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Quanto tempo suas vacas permanecem no rebanho?

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2004

5 MIN DE LEITURA

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Se os animais do seu rebanho parecem ter pouco tempo de vida útil, é hora de examinar esta situação! Em outubro deste ano ocorreu no estado de Indiana, USA, uma conferência organizada pela American Dairy Science Association. A conferência abordou a importância do estudo aprofundado das taxas de descarte dos rebanhos leiteiros. O trabalho iniciou-se pela parametrização do que é necessário para se ter um correto diagnóstico da situação. Neste sentido, foi abordada a correta definição da terminologia descarte, esclarecimento da taxa descarte a avaliação das causas utilizadas para justificar o descarte. Sem dúvida, a taxa de descarte possui um dos maiores impactos na lucratividade de uma propriedade. A produção de leite, as iniciativas de crescimento, o fluxo de caixa e a rentabilidade final dos negócios são intensamente influenciados negativamente quando a taxa de descarte é elevada.

A mensuração e a avaliação do descarte em um rebanho é um fato que causa muita discussão. Nos últimos anos diferentes termos foram utilizados para descrever o índice de descarte em um rebanho e diferentes métodos foram utilizados para calcular este índice. Muitas questões são tema de discussão, tais como: as vacas mortas devem ser incluídas no cálculo? Deve-se dividir as vacas descartadas pelas vacas em lactação, por todas as vacas do rebanho ou por todo o rebanho? Deve-se considerar um período de tempo específico?

Na tentativa de elucidar as freqüentes dúvidas sobre o tema, seguem algumas das conclusões do referido seminário, que devem ser consideradas como possíveis parâmetros a serem adotados nas propriedades leiteiras:

 dentre os termos, o mais tradicional é a "taxa de descarte", que calcula o número de vacas descartadas do rebanho por todos os tipos de causa, dividido pela média do número de vacas no rebanho, considerando o mesmo período de tempo no qual foi avaliado o número de vacas descartadas.

 calcule o descarte e o número de mortes separadamente, já que as causas para cada item são geralmente diferentes, e trazem informações específicas importantes que devem ser identificadas no controle de dados zootécnicos.

Atualmente há uma grande preocupação com o contínuo aumento da taxa de descarte nos rebanhos leiteiros. A orientação dos especialistas na área é identificar a causa o mais breve possível, sendo que a razão de descarte mais apontada nos rebanhos é a baixa produção de leite. Entretanto, quando observamos a rotina de identificação da origem do descarte nos rebanhos, nos deparamos com outro entrave: "quando um animal apresenta baixa produção de leite devido à mastite crônica, qual é a verdadeira causa: mastite ou baixa produção de leite?" Observe o exemplo de um rebanho no qual a incidência de mastite é de 30 a 50%, a incidência de problemas de casco é de 30 a 40% e a incidência de infecção uterina e de doenças metabólicas é de 15 a 40%; quantas vacas foram realmente descartadas devido à baixa produção de leite? "E então, por que você descarta suas vacas?".Pense sobre isso no momento de relatar a causa e procure chegar a um consenso e identificar sempre o verdadeiro motivo do descarte.

Consultores da área orientam que o ideal é cadastrar o descarte por categorias, tais como problemas de casco; mastite; doenças do pós-parto; etc. Assim é possível determinar quanto da taxa de descarte pode ser reduzida com a melhoria do manejo sanitário em determinadas áreas do rebanho. Por exemplo, em um rebanho que possui uma taxa de descarte de 28%, e que possui um bom levantamento de dados, foi possível determinar que metade de todos os descartes estava associada a duas causas: mastite e problemas de casco. Já um segundo rebanho que possui uma taxa de descarte de 36%, a análise dos dados apontou que 75% dos animais descartados saíram do rebanho devido a problemas associados a doenças, mas não foram cadastrados os grupos de doença, por isso não foi possível atuar sobre a informação que o dado ofereceu.

Neste sentido, o levantamento dos números relativos ao descarte é uma informação importante para o gerenciamento do rebanho, mas quando a causa do descarte é também cadastrada, este dado pode ser utilizado como uma ferramenta de manejo para direcionar a prevenção e, desta forma, colaborar para a redução das perdas. Na realidade, rebanhos que procuram combater as altas taxas de descarte com foco na sanidade dos animais e na execução de um descarte consciente, conseguem em médio prazo uma significativa redução da taxa de descarte, e conseqüentemente, incrementam o crescimento do rebanho, ou quando não têm a intenção de crescer, aumentam a venda de novilhas.

Em média, nos USA, a taxa nacional de óbitos nos rebanhos leiteiros varia de 8 a 10% e a taxa de descarte é de 36%. A taxa de descarte deveria variar entre 20 e 30%, mas um importante parâmetro para determinar qual a meta para a taxa de descarte é a análise aprofundada de cada rebanho. Os fatores que devem ser analisados para auxiliar a definição da taxa de descarte ideal para cada situação são: número necessário de vacas em lactação; disponibilidade de novilhas para reposição; valor das vacas X valor das novilhas (caso vendidas); valor dos animais descartados; situação reprodutiva do rebanho (numero de vacas prenhes) e produção de leite diária mínima necessária para cobrir os custos de produção por vaca.

Identificar o período da lactação em que os descartes ocorrem é uma outra boa informação que o levantamento dos dados pode oferecer. Os dados de rebanhos nos USA apontam que um terço das vacas descartadas deixa o rebanho nos primeiros 100 dias da lactação, e que outro terço deixa o rebanho com mais de 300 dias em lactação. Sem dúvida, os descartes ocorridos nos primeiros 100 dias possuem um maior impacto, e, na maioria das vezes, estes animais são descartados devido a problemas metabólicos, mastite, distocias, etc. Outra informação importante é a idade do animal descartado. Geralmente, a vaca leiteira começa a dar retorno positivo para a fazenda apenas no meio da segunda lactação. "E então, qual a média de lactação das suas vacas descartadas?".

Descartar um animal é uma decisão que deve visar sobretudo o ponto de vista econômico da atividade. Todos os fatores abordados acima devem ser revistos durante a decisão do descarte. Procure entender onde está concentrado o descarte, quais os fatores que mais afetam o rebanho e como utilizar a taxa de descarte como uma positiva ferramenta de manejo da atividade.

Fonte:

Cattell, M. Culling: waste not, want not. Dairy herd Manangement. Dezembro, 2003.
Brett, J. What is the ideal culling rate? Dairy herd Manangement. Outubro, 2003.
Booth, C.J. Effect of lameness on culling in dairy cows. J. Dairy Sci., v.87, p.4115-4122, 2004.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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