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Enterotoxemias

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/01/2005

3 MIN DE LEITURA

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A enterotoxemia constitui um grupo de enfermidades causadas pela bactéria Clostridium perfringens. O Clostridium perfringens tipo D é conhecido como agente etiológico da enterotoxemia causada pela toxina epsilon (também conhecida como doença da superalimentação). As enfermidades deste grupo, usualmente, são caracterizadas por neuropatias, apresentam início súbito e curso rápido, exibem sinais clínicos e lesões pouco específicas, causam alta morbidade e expressivas perdas econômicas.

Os fatores predisponentes estão associados à mudança drástica na dieta e sobrecarga alimentar. O agente é geralmente ingerido pelo animal juntamente com o alimento. Na presença dos fatores predisponentes, grandes quantidades de bactérias chegam ao intestino delgado com conseqüente produção da toxina epsilon, que por sua vez, atua sobre o epitélio intestinal causando aumento da permeabilidade vascular. Quando a toxina alcança a circulação sanguínea é levada aos órgãos (cérebro, rins, pulmões, fígado e coração), onde acarreta a degeneração das células endoteliais, aumento da permeabilidade vascular, extravasamento de líquido e proteínas para o espaço perivascular e conseqüente edema. O edema cerebral, edema do pulmão e a encefalomalacia focal simétrica (EFS) são sinais neurológicos e respiratórios característicos da enterotoxemia.

O controle da enfermidade deve considerar a redução dos fatores predisponentes e a vacinação das vacas no pré-parto e bezerros.

É importante diferenciar a enterotoxemia das doenças que levam a quadros clínicos semelhantes, tais como o botulismo, raiva, intoxicação com plantas, entre outras.

Freqüentemente, as enterotoxemias causam grande controvérsia no que diz respeito ao seu diagnóstico no campo. Por este motivo, e também pelo fato das informações técnicas sobre a enfermidade serem escassas na literatura, o Professor de Clínica de Ruminantes da UFMG, Elias Facury Filho realizou sua tese de doutorado sobre o tema. A tese constitui uma revisão minuciosa sobre o tema e aborda de forma clara as características clínicas e patológicas, contribuindo de forma expressiva para o estabelecimento de um protocolo para o diagnóstico da enfermidade.

Este e o próximo artigo abordam algumas das principais informações obtidas nesta tese com o intuito de difundir as relevantes características da enfermidade e reduzir as controvérsias para o seu diagnóstico.

O pesquisador relata que apesar da falta de conhecimento técnico sobre a enterotoxemia e ao pequeno contingente de estudos em bovinos (descrita com maior freqüência em ovinos), a enfermidade é apontada usualmente como causa de morte súbita em bovinos no campo.

Durante a pesquisa foi observado que a manifestação clínica do quadro agudo da doença variou de 30 minutos a dez horas, desde os primeiros sinais até o decúbito lateral, sendo que os sinais clínicos caracterizaram-se inicialmente por apatia, ataxia com andar cambaleante, dispnéia com respiração abdominal e diminuição ou atonia dos movimentos ruminais. Após essa fase, observou-se exacerbação da ataxia com abertura do quadrilátero de sustentação e em seguida decúbito lateral. Ocorreram episódios de convulsões intermitentes. Todos os bezerros avaliados apresentaram cegueira, com reflexo pupilar presente; foi também observado sialorréia intensa, perda do tônus e protusão do ânus. Tais alterações foram progressivas evoluindo para coma e morte.

Foi também relatado um caso subagudo de enterotoxemia que apresentou sintomas iniciais semelhantes aos do quadro agudo, entretanto não evoluiu para decúbito lateral e convulsão.

O autor cita que a análise dos quadros clínicos dos animais avaliados na pesquisa, com exceção de dois animais que se recuperaram, possuem os mesmos padrões clínicos descritos na literatura para os ovinos

As características dos achados macroscópicos durante a necropsia, as alterações microscópicas e os resultados da patologia clínica serão abordados no próximo artigo. Até lá!

Fonte:

FACURY, E. F. Indução experimental de enterotoxemia pelo Clostridium perfringens tipo D em bovinos. 2004. 106f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) - Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

LOBATO, F.C.F; ASSIS, R.A. Controle e profilaxia das clostridioses. A Hora Veterinária, ano19, n.113, 2000.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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