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Porque o BVDV causa uma doença tão complexa? - Parte 2

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/05/2003

5 MIN DE LEITURA

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Pesquisas realizadas no Brasil têm demonstrado que a infecção pelo BVDV está amplamente difundida em nosso rebanho. Como ainda não existem programas oficiais de combate ao BVDV no Brasil, programas voluntários de controle através da triagem dos rebanhos, identificação e eliminação de animais PI têm sido recomendado por especialistas na doença.

Com o objetivo de viabilizar um teste para triagem e identificação de rebanhos infectados, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, adaptaram a técnica sorológica de soro-neutralização para a detecção de anticorpos no leite. A identificação de rebanhos com atividade viral através de amostras do leite representa um importante avanço para a identificação e controle da doença.

Nos países escandinavos, o desenvolvimento de um teste de ELISA capaz de detectar anticorpos anti-BVDV em amostras coletivas de leite, tem impulsionado programas de controle e erradicação da infecção pelo BVDV, uma vez que o nível de anticorpos no leite apresenta correlação com a proporção de animais soropositivos nos rebanhos.

Os pesquisadores destacam algumas premissas que devem ser consideradas para a utilização desta técnica de triagem:

- Rebanhos que apresentam níveis sorológicos elevados na triagem devem ser submetidos a procedimentos adicionais para a identificação de animais PI
- O monitoramento sorológico através de amostras coletivas do leite visa detectar rebanhos com atividade viral atual ou recente
- Rebanhos vacinados contra o BVDV podem potencialmente ser detectados pelo teste de triagem. Em situações como esta, os rebanhos positivos identificados pela triagem deverão ter seu status vacinal investigado, a fim de determinar a origem da sorologia positiva
- Esta técnica viabiliza o teste de um grande número de amostras através do leite enviado rotineiramente para a contagem de células somáticas (CCS), reduzindo os custos com a coleta individual e transporte de amostras.

Além da técnica de soro-neutralização comentada acima, existem outros métodos de diagnóstico da BVDV. É muito importante que o método de diagnóstico seja selecionado de acordo com a informação que o Veterinário deseja obter, como por exemplo: detectar animais PI ou realizar a triagem dos rebanhos infectados.

Os testes mais utilizados nos laboratórios do Brasil são o Isolamento Viral (caracterização do vírus e identificação de animais PI) e a Soro-neutralização (teste para triagem e mapeamento). Mas também podem ser realizados outros testes, tais como ELISA, PCR e Imuno-histoquímica.

A Soro-neutralização é um método de diagnóstico amplamente utilizado que detecta anticorpos específicos no soro ou em secreções (o leite, por exemplo). As técnicas de detecção de anticorpos são bastante específicas, já que os anticorpos produzidos em resposta a um determinado agente são restritos ao agente que os induziu. Este teste permite a triagem de rebanhos, determinando a presença, freqüência e distribuição dos anticorpos. Algumas estratégias podem ser utilizadas para obter informações adicionais sobre a situação do rebanho, tais como: sorologia de amostras individuais de animais jovens; sorologia em amostras coletivas de animais entre 6 e 18 meses de idade.

O Isolamento Viral é um método clássico de diagnóstico, sendo que o isolamento e identificação de vírus em cultivo celular continua sendo o método direto mais utilizado. As amostras que podem ser enviadas para a realização deste teste são: sangue, secreções ou tecido dos órgãos afetados (lesão das mucosas, trato respiratório, reprodutivo ou digestivo). É muito importante para o sucesso da análise que a coleta e acondicionamento do material sejam feitos com a máxima assepsia possível. Este método irá detectar animais persistentes (PI) e animais com a infecção aguda, possibilitando ainda, a caracterização do vírus. As restrições desta técnica são os custos e o tempo necessário para a obtenção do resultado.

A Imuno-histoquímica em biópsia de tecidos (mais comumente tecidos da orelha) é uma técnica utilizada para a identificação de animais PI no rebanho. Este é um método ainda pouco utilizado no Brasil (a Faculdade Federal do Rio Grande do Sul realiza o exame), mas tem sido bastante difundido em outros países. É um método de diagnóstico rápido e que pode ser realizado em bezerros recém nascidos para a triagem de animais PI.

A técnica de PCR constitui-se em um método com alta especificidade, sensibilidade e rapidez. Esta técnica pode ser realizada em amostras de leite, sangue ou em tecidos. Auxilia no rastreamento da doença e na identificação de animais PI. No Brasil, ainda é um exame caro, mas futuramente será cada vez mais utilizado.

Além das técnicas abordadas acima, deve-se destacar o teste de ELISA, que constitui uma técnica simples e prática, mas que ainda apresenta altos custos.

É imprescindível destacar que para a confirmação de animais PI são necessários dois testes intervalados de 14 a 21 dias, já que a coleta do material para diagnóstico pode ser realizada durante o pico de viremia, ocasionando um resultado positivo. A solução para este problema é a realização de uma segunda coleta. Caso ambos os resultados sejam positivo, o animal poderá ser considerado persistentemente infectado.

Depois de realizado o diagnóstico, é importante definir qual é o objetivo de cada rebanho. Em certos rebanhos, a estratégia de controle poderá ser apenas minimizar as perdas econômicas advindas da doença, em outros, poderá ser a eliminação do vírus do rebanho.

Fonte:

BROWNLIE, J. Bovine virus diarrhoea virus: pathogenesis and control. In: WORLD BUIATRICS CONGRESS, 22, Hannover, 2002. Proceedings p.25-30.

Hoard's Dairyman, Outubro / Novembro / Dezembro, 2002 e Janeiro de 2003.

FLORES, E.F. et al. Diversidade antigênica de amostras do vírus da diarréia viral bovina isoladas no Brasil: implicações para o diagnóstico e estratégias de imunização. Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec. v.52, p.11-17, 2000.

BRUM, M.C.S. et al. Proteção fetal frente a desafio com o vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) em ovelhas imunizadas com duas amostras de vírus modificadas experimentalmente. . Pesq. Vet. Bras. v.22, p.64-72, 2002.

SCHERER, C.F.C. et al. Técnica rápida de neutralização viral para a detecção de anticorpos contar o vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) no leite. Pesq. Vet. Bras. v.22, p.45-50, 2002.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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CARLOS RICARDO CARDOSO OLIVEIRA ASSIS

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/11/2015

Ola Renata, parabéns pelo artigo...



Estou com um lote de 40 receptoras para parirem nos próximos 2 meses. 2 desses animais apresentaram parto prematuro e bezerros fracos e um destes o bezerro nasceu cego e com má formação dos membros.



Ao ler seu artigo reforçou ainda mais a minha suspeita de BVD no rebanho.

Irei descartar estes dois bezerros que nasceram porem estou com medo de ter mais algum problema. Você acha que a revacinação das receptoras prenhas (terço final de gestação) pode evitar mais problemas ou poderia gerar abortos?



PS: As receptoras forma vacinadas (IBR e BVD) no incio dos trabalhos de transferência de embriões..



Muito Obrigado



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