ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Bioseguridade na criação de animais jovens

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/05/2000

4 MIN DE LEITURA

0
0

José Roberto Peres

A bioseguridade pode ser definida como a prevenção da transmissão de agentes causadores de doenças. Esta é a atual palavra de ordem em vários países. Este conceito está começando a ser divulgado em nosso meio mas ainda é esquecido na maioria das fazendas, especialmente no que se refere à criação de novilhas.

Um plano de bioseguridade de sucesso controla o risco de transmissão de doenças. Os fatores que alteram o risco são chamados fatores de risco. Alguns fatores de risco aumentam, e outros diminuem, o risco de algo ocorrer. Por exemplo, agrupar bezerros recém-nascidos pode aumentar o risco de doenças; o correto fornecimento do colostro pode diminuir este risco. Num plano de bioseguridade o objetivo é minimizar os fatores que aumentam o risco de transmissão de doenças e maximizar os fatores que diminuem este risco. Nós temos controle sobre alguns fatores, mas não sobre outros. Mau tempo pode aumentar o risco de pneumonia, mas nós não podemos alterar o clima. Nós podemos alterar outro fator de risco para pneumonia - a taxa de ventilação de um estábulo.

O benefício de se controlar riscos deve ser pesado contra seus custos. Vamos imaginar que um aerosol foi desenvolvido para repelir o ataque de elefantes. Você compraria? Exceto para tratadores de zoológico, a maioria de nós provavelmente aceitaria o baixo risco de ser atacado por elefantes. Portanto, seu custo não compensaria seu benefício. Este benefício não precisa ser financeiro. Vamos assumir que o aerosol mencionado custasse quase nada, mas causasse câncer com o uso contínuo. Neste caso, o custo da redução do risco de ataque seria muito alto.

Quando se planeja um plano de bioseguridade é importante ter em mente que a fazenda pode ser considerada um ecossistema completo, onde os animais jovens dividem o ambiente com outros organismos, numa combinação única de fatores (manejo, materiais, flora, fauna, geologia e geografia) que são o sistema de produção da fazenda. A possibilidade de infecção depende portanto de pontos de controle ligados ao hospedeiro (resistência do animal à infecção); ao agente causador da doença e sua habilidade de invadir o hospedeiro; e aos fatores ambientais, que colocam o agente em contato com o hospedeiro. Um bom plano de bioseguridade deve portanto ser adaptado à fazenda e deve seguir 3 princípios básicos:

1. Aumentar a resistência do animal às doenças - a resistência pode ser à própria infecção, ou a resistência a ficar doente após a infecção. Esta distinção entre infecção e doença é importante. Em algumas circunstâncias nós nos preocupamos com a doença; a infecção sem a doença pode não ser importante. Em outras situações os animais infectados, mas não doentes, podem ter grande importância por funcionarem como foco da doença para outros animais ou até mesmo poderem se tornar doentes num outro momento. A resistência a doenças pode ser não específica, quando o animal possui saúde suficiente para combater infecções em geral; ou específica, por seu sistema imunológico estar preparado com anticorpos de defesa contra uma doença específica.

A vacinação é uma forma de imunizar um animal contra uma doença específica. Ela no entanto não impede a infecção. Alguns produtores e veterinários infelizmente "apostam todas suas fichas" na vacinação esquecendo de controlar outros importantes fatores de risco.

2. Minimizar o número de contatos que resultam em doenças - nem todo animal exposto a um agente infeccioso se infecta ou fica doente. Exposição suficiente para resultar em infecção ou doença é chamada de contato efetivo. Ele pode depender do tempo de contato ou do número de agentes transferidos. O número de contatos efetivos pode ser reduzido pela separação física dos animais, ou pela redução da dose de organismos transmitidos durante o contato. Métodos de separação física incluem a quarentena; segregação, freqüentemente por idade ou classe animal; isolamento individual; ou diluição do número de animais numa determinada área geográfica. A diminuição da dose de organismos pode ser obtida pelo uso de medicações preventivas e boa higiene.

Casinhas para bezerros são um excelente exemplo de um sistema de produção desenhado para minimizar o número de contatos efetivos (desde que espaçadas suficientemente). Os bezerros devem ser rapidamente separados das mães (mínimo tempo de contato) e abrigados em casinhas desinfetadas (higiene) sem contato direto com outros bezerros (isolamento).

3. Eliminar as fontes de agentes infecciosos - reservas de infecção para animais jovens são os animais ou objetos que os agentes dependem para sobrevivência; incluindo, mas não limitado a, outros bovinos, pássaros, insetos, roedores, pessoas, esterco, solo, superfície de água, tanques de água, alimentos e equipamentos de alimentação. Os agentes infecciosos podem residir em animais hospedeiros que são infectados, mas não aparentam a doença ou podem sobreviver no ambiente esperando pelo momento de contato.

É muito difícil identificar ou eliminar as reservas de muitos agentes infecciosos. É importante saber onde o agente sobrevive e como o contato ocorre. Normalmente não conseguimos identificar os hospedeiros de muitas doenças que afetam animais jovens pelo simples teste individual. O nível de infecção de um rebanho normalmente pode ser melhor determinado que o de indivíduos isolados. Uma boa prática, portanto, seria somente adquirir animais de rebanhos com baixo risco de infecção.

No próximo artigo daremos alguns exemplos destes princípios aplicados a algumas doenças específicas, na criação de animais jovens.

Comentário MilkPoint: a prevenção de doenças, a médio-longo prazo tende sempre a ser mais efetiva e econômica que os métodos de tratamento de animais doentes, especialmente nas doenças que ocorrem em surtos. Todo rebanho deveria, junto com seu veterinário, elaborar um plano de prevenção, quando a doença permite.

 

********



fonte: Smith, D.R, 1999. Biosecurity risk management to improve heifer health and value. In: 3rd Annual PDHGA National Conference. Bloomington, Minnesota.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures