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Quanto o produtor estima, e quanto realmente é a prevalência de claudicação no rebanho

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/11/2002

3 MIN DE LEITURA

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A identificação dos animais acometidos com problemas podais representa um dos maiores entraves para a redução dos prejuízos ocasionados pela doença. Enquanto os animais continuarem mancando, sem sequer serem diagnosticados, as lesões de casco continuarão sem solução, causando perdas expressivas na produtividade dos rebanhos.

Os resultados das pesquisas citadas neste artigo evidenciam o quanto a ocorrência de manqueira estimada na propriedade é inferior à prevalência determinada por um levantamento.

O escore de locomoção é uma ferramenta muito útil para avaliar a prevalência de claudicação no rebanho. Um passo inicial para a redução dos problemas de casco é a consciência da taxa de ocorrência do problema; só assim será possível identificar e tratar animais acometidos, evitando casos crônicos e prejuízos "crônicos". Só, também, com o levantamento de dados é possível avaliar os efeitos positivos, ou não, das medidas de controle implementadas.

Um estudo realizado nos EUA, na região de Minnesota e Wisconsin, observou que a prevalência estimada pelo gerente das fazendas era 2,5 vezes menor que a prevalência realmente existente no rebanho.

Este ano, no 12o Simpósio Internacional de Problemas de Casco ocorrido na Flórida - EUA, foi publicado um levantamento realizado na Inglaterra em 2001. O estudo foi realizado em 53 rebanhos que, em média, possuíam 120 vacas em lactação. Na primeira visita à fazenda a pessoa responsável pelo rebanho (gerente do curral ou proprietário) informava quantas vacas mancas em lactação existiam no rebanho naquele dia. Eles eram estimulados a incluir animais mancos em tratamento, vacas que aguardavam tratamento e animais que apresentavam uma manqueira leve à moderada. Em seguida, o escore de locomoção de todos os animais foi avaliado no momento da saída da ordenha.

Neste estudo, foi evidenciado que a prevalência das afecções de casco nas fazendas era também subestimada. Observe no Gráfico 2 que a prevalência estimada pelos proprietários ou gerentes do rebanho das 53 fazendas era de 5,73%, e que a prevalência mensurada após a realização do levantamento foi de 22,11%. Desta forma, fica fácil entender porque vários casos se tornam crônicos e afetam a desempenho do animal durante um longo período, ou seja, grande parte dos casos não são sequer identificados no manejo da propriedade.

Gráfico 2 - Diferença entre a percepção da prevalência estimada na fazenda e a prevalência mensurada com o levantamento.
 

 


Foi também observado que a Verruga de Casco estava presente em 39 das 53 fazendas, e que as fazendas acometidas com a Verruga apresentavam uma prevalência de claudicação significativamente maior que as demais. Os autores destacaram que as fazendas que possuíam um tronco casqueador apresentavam uma prevalência inferior às outras.

Este ano, no Brasil, foi publicado no XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária - ocorrido em Gramado - RS, um levantamento da prevalência das afecções podais em vacas leiteiras nas bacias de Belo Horizonte e Pedro Leopoldo - MG. O estudo foi realizado por pesquisadores da Escola de Veterinária da UFMG. Foram avaliadas 57 propriedades manejadas em sistema semi-intensivo e 6 em sistema intensivo. A prevalência de animais acometidos foi de 92,7% no sistema intensivo e 89,4% no sistema semi-intensivo. Nesta pesquisa, além do escore de locomoção, todos os animais foram avaliados no tronco casqueador, fato que contribuiu para a detalhada avaliação das lesões, bem como para um levantamento minucioso da sua ocorrência. Foi observado que a maior parte das lesões apresentou severidade de graus leve à moderada. Foi realizado um questionário nas propriedades, onde 78% dos entrevistados afirmaram que, no momento do experimento, o número de animais com problemas de casco era pequeno, o que difere bastante dos resultados obtidos. Além das informações acima, foi constatado que os problemas de casco ocasionaram 26,6% do descarte nas propriedades avaliadas.

Concluindo, estes levantamentos mostram claramente o quanto o problema de casco é negligenciado. Não existe segredo, nem soluções milagrosas, as lesões devem ser diagnosticadas e tratadas. Com base nestas informações, pode-se imaginar quantos animais não recebem tratamento, permanecendo com a produtividade comprometida e, logicamente, reduzindo a lucratividade do rebanho.

Fonte:

WHAY, H.R. et al. Farmer perception of lameness prevalence. Proc. 12th Int. Symp. on Lameness in Ruminants, Florida, USA: 355-358, 2002.

SOUZA, R.C. Perfil epidemiológico e clínico das afecções podais em vacas nas bacias leiteiras de Belo Horizonte e Pedro Leopoldo. Belo Horizonte: Escola de Veterinária da UFMG, 2002, 72p. (tese, mestrado).

 

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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