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Produção de leite a pasto ou em confinamento: onde se lucra mais?

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/07/2004

3 MIN DE LEITURA

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Por João Cesar de Resende e Duarte Vilela1

No contexto mundial, o Brasil aparece como um dos países mais competitivos em termos de custos de produção de leite. Dispomos de condições climáticas altamente favoráveis para o pleno crescimento das forrageiras, praticamente o ano todo, mão-de-obra relativamente mais barata e possibilidade concreta de grandes acréscimos de produtividade, tanto pela genética, como pela alimentação, sem mesmo falar nos 90 milhões de hectares que temos de fronteira para expansão horizontal. Numa iminente disputa com potenciais concorrentes do Hemisfério Norte pelo mercado internacional de lácteos, não resta dúvida que levamos algumas vantagens, mesmo considerando os pesados subsídios praticados por esses países.

Os ajustes tecnológicos no processo de produção no campo têm acontecido de forma veloz, principalmente na direção de modernos e revolucionários modelos intensivos de produção, focados na pastagem e com possibilidade de produtividade até 20 vezes maior do que os sistemas extensivos de produção de leite a pasto sem adoção de tecnologia, ainda praticados na grande maioria das regiões produtoras do País.

A análise de experimentos conduzidos na Embrapa Gado de Leite nos últimos 10 anos, em que se avaliou o desempenho de vacas Holandesas com potencial produtivo de 6000 kg/lactação, mostrou que a produção de leite a pasto de coast-cross (Cynodon), quando comparada com sistema em confinamento, foi a mais viável economicamente, apresentando margem de lucratividade próxima de 50% maior, mesmo tendo produzido aproximadamente 20% menos leite (Ver Tabela).

Comparativo da produção de leite a pasto e em confinamento.


Dados originais em R$, convertidos para US$ pela taxa média de câmbio de maio de 2004
Fonte: VILELA, D.; ALVIM, M. J. ; CAMPOS, O. F..; RESENDE, J. C. Produção de leite de vacas Holandesas em confinamento ou em pastagem de Coast-cross. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.25, n.6, p.1228-1244, 1996.



Mesmo com nível de produtividade menor, lucrou-se mais produzindo leite a pasto. Contudo, para que isso ocorra é necessário que a vaca tenha à disposição forragem fresca, abundante e de boa qualidade. Nessa situação existe significativa redução de custos, principalmente com silagem e concentrados, itens que na produção de leite chegam a representar mais da metade dos custos totais. Além disso, os modelos confinados ficam em desvantagem pelos maiores investimentos em instalações e máquinas, maiores gastos com medicamentos e mão-de-obra, maiores danos que causam ao meio ambiente, maior possibilidade de contaminação do meio ambiente, odor e manejo mais difícil e caro dos dejetos acumulados nas instalações.

Outra questão: com outras forrageiras o sucesso dos sistemas de produção de leite a pasto se repete?

Na Embrapa foi também comparado o desempenho de vacas Holandesas em confinamento e pasto de alfafa, uma leguminosa de altíssimo valor nutritivo, fornecida como única fonte de alimento durante toda a lactação. A produção de leite com 4% de gordura caiu 12% a pasto (18,6 x 21,2 kg/vaca/dia)1, diferença que não se traduziu em vantagem econômica pelos maiores custos com a alimentação das vacas em confinamento.

À semelhança do que se avaliou na Embrapa, na Flórida, Estados Unidos, pesquisadores compararam sistemas de produção de leite com vacas Holandesas em confinamento e a pasto misto de Cynodon e Azevém. Também lá, os pesquisadores concluíram que a produção de leite a pasto foi 17% menor (24 e 29 kg/vaca/dia)2 e a margem bruta 10% maior (U$5,84/vaca a pasto e 5,32/vaca em confinamento). O custo mais alto da alimentação foi o principal responsável pela menor lucratividade do confinamento.

Estas pesquisas reforçam o argumento da maior competitividade dos sistemas focalizados na pastagem e indicam ser estes os modelos que devem prevalecer no futuro nos trópicos.

1VILELA, D.; CÓSER, A.C.; PIRES, M. F. A.; MALDONADO, H. V.; CAMPOS, O. F.; LIZIEIRE, R. S.; RESENDE, J. C.; MARTINS, C. E. Comparação de um sistema de pastejo rotativo em alfafa (Medicago sativa, L.) com um sistema de confinamento para vacas de leite. Archivo Latinoamericano de Produción Animal, Santiago, v.2, n.1, p.69-84,1994.

2FONTANELLI,R.S.; SOLLEMBERGER,L.E.; STAPLES,C.R. Dairy cow performance pasture-based feeding systems and in confinement. Univ. of Florida, Gainesville, Florida:Agronomy Department, 23p. 2000.

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FELIPE ALARCON PERES

EM 04/03/2019

Artigo interessante!

Não existe fórmula de bolo na agricultura. Independente de qual sistema for empregado, deve ser ajustado com a realidade de cada produtor. Já trabalhei de Fazendas Industriais a Agricultura Familiar, o que lhe mantém sua sobrevivência na atividade é sua rentabilidade, cabe refletir ao que o público consumidor quer consumir, sugestão de leitura aqui mesmo "A granja leiteira ideal: visão de agricultores, profissionais das agrárias e consumidores".

Felipe Alarcon
University of Wisconsin
LEONIDIO TELLES

HIDROLÂNDIA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 13/06/2012

Caro amigo Roberto Trigo Pires de Mesquita, concordo que a produção de leite pasto é menos onerosa, porem a situação atual dos latifundiarios goianos é de pouca terra e somente com vacas de alta produção conseguirão entrar no mercado competitivamente, e a partir da normativa 51 deverão buscar ainda qualidade do leite, no entanto essas vacas de alta produção possuem uma particularidade de exigencia quanto ao manejo, em especial as holandesas, sendo necessário para tais produtores adotarem o sistema de confinamento para atingirem seu objetivo: quantidade e qualidade, logo o produtor com 5 hectares de terra pode chegar a produzir 500 litros dia mantendo assim a sua propriedade lucrativa, para tanto adota-se como redução de custos a produção de silagem de milho e a produção de ração na propria propriedade para fornecimento o ano todo. Tenho uma propriedade em Bela Vista de Goiás com esse sistema e vem se mostrando vantajoso, estou a disposição dos companheiros para maiores esclarecimentos, bem como trocar experiências.

      Um grande abraço, Leonidio Telles, Graduando em Medicina Veterinária.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2012

Prezado Roberto Trigo Pires de Mesquita: Quanto ao seu conceito sobre o Projeto Balde Cheio, utilizarei, como empréstimo, a grande visão, do não menos agigantado, ex-Presidente Juscelino Kubsticheck de Oliveira - porque não fazer em cinco anos o que levaremos cinquenta? Por que ensinar o pequeno produtor a criar em semiconfinamento se podemos iniciá-lo no confinamento integral e fazer ele sair de cinquenta para três mil litros/dia ao invés de só chegar a duzentos?

Por que ele é "burro" e não vai entender? Com certeza que não.

Por que não temos técnicos que possam ensiná-lo? Claro que não - possuímos grandes expoentes em criação de gado de leite, inclusive o Arthur Chinelato, que é o idealizador do Projeto Balde Cheio.

Por que dá trabalho e nós não queremos? Infelizmente, esta parece ser a resposta/pergunta correta.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
DOUGLAS DE CASTRO

UNIÃO DA VITÓRIA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2012

ola, nos dias de hj  com a supervalorização das terras a mão de obra cara, a melhor saída sem sombra de duvidas, é o confinamento pois, nota-se que dados utilizados a 5-10 anos atras são exibidos como trofeus de maneira que fama passada nao enche balde, nota-se que para 12 animais em pastejo necessita aprox 2 ha de pastagens com otima adubação, e muita mao de obra, para uma produção de no maximo 20l dia, ainda tenho que suplementar, agora se vc lembrar de todas as formulas e calculos que se aprendeu na faculdade, nao precisa de muito para ver que o custo e bem maior em confinamento, mas vc utiliza menos area de terra, a reta de produção vai ser mais estavel, os animais serão inseminados no tempo certo diminui a necessidade de mao de obra qualificada, por se tratar de limpeza e arraçoamento o basico feito por um leigo, nota-se que a produção de leite a pasto, tem maior lucro no efetivo relacionado ex 300l dia com 17 vacas com custo de 25-35% e uma mesma quantidade de animais com p sistema de confinamento seria de 35-40l dias com custo de 45-55% totalizando  um liquido de R$6381,37 e a pasto:R$ 4030,00 preço do leite a R$0,65 notasse que se otimiza a produção e mesmo com custo alto em relação ao pastejo, tem um lucro evidente, necessita de mais gastos porem utiliza-se menos area enfim cada um defende sua tese eu gosto de dinheiro e conforto, cada um é cada um

e tenho bons lucro desta maneira abç a todos, e reflitam nem todos conseguem ter sucesso hj em dia precisa de informações e mais de tudo vontade.

obs * nao tenho problemas algum em manejo rotacionado ou extensivo em bovinos de leite so gosto de ver do que sou capaz e ainda ganhando bem

att doutor em nutrição animal Douglas De Castro.

ROBERTO TRIGO PIRES DE MESQUITA

ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 28/07/2011

Se não segmentarmos economica, geográfica e mercadológicamente as condições   que dão sustentabilidade à exploração da pecuária leiteira orientada por objetivos de produção com máxima agregação de renda não tem qualquer sentido avaliarmos comparativamente a lucratividade de diferentes sistemas de produção.

Por exemplo, avaliando o modelo de gestão dos maiores produtores de leite da região sudeste vemos que todos trabalham com altíssima disponibilidade de capital e recursos tecnológicos, inclusive dispondo de unidades de processamento próprias em função das facilidades de acesso direto ao mercado consumidor, obviamente alcançando máxima agregação de renda através da larga escala de produção e alta rentabilidade pela agregação de valor aos produtos comercializados com marca própria. Será que para estes produtores a mais valia do capital investido virá do leita a pasto? É evidente que não!

Por outro lado, nos minifúndios do sul e sudeste, estruturados por explorações com base na agricultura familiar a Embrapa deveria estar tentando multiplicar através do Projeto Balde Cheio a implantação de explorações em confinamennto total? Claro que não, pois sem dúvida alguma o objetivo de máxima agregação de renda será uma consequencia natural da transferência da tecnologia da produção do leite em pastejo rotacionado (eu prefiro o título "pastoreio racional").

Isto posto, não seria muito mais interessante estarmos discutindo os conceitos prágmaticos que possam servir de norte para que produtores organizados regionalmente sejam capacitados a formularem a cada safra o modelo de gestão ideal que viabilize o incremento da lucratividade em sistemas de produção dinamicos que se ajustem à constante adaptação profissional dos seus gestores?

Abraços

Roberto    
LEONIDIO TELLES

HIDROLÂNDIA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 27/07/2011

Bom dia, devemos incluir nesta pesquisa o capital investido no terreno, bem como nas pastagens, e tambem o aumento da produção animal, manter vacas superior a 30kg/dia, se analizarmos um capital investido de 10.000 p/hac p/ 4 vacas, logo temos um custo de 300,00 reais so de investimento do terreno e possivelmente mais 300,00 reais com a reforma das pastagens, logo 150,00 p/ cabeça. Agora  ainda entram o aumento de manejo, a diminuição da produção . ??? façam as contas... Leonidio Telles, graduando em Medicina Veterinária 4° ano !!!
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/06/2011

Prezado João César: Como confinador de gado de leite, que já se aventurou nos lados da criação a pasto e no semiconfinamento, antes de adotar o confinamento integral, não vejo como um sistema (não o citado por você, que está, desculpe-me dissociado da realidade) que, em menos de um hectare pode produzir mais de mil e trezentos litros/dia, com vinte e oito vacas em lactação (confinamento), pode ser pior que um que precisa de mais de oitenta para produzir igual volume, mesmo sabendo que a média real do pastejo não é dezesseis litros, mas, sim, apenas doze (o que elevaria a necessidade para 108 animais) e que utiliza oito vezes mais terra (leite a pasto) ? Além do mais, em um confinamento, como o meu, a média de lactação é de 46,5 litros/animal/dia, muito maior do que os vinte citados no texto. Com razão inabalável,o Roberto Jank Jr (um dos maiores confinadores do Brasil), o Robin Vink e o Dr. Rodrigo Bicalho, em suas observações. Como eu também sou Advogado, sinto-me a vontade para dizer que falta "numus" aos criadores extensionistas para combater a realidade que emana dos confinamentos e os "bacharéis do pasto", como bem anunciou o Roberto Jank Jr., utilizam-se de dados ultrapassados e falsos ante a realidade atual das fazendas leiteiras de alta produção. Se o produtor for profissional, o confinamento integral de gado de leite é imbatível.


Um abraço a todos,








GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
SILVANO DE ARAUJO

TUBARÃO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/06/2011

vou iniciar uma produção de leite em semi confinamento em um terreno de apenas 3 hectares,sei que não e facil mais sou um apaixonado por gado de leite.

mesmo com tudo que li neste site vou continuar e sei que terei sucesso.pois se tudo for feito de forma organizada tem tudo pra dar certo.o sistema a pasto tem muitos picos aqui no sul inverno volumoso a produção cai e nesta epoca e que se tem um maior ganho pois o preço sobe....
MARIO ROBERTO CAVALLAZZI

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - EMPRESÁRIO

EM 29/08/2004

Seria interessante que se levasse em conta também os seguintes aspectos:

1.valor da terra e necessidade de se produzir mais por ha
2.proximidade dos grandes centros consumidores e os custos de transporte
3.chuvas e lama
4.efeito escala
5.a medição da rentabilidade durante um curto espaço de tempo não leva em conta os problemas sanitários que o sistema extensivo propicia.
6.deve-se levar em conta que no sistema confinado o controle das variáveis é absolutamente total.
ALOISIO T. GOMES

OUTRO - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/08/2004

CONFINAMENTO X PASTO

Depois de relutar um pouco, decidi manifertar sobre o tema, ou melhor, essa polêmica que se instalou neste conceituado site. Aliás fui aconselhado por alguns colegas a não me envolver nesta questão. Porém me sinto no dever de alertar aos leitores. Não estou aqui para defender que um outro sistema de produção de leite é mais competitivo que outro. Mesmo porque não dá para falar que uma tecnologia será sempre mais vantajosa independente do contexto onde for praticada.

Entendo que a análise neste caso deva ser bem mais aprofundada, considerando o custo de oportunidade da terra para outros usos e, obviamente, a taxa de retorno do capital investido que é composto de terra, benfeitorias, máquinas, equipamentos e animais. Ademais não dá para generalizar que um sistema é mais vantajoso economicamente em relação a outro, baseando-se nos dados, nem sempre os melhores dados, de um ou outro caso isolado. É bom que não esqueçamos de alguns importantes alertas que aprendemos na escola. Um deles é de que generalizações às vezes são perigosas. Economistas agrícolas fomos treinados para mirar no "todo" em que a tecnologia está ou será inserida e neste particular as análises do "depende" são fundamentais ao ponto de aniquilar qualquer conclusão que não as considere . Aloisio Teixeira Gomes, economista agrícola, advogado e produtor de leite.
RENATO FONSECA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/08/2004

Prezados João e Duarte,

A eterna e válida discussão sobre sistemas de produção... Infelizmente, esse debate acaba sempre adquirindo um tom pouco racional, em virtude da paixão com que cada lado defende as suas opiniões. O dilema pasto ou confinamento parece-me falso. A questão poderia ser colocada nos seguintes termos: qual a vocação da propriedade (e do proprietário...) onde se pretende produzir leite? Há área suficiente e com topografia adequada para a implantação de sistema de produção a pasto? Existe possibilidade de sinergia entre as atividades da fazenda, com aproveitamento vantajoso para os dejetos, favorecendo o sistema de confinamento? Muitas outras questões podem ser formuladas e, certamente, conduzirão à escolha do sistema de produção que melhor se adapte a cada situação particular. Inaceitável é rotular um ou outro sistema como inviável. No momento, estou convencido que, com o grau de desorganização vigente na cadeia do leite, pouquíssimas propriedades são viáveis a médio e longo prazos. De outro lado, acredito que há sinais de mudanças profundas em curso e este site é um claro indício nesse sentido.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2004

Para mim é sempre intrigante a paixão que o tema desperta, inclusive na Academia onde a racionalidade deveria sobrepor-se à emoção.

Continuo a afirmar que ambos os sistemas podem ser bons e que o Brasil tem grandes vantagens comparativas em sistemas confinados, principalmente quando se busca ganho de escala.

Basta verificar nos números do Top 100 do MilkPoint a quantidade de gado confinado. Uma visita ao mundo real das Colônias Holandesas no PR também permite verificar os casos de sucesso com o sistema.

Para os atores do mundo acadêmico é mais fácil argumentar sobre os dados publicados. Para aqueles do mundo real vale a lei da selva e da sobrevivência. Certamente os sobreviventes tem algo a demonstrar e devem ser respeitados por isso.

Certamente um F. Stall de 20 l de média não sobreviveria nos últimos 10 anos no mundo real. Falando de dados compilados em pesquisa, gostaria de ouvir dos bachareis do pasto (já que entramos na esfera jurídica) algo além dos "dados de 1994 da Faz. Taboquinha".

O MilkPoint poderia compilar dados do mundo real e do mundo acadêmico para publicação no site.

Estou à disposição para alimentar o sistema.
RODRIGO BICALHO

OUTRO - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/08/2004

O artigo é muito interessante, mas uma produtividade de 20 kg dia em sistema de confinamento é realmente muito baixa. O estado da Florida, que possui clima parecido com o clima de muitas regiões Brasileiras, produz 35-40 kg vaca\dia. Em propriedades leiteiras na estado da California, clima parecido com o clima do centro-este brasileiro, a média de produção pode variar entre 40-55 kg vaca\dia. O sistema de pastejo é mais vulnerável a alterações climáticas e o manejo pode ficar complicado na medida que o rebanho cresce. Padronização de alimentação e ambiente é possível quando um sistema de confinamento é utilizado, permitindo uma produção uniforme de leite durante o ano.


Dr.Rodrigo Bicalho
Residente, Epidemiologia e produção de gado de leite.
Universidade de CORNELL,NY, EUA.
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 31/07/2004

No meu modo de ver, o artigo tem o grande mérito de apresentar dados reais sobre o desempenho econômico. Esta discussão sobre sistemas há anos vem sendo conduzida com base em opiniões e simulações inventadas. Se o confinamento é tão bom, porquê que ninguém apresenta um exemplo mostrando com clareza o lucro e a rentabilidade? Aí acabaria a discussão. Infelizmente, parece que os advogados do confinamento fogem de mostrar lucro e rentabilidade como o diabo da cruz.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/07/2004

Concordo com o Robin Vink. Acrescento que o Brasil tem alguns dos melhores preços mundiais de energia e proteína na forma concentrada para dieta de vacas confinadas. Creio que a eventual estabilidade de preços do leite aliada à (lenta) organização da cadeia e ao custo de oportunidade dos agronegócios vão proporcionar uma pecuária leiteira mais profissional, tendendo mais para o confinamento do que para o pasto. O trabalho apresentado no artigo (como análise para o futuro) peca não só pela baixa produtividade como também pela baixa escala de produção e estes são dois fatores primordiais para o sucesso do confinamento.

Se ocorrer o inverso, a solução é o pasto e não porque seja menos profissional, mas porque, em país tropical, é a alternativa que resta a uma pecuária com baixa escala de produção e amadorismo (da cadeia). Ainda assim, reconheço e respeito ótimos produtores de leite a pasto que, como disseram os missivistas anteriores, têm obtido bons retornos financeiros com essa opção.
ROBIN VINK

PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2004

É dificil de se avaliar se um sistema de produção é melhor que o outro; o que influencia muito mais é a eficiência do produtor quanto à sua produtividade e no contexto da região, pois se for como no exemplo do experimento com uma produção de 20 l/vaca/dia, é óbvio que a produção a pasto é mais rentável, mas se aumentar a produtividade para 30 l/vaca/dia, a historia muda.

Conclusão, um produtor eficiente pode ter resultados financeiros bons em vários sistemas de produção.
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 18/07/2004

Viabilidade econômica em confinar animais com média diária de 20,6 kg é bastante questionável!!!

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