grande parte da motivação dos produtores para a melhoria da qualidade está ligada ao potencial de valorização do preço do leite, mas esta não é a única questão.

O pagamento diferenciado do leite baseado em critérios de qualidade da matéria-prima é, sem dúvida, um assunto altamente relevante, pois pode representar uma evolução do sistema de comercialização do leite e um aprimoramento das relações entre indústria e produtores. Isso permite premiar com uma bonificação extra aqueles produtores que dedicaram esforços e recursos financeiros para produzir uma matéria-prima superior, assim como penalizar o preço do leite de qualidade inferior.

A implantação de sistemas de valorização da qualidade pode ser considerada uma tendência em várias regiões e empresas do setor, contudo, é importante frisar que não existe vinculação entre pagamento por qualidade e regulamentação da qualidade (padrões legais mínimos de qualidade do leite). O objetivo de novos padrões legais de qualidade é definir critérios mínimos, os quais passam a ser obrigação de quem produz leite. Já o pagamento por qualidade não depende de novas normas, uma vez que estes programas consistem no pagamento de um prêmio para o produtor que fornece a matéria-prima com características diferenciadas, o que gera retorno para a indústria e consumidor. Isto se configura essencialmente como um acordo entre fornecedor e comprador, na dependência de peculiaridades de cada indústria e de cada região. Desta forma, mudança de legislação e pagamento por qualidade não devem ser considerados sinônimos, e em muitos casos não têm relação direta entre si. Além disso, as exigências de qualidade para o produtor receber bonificação do leite são muito superiores aos padrões legais, o que confirma que são dois temas que devem ser vistos de forma separada.

Para demonstrar a maneira como os produtores são influenciados pelos incentivos oferecidos nos programas de pagamento por qualidade, foi feito um estudo em uma cooperativa da região Sul do Brasil, durante o período de 3 anos. A cooperativa recebia leite de aproximadamente 1100 produtores, os quais foram submetidos previamente a um programa de treinamento e capacitação. Os produtores foram avaliados individualmente em relação a CCS, CBT e porcentagem de proteína e gordura, totalizando cerca de 20.000 análises realizadas durante o período. O sistema de pagamento incluía penalizações e bonificação em função dos resultados mensais das análises realizadas no leite. A CCS e a CBT foram altamente influenciadas pela introdução do programa de pagamento. Por exemplo, a CCS média dos rebanhos foi reduzida em 65.000 células/ml após a aplicação do programa. Da mesma forma, a CBT média dos rebanhos sofreu redução de cerca de 60%. Sendo assim, pode-se concluir que políticas de premiação por qualidade podem ser ferramentas importantes para a indústria, uma vez que as bonificações podem ser estabelecidas conforme as necessidades e objetivos de processamento da matéria-prima. Em termos de composição, não se observou os mesmos impactos, o que indica necessidade de um trabalho de médio e longo prazo para obtenção de resultados.

A aplicação somente de premiações, sem nenhuma política de penalização, mostra-se pouco efetiva, o que indica que uma combinação entre os programas de bonificação e penalização pode ser mais eficiente para redução da CCS e CBT. É importante destacar que o produtor é o fator mais importante para explicar variações na qualidade do leite, sendo que outros fatores como volume de leite diário e sazonalidade são aspectos de menor relevância. Isso indica que tanto produtores com pequena ou grande escala de produção podem responder aos incentivos dos sistemas de valorização da qualidade.

Para a implantação de um bom sistema de valorização da qualidade alguns aspectos operacionais são essenciais. Deve-se adotar procedimentos adequados e padronizados para coleta, transporte e análise de amostras de leite, assim como uma rápida comunicação dos resultados das análises para os produtores. A adoção de critérios realistas para bonificação e penalização é outro aspecto fundamental, pois se o produtor não perceber que os critérios para obtenção de premiações é compatível com a realidade, perde-se a credibilidade e o potencial de adesão do produtor é reduzido.

A implantação de sistemas de pagamento por qualidade pode permitir ganhos tanto dos produtores quanto das empresas. Estas últimas podem ser beneficiar com o recebimento de matéria-prima de qualidade superior, o que permite ganhos potenciais de rendimento de fabricação, aumento da vida de prateleira dos derivados lácteos, melhoria de imagem frente ao consumidor e maior capacidade de competitividade. Para os produtores, além da possibilidade de diferenciação do preço (tanto pelo aumento quanto pela redução), é uma importante sinalização sobre quais as medidas e investimentos devem ser adotados visando ao atendimento de padrões de qualidade e qual a demanda dos consumidores em relação a qualidade. Ainda que sejam essenciais, os sistemas de valorização da qualidade não devem ser as únicas estratégias a serem empregadas. Entretanto, quando usado de forma conjunta com programas de treinamento e assistência técnica pode ser uma excelente ferramenta melhoria consistente da qualidade do leite.

Fonte: Inforleite, julho/2011.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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ARTUR CRUZ

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/12/2012

Este assunto, do pagamento do leite em conformidade com as exigências qualitativas do produto, é um pau com dois bicos.

Por um lado premeia os melhores produtores por outro prejudica os piores, mas é necessário que o produtor de leite faça muito bem a contas, pois por vezes para se conseguir melhorar a qualidade do leite gasta-se dinheiro que não se recupera na venda global do mês.

Foram levantadas aqui duas questões por dois colega produtores  que vão sempre existir:

1- A desconfiança que o produtor possa ter quanto à qualidade técnica do individuo que recolhe a amostra.

2- A possível manipulação dos resultados por parte da industria leiteira que recolhe o leite.

Estes dois problemas resolvem-se quando o laboratório de analises do leite para avaliação dos respectivos parâmetros qualitativos que vão definir o preço base  de pagamento, seja propriedade de ambas as partes, ie, uma instituição independente controlada e representada pelos produtores de leite em conjunto com as várias empresas de recolha (industria de lacticínios). Podemos associar à resolução do problema da recolha de amostras de leite com a implementação de camiões com recolha automática de amostras de leite. Obviamente que é um investimento elevadíssimo por parte das empresas de recolha que só o farão se daí obtiverem rendimento acrescido.

É bom que falem destas questões, que as discutam, mas é fundamental que se associem pois só assim é que terão força suficiente para fazerem pressão sobre a industria.



A profissionalização da produção de leite é fundamental para que se consiga fazer face às exigências qualitativas cada vez maiores, o controlo técnico e económico das fazendas de  produção de leite deve ser permanente e constante.



Abraço
EDER GHEDINI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL

EM 13/09/2011

Torno a dizer que esta transformação no setor leiteiro depende única e exclusivamente de três elos cruciais que são: produtor, indústria e consumidor, onde o produtor recebe um pagamento diferenciado da indústria pelo produto de melhor qualidade, a indústria por sua vez terá melhores rendimentos na industrialização do produto e o consumidor fará a sua parte exigindo qualidade.Até quando vamos esperar pelos nossos governantes a tomada desta decisão?Precisamos mudar sim a cultura, um país que quer despontar mundialmente como referência no setor agropécuário não pode ficar amarrado a conceitos de séculos anteriores. Enquanto as tomadas de decisões desta envergadura ficarem sujeitas a  favorecimentos de determinados segmentos deste país(políticos corruptos) não visualizaremos uma luz no fim do túnel. Por isso, conclamo os profissionais da área a fazerem sua parte, sejam agentes transformadores e auxiliem na questão cultural, orientando os produtores de modo a mudar este panorama. Produtores, tecnifiquem-se e prezem pela qualidade, agreguem valor ao seu produto e negociem com a indústria o melhor preço. Forte abraço a todos!
WELLDER AIRES PINTO

GUAREÍ - SÃO PAULO

EM 18/08/2011

Parabens pela matéria.


Produzir leite com qualidade no Brasil parece ser uma coisa distante, pois existem lugares no Estado de Sao Paulo que ainda vemos os imortais latões para o transporte do leite.
JULIANO LEONEL GONÇALVES

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 17/08/2011

Parabéns.
ODECIO ANTONIO LARA

GUAPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/08/2011




Parabens pela matéria vamos trabalhar para coloca-la em pratica.


  Precisamos produzir leite de qualidade , mas temos que termos


retorno para investimos na area.
ANDRÉ GONÇALVES ANDRADE

ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/08/2011

Caríssimo prof. Marcos, parabéns.





Acho que foi em um artigo seu que li sobre a percepção de qualidade pelo consumidor. E penso que esse é o ponto crucial para acelerar o processo.


As indústrias precisam conseguir melhorar os produtos e para isso precisam de leite de qualidade, depois precisam fazer com que o consumidor percebam essa qualidade e depois que aceitem remunerar melhor através da compra desses produtos.


É uma pirâmide em que a base é a qualidade, depois a plena satisfação dos clientes e depois como gratificação a remuneração.


Tenho visto muitas tentativas com a pirâmide invertida.


Algumas empresas com marcas fortes e nichos de mercados específicos até conseguem fazer alguma coisa, mas é muito pouco em relação ao setor.


A assistência técnica precisa cumprir o seu papel de instruir o produtor não só na forma de produzir, mas também nas consequências que a não qualidade tráz.





Eu diria que parte das mazelas que o setor vive é a reação contra a ação praticada pela maioria dos produtores e indústiras.





Mas como bom brasileiros vamos vivendo cheio de esperanças por dias melhores.





Um abraço.





André Gonçalves
JULIÉLI MELISE RENZ

MONDAÍ - SANTA CATARINA

EM 13/08/2011

Senhor: Marcos. Parabéns pelo artigo. Seu relato é excelente, porem como o comentado anteriormente pelo prezado Guilherme, a introdução da normativa trara benefícios e malefícios, como todo projeto. Na minha opinião, a amostra recolhida pelo próprio motorista, não é a melhor maneira pois a mesma sendo feita sem a devida higienização dos utensílios dentro uma coleta de amostra e outro coleta de amostra de outro produtor, pode trazer microrganismos os quais podem influenciar no resultado da analise. Se o técnico especializado passa-se a orientar e vistoriar o produtor, e realisa-se a coleta da amostra ( nos devidos regimentos), bem como efetua-se uma vigilância quanto a sanidade do estabelecimento, utensílios, e do próprio ordenhador, sendo que uma melhoria quanto a sanidade em geral bem efetuada e controlada já trás mudanças relativas quanto ao resultado das contagem de Microrganismos ( CCS; CCB ). Sendo que assim o técnico passaria a ver o que acontece naquela propriedade, bem como poderia estar auxiliando quanto ao descarte do leite de uma vaca não sadia ( ou melhor com mastite, ou sob tratamento, sendo que estas influenciam na amostra da analise ). Porem muito deve e tem que ser realizado ainda para que o leite possa ter um melhora quanto a sua qualidade, sendo que esse tema ainda vai ser pauta de muitas discussões.



Atenciosamente Juliéli, estudante tecnologia de alimentos.

HEFFERNAN MACEDO

PASSOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/08/2011

Parabens pelo artigo, Msc.Marcos Veiga.





Att. Heffernan

Westagri

GEA Farm Services

Tecnolgias Para Fazenda Leiteira
HEITOR KURT SEINER

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2011

É interessante observar que a ferramenta "Remuneração pela Qualidade" já é usada em outras países a pelo menos 30 anos. Países estes que muitas vezes possuem os parâmetros de qualidade que o MAPA deseja para a IN 51. Sendo assim fica claro que nestes países o Estado não apenas estabeleceu parâmetros, mas de alguma forma INCENTIVOU o setor a alcançar os padrões desejados.


Ainda com relação a "Remuneração pela Qualidade do Leite", mas iimportante do que apenas bonificar ou penalizar, é necessário preparar produtores e colaboradores, investir em melhorias na captação de leite, melhorar sempre a disponibilização de resultados para os produtores e revisar o programa sempre que for necessário. Ou seja, o pagamento é parte de um processo, é uma das ferramentas de um programa de qualidade do leite.


E não há apenas um exemplo de cooperativa ou empresa que possua programa de qualidade com "Remuneração pela Qualidade". E todas as que adotaram programas claros, bem objetivos, com bonificação e penalização, obtiveram melhorias em seus resultados. Mas infelizmente essas empresas não são maioria, ainda há grandes participantes do mercado que não pagam por qualidade, por que?


Por que apenas algumas empresas pagam por qualidade? Por que apenas algumas estão investindo em melhorias em seus processos de captação? Por que apenas algumas participam de debates sobre qualidade do leite?


Com certeza para estas empresas o mais importante é que as bonificações sejam maiores que as penalizações. Não há sentido para uma empresa penalizar mais do que bonificar, poderia ser um atestado de qualidade do leite recebido não é adequada. Qualquer empresa idônea vai querer resultados melhores, pois pagar melhor para um leite de melhor qualidade gera melhor rendimento industrial, com produtos de melhor qualidade e mais força junto ao consumidor. Se houver redução de preço no mercado, a empresa séria vai acompanhar o mercado, usando de outros componentes que não a qualidade.


Todos concordam que o pagamento pela qualidade do leite, como parte de um program de qualidade do leite sério, incetiva e bonifica os produtores que levam a sério a produção de leite. Ou seja, traz resultados de melhoria para toda a cadeia, incentiva os produtores. Por que não há incentivos para as empresas que investem em trabalhos para a melhoria da qualidade do leite no Brasil? Por que não há incentivo para as empresas que adotam o pagamento pela qualidade? Estas trazem benefício para a cadeia.


Em um momento que o governo, através do BNDS, participa de grande fusões no setor industrial. Não seria o momento, do mesmo governo atarvés de políica séria e consistente incentivar quem realmente trabalha por melhorias na cadeia produtiva?


EUCLIDES DE SOUZA

ELDORADO DOS CARAJÁS - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2011

O pagamento por qualidade é um estímulo para que o  produtor produza mais leite e de mais qualidade! No norte, sobretudo no Pará, na região de Eldorado do Carajás estamos recebendo 0,50 centavos pelo litro do leite que é levado ao tanque de expansão mais próximo da propriedade. Sugiro recursos do Ministério da Agricultura aos estados para que esses sejam destinados à Emater ou outro órgão para capacitação dos produtores. Pois, falta muita orientação, coisa de auto-estima mesmo. Como voce mesmo citou as empresas do setor lácteo apresentam ganhos potenciais de rendimento e credibilidade junto ao consumidor. Então, nesse caso as empresas também precisam de investir mais no setor técnico, já temos casos de sucesso em nosso município, más está muito aquém do que pretendemos. Um outro fator é que quando temos  assistencia técnica, nem sempre ela é  "especializada" para o setor leiteiro. Muita das vezes o técnico limita-se a pré-diagnosticar a propriedade e não passa nenhum conteúdo importante ao Produtor de Leite. Motivos como esse nos levaram a procurar nos ultimos anos o apoio da Embrapa Gado de Leite lá em Coronel Pacheco-MG para nos capacitar. Porém, saltamos de 75 mil em 2006 para 137 mil litros de leite/dia em 2010, conforme o ultimo diagnostico da cadeia produtiva do leite de Eldorado do Carajás. Más, a qualidade do leite é um dos pontos de estrangualmento que mais nos preocupa.



Euclides de Souza - Programa MAIS LEITE
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2011

Prezado Marcos Veiga Santos: Parabéns pelo excelente artigo. O mais importante de tudo o que você mencionou é a qualidade da coleta das amostras. Vou direito ao ponto. Por exemplo, forneço leite para um Laticínio de grande porte que já utiliza este sistema de pagamento por qualidade e penalização. Ocorre que, uma vez ou outra, de forma inexplicável, já que o manejo é o mesmo, constante, e a vigilância sanitária sobre o rebanho, muito rígida, de sorte que nos voltamos, sempre, para a qualidade do produto, tanto que mantemos taxas de CCS e UFC bem próximas dos padrões de exigência internacionais, estes valores aparecem alterados, ainda que não ao ponto de produzir penalização do nosso produto. Ora, supondo que nossa meta de produção não fosse tão rigorosa e que fóssemos um produtor mediano, com alguma responsabilidade pela higienização do ambiente produtivo. As oscilações das coletas (mal feitas, no caso) poderiam produzir penalidades injustas ao produtor, que teria diminuida sua renda, sem qualquer motivo, já que a qualidade de seu leite seria boa, malgrado a resposta laboratorial contrária. Por lado outro, imaginemos que determinado laticínio, em face do alto volume captado e sem escrúpulos - é só uma abstração, porque, no geral, as indústrias brasileiras são idôneas - se utilizasse do sistema para pagar menos ao produtor. O método de penalização, portanto, seria uma forma de minimizar o pagamento do valor do leite captado, já que, ruim ou bom, o mesmo entra na planta do latícinio que, temos certeza, não o descarta. Por isso, vemos, com muita ressalva, esta modalidade de pena. Que o produtor não receba pela qualidade, perfeito - não a teve mesmo. Mas, que seja penalizado quando não a atingir, retirando-se dele os valores que iria receberse a conquistasse, é, no mínimo, um risco muito grande de injustiça. Entendo, pois, que tal prática não é recomendável.


Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

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