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Estudo da microbiota ruminal: quando apenas abrir os olhos não é o suficiente

POR NATANAEL LEITÃO

ESPAÇO ABERTO

EM 01/03/2017

1 MIN DE LEITURA

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Não é novidade que o corpo dos animais abriga trilhões de células de micro-organismos, dentre bactérias, fungos e protozoários. Identificadas primeiramente no sistema digestivo, essas populações por muitos anos foram denominadas “flora intestinal”, e hoje, devido a classificação dos micro-organismos fora do grupo dos vegetais, são chamadas de microbiota, e sabe-se que também estão presentes na pele, partes do sistema respiratório e genito-urinário.


microbiota ruminal
(Ilustração: Kristen Phillips)

Os bovinos são dotados de uma microbiota extensa e variada, principalmente no rúmen, órgão responsável pela fermentação da matéria vegetal que abriga mais de 200 espécies de bactérias, 25 gêneros de protozoários e seis gêneros de fungos identificados até o momento. Dentre as bactérias, grupo mais abundante e diversificado, destacam-se as responsáveis pela digestão de fibras Fibrobacter succinogenes, Ruminococcus albus, Prevotella ruminicola e as digestoras de amido Ruminobacter amylophilus, Succinivibrio dextrinosolvens, S. amylolytica e o grupo dos Lactobacillus spp. (Puniya, 2015). Essas bactérias possuem repertórios enzimáticos que quando combinados, agem sequencialmente na quebra do alimento ingerido, efetuando parte do processo da digestão para o animal.

Uma microbiota ruminal sadia desempenha um importante papel fisiológico como na produção de vitaminas do complexo B, ativação do sistema imunológico e principalmente em processos digestivos dos animais. A predominância do grupo dos Firmicutes em animais em lactação está correlacionada com aumento da produtividade de leite em até 30% (Pitta, 2016). O aumento dos gêneros Prevotella sp. e Lactobacillus sp. está correlacionado com aumento da ingestão de matéria seca (Derakhshani, 2017).

Desequilíbrios na microbiota ruminal, como o aumento dos gêneros Campylobacter sp. e Kingella sp., estão associadas com a acidose ruminal (Wetzels, 2016). Aumento da população dos grupos Bacteriodes e Proteobacteria provoca redução na ingestão de concentrado em animais em lactação (Dieho, 2017). Em animais com elevada produção de metano, o grupo Methanobrevibacter spp. foi duas vezes mais abundante que o esperado (Wallace, 2015).

A manipulação da microbiota é uma das mais modernas vertentes biotecnológicas da pecuária e pode trazer diversos benefícios aos animais e aos produtores rurais, caso seja realizada adequadamente. A alternativa mais viável para realizar uma manipulação satisfatória é com a utilização de probióticos específicos. Para as novas oportunidades do século XXI o produtor rural não deverá apenas abrir olhos, mas quem sabe olhar pelas lentes de um microscópio.
 

NATANAEL LEITÃO

Natanael é biólogo pela UECE, com mestrado e doutorado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. Possui experiência em microbiomas e desenvolvimento de probióticos de uso animal. Fundador da YLive biotecnologia.

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NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 13/03/2017

Hola, Sergio, muchas gracias por su comentario. Hay mucho que estudiar sobre la microbiota ruminal. Hoy se sabe que los microrganismos son más importantes de lo que pensábamos. Abrazos!
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 13/03/2017

Boa tarde, Maurício, obrigado pela leitura. Seguem as referências.



Metagenomic Analysis of the Rumen Microbiome of Steers with Wheat-Induced Frothy Bloat (2016). Pitta et al. Frontiers in Microbiology



Epimural Indicator Phylotypes of Transiently-Induced Subacute Ruminal Acidosis in Dairy Cattle (2016). Wetzels et al.  Frontiers in Microbiology



The rumen microbial metagenome associated with high methane production in cattle (2015). Wallace et al. BMC Genomics.



Changes in rumen microbiota composition and in situ degradation kinetics during the dry period and early lactation as affected by rate of increase of concentrate allowance. (2017). Dieho et al. J Dairy Sci.



Rumen Microbiology: From Evolution to Revolution (2015). Puniya et al. (Book). Ed. Springer
MAURÍCIO XAVIER

ITABERABA - BAHIA - ESTUDANTE

EM 13/03/2017

Muito bom Natanael. Percebi que suas referencias são bastante atuais. Se importaria em nos apresentar o titulo dos artigos e o nome da revista? Não precisa disponibilizar os artigos, apenas referencia-los. Obrigado pela contribuição e esperamos ler mais artigos seus aqui no portal. Forte abraço.
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 07/03/2017

Muy buen articulo. Siempre se discute se la fibra mas corta o mas larga, etc, etc, pero pocas veces se habla de lo que pasa en el rumen, el rol de las bacterias, si agregar levaduras o no, si mojar o humedecer el heno con cultivos bacteriologicos, ect.
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 07/03/2017

Bom dia, Sharleny. Infelizmente não posso disponibilizá-los devido política de direitos autorais. Eu tenho acesso via instituição. Talvez você consiga acesso na biblioteca da sua universidade. Abraço!
SHARLENY BRAZ

PAULISTA - PERNAMBUCO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/03/2017

Natanael será que você pode disponibilizar as referências citadas no artigo?
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/03/2017

Exatamente, Márcia, os avanços na biotecnologia permitirão conhecer melhor os animais e desenvolver novas soluções para melhoria de saúde e longevidade. Um abraço!
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/03/2017

Muito obrigado, Pedro. Publicaremos outros artigos  sobre o assunto aqui no site, acompanhe. Os artigos científicos citados no texto são bem interessantes e podem ser facilmente encontrados na internet. Caso tenha alguma dúvida, podemos ajudá-lo.
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/03/2017

Muito obrigado, Giliardi.
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/03/2017

Obrigado pelo interesse, Francisco.
NATANAEL LEITÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 02/03/2017

Obrigado pelo interesse, Claudir. Publicaremos mais artigos relacionados aqui no site. Acompanhe.
MARCIA MARTINI STUM

CASCAVEL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2017

Já não basta apenas tratar bem os animais e esperar que dêem leite.  Temos que ir além dos olhos como falam e entender vomo funciona o rumen para que o animal tenha saúde e longevidade.
PEDRO HENRIQUE DE MELO GARCIA

RIO LARGO - ALAGOAS - ESTUDANTE

EM 02/03/2017

Boa tarde Natanael Leitão, muito interessante a matéria. Desde já, gostaria de saber se tem a possibilidade de disponibilizar artigos sobre o tema, ou sobre "Saúde Ruminal"?
GILIARDI ZANATTA

POÇO DAS ANTAS - RIO GRANDE DO SUL

EM 02/03/2017

Muito interessante mesmo!
FRANCISCO PEREIRA SANTOS

CHAPADINHA - MARANHÃO - ESTUDANTE

EM 02/03/2017

Muito interessante.
CLAUDIR JORGE KUHN

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/03/2017

Muito bom o assunto. Se possível gostaria que fossem apresentados mais artigos sobre a matéria em questão.

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