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Como escolher o antibiótico para tratamento de vaca seca?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 27/07/2001

4 MIN DE LEITURA

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Como já vimos no Radar: A importância do período seco no controle de mastite, o tratamento de vaca seca é um dos principais pilares no controle de mastite de vacas leiteiras, pois atua de duas formas básicas: eliminando as infecções existentes no momento da secagem e também, prevenindo as novas infecções intramamárias no período seco.

Tipicamente, o tratamento de vaca seca tem como alvo principal os agentes contagiosos, os quais são transmitidos de vaca a vaca no momento da ordenha e, portanto, os produtos para tratamento de vaca seca a serem utilizados normalmente contêm como base um antibiótico com ação contra microrganismos Gram positivos. Este grupo de microrganismos Gram positivos incluem o Staphylococcus aureus e o Streptococcus agalactiae. No entanto, com o emprego de programas de controle de mastite que reduzam a incidência de mastite contagiosa, ocorre uma elevação paralela da incidência da mastite ambiental, na qual a vaca torna-se infectada com os microrganismos de origem ambiental, como a Escherichia coli e a Klebisiella.

Uma questão importante no controle da mastite ambiental é que, até recentemente, considerava-se que o tratamento de vaca seca não apresentava efeito no controle dos casos de origem ambiental, em especial nos casos de mastite que ocorrem no início da lactação. Parcialmente, isto ocorre pois os antibióticos usados na secagem atuam quase que exclusivamente contra microrganismos Gram positivos (na grande maioria compostos de microrganismos contagiosos) e com pouca ação contra microrganismos Gram negativos, que na maioria são de origem ambiental.

Atualmente, entretanto, existem pesquisas comprovando que formulações para tratamento de vacas secas que contenham antibióticos com ação contra os agentes Gram positivos e também contra os Gram negativos podem auxiliar no controle da mastite ambiental após o parto no início da lactação. Esta descoberta foi realizada num estudo desenvolvido na Inglaterra, o qual analisou 881 vacas no momento da secagem e nos 100 primeiros dias de lactação. Os animais foram divididos em 2 grupos que foram tratados com um produto para vaca seca com amplo espectro de ação contra microrganismos Gram positivos e Gram negativos (tratamento A), enquanto que o segundo grupo foi tratado na secagem com um produto com ação exclusiva contra microrganismos Gram positivos (tratamento B).

Os resultados do estudo em questão revelaram que os animais tratados com antibiótico com ação contra microrganismos Gram negativos e positivos (tratamento A) apresentaram menor ocorrência de mastite causada por agentes ambientais no início da lactação. Foi constatado, também, que os animais tratados com antibiótico com ação exclusiva contra microrganismos Gram positivos (tratamento B) apresentaram probabilidade duas vezes maior de ocorrência de uma nova infecção intramamária causada por agentes ambientais que os animais do tratamento A.

Este estudo foi o primeiro a demonstrar a eficácia clínica do tratamento de vaca seca como medida para redução da mastite causada por agentes ambientais no início da lactação subseqüente. Os autores do estudo levantam como possíveis razões para este efeito protetor do tratamento de vaca seca contra a mastite ambiental do início da lactação o fato de que algumas cepas de microrganismos ambientais (como a Escherichia coli) terem a capacidade de colonização da glândula mamária durante o período seco, sendo que somente se manifestariam no início da próxima lactação.

Desta forma, podemos concluir que, naquelas fazendas com grande ocorrência de mastite de origem ambiental no início da lactação, uma das medidas que podem auxiliar no controle destes casos é o uso de produtos para tratamento de vaca seca que possuem ação tanto contra microrganismos Gram positivos quanto contra Gram negativos. A escolha adequada do antibiótico para tratamento de vaca seca pode, então, determinar se a terapia da vaca seca pode ser uma medida para o controle da mastite ambiental.

Fonte: J. Dairy Sci. 84:1632-1639, 2001.

Comentário MilkPoint: Este é o 43º radar publicado sobre Qualidade do Leite e Mastite, sob a nossa coordenação. Durante este período de tempo, procuramos divulgar os mais atuais, importantes, interessantes e variados temas que estão sendo estudados no Brasil e no mundo sobre qualidade do leite e controle de mastite. Ainda que os resultados de pesquisas nem sempre possam ser aplicados de forma integral, ou sem algumas modificações, as informações divulgadas podem servir de subsídio para a tomada de decisões, para definir metas futuras e para identificarmos quais as tendências mundiais na área.

Desta forma, buscando uma maior sintonia e, principalmente, tentando atender a demanda de informações dos usuários, gostaríamos de receber sugestões de temas de seu interesse particular, que ainda não foram abordados. Muitas vezes, os problemas reais e sobre os quais ainda temos falta de informações podem ser objeto de radares técnicos, dentro da linha editorial do MilkPoint.

Portanto, será uma grande motivação e prazer poder contar ainda mais com a sua participação e interatividade a partir de agora. Esperamos a sua participação através do endereço: leite@milkpoint.com.br

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2014

Prezada Vanessa, infelizmente, não é possível recomendar um antibiótico para uso intramamário, sem conhecer a fazenda, o animal e as demais informações sobre o agente causador da mastite. Minha sugestão é que procure um médico veterinário que pode auxiliar nesta escolha.



O sucesso do tratamento da mastite não depende somente do medicamento, mas sim da vaca (idade, dias em lactação, CCS), do agente causador e do protocolo a ser usado. Sendo assim, não é possível este tipo de recomendação.



Atenciosamente, Marcos Veiga
VANESSA

LAPA - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 27/02/2014

Gostaria de saber se o antibiótico de escolha é o intramamário, e qual princípio ativo é mais eficiente?

Obrigada
AIRTON AGOSTINETTO

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 22/04/2009

O tratamento para vacas secas é sem dúvida um passo essencial para sanidade do rebanho leiteiro, mas deve-se ressaltar que no controle da mastite existe uma série de medidas que devem ser levadas em consideração para prevenção da inflamação.

Outro ponto interessante na escolha do antibiótico utilizado para a terapia da vaca seca é a sensibilidade que o antibiótico em questão apresenta ante o microorganismo, por isso é muito importante a realização do antibiograma com os animais da propriedade, a fim de caracterizar quais as bactérias que estao envolvidas nos surtos de mastite. O antibiograma além de isolar os microorganismos que estão causando a mastite, serve para testar "in vitro" a sensibilidade que estes possuem a determinados antibibióticos, permitindo que o produtor escolha o melhor antimicrobiano para seu rebanho, aumentando assim a eficácia do tratamento.

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