A Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), divulgada nesta quinta-feira (22/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a produção de leite brasileira em 2021 foi de 35,3 bilhões de litros, valor semelhante ao do ano de 2020, com a produção se mantendo estável, como mostra o gráfico 1.
Gráfico 1. Evolução da produção brasileira de leite.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado em com base em dados do IBGE.
Entre as regiões brasileiras, pela primeira vez na história, a região Sul ultrapassou o Sudeste em volume produzido, com a região representando 33,88% da produção total, enquanto o Sudeste, 33,86%. Esse cenário se formou devido ao menor recuo de produção no Sul do país. Enquanto a região recuou -0,8%, o Sudeste apresentou variação negativa de 1,8%. Desta forma, ambas regiões apresentaram produção semelhante, ocupando o primeiro e o segundo lugar do total do país.
O Nordeste aparece na terceira posição, com crescimento de 12,8% - o maior (e único) crescimento entre as regiões - e um volume de 5,5 bilhões de litros no ano, equivalente a 15,71% do total da produção nacional. Por outro lado, a região Centro-oeste teve diminuição de -3,2% na produção e a região Norte teve variação negativa mais expressiva na produção de leite em 2021, -9,5%, puxado principalmente pelos resultados do Rondônia (-20,0%) e Acre (-10,6%).
Gráfico 2. Participação na produção total nacional em 2021 – por região.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado em com base em dados do IBGE.
Dentre os estados, Minas Gerais segue sendo o maior produtor de leite do país, com uma produção de 9,6 bilhões de litros (27,2% do total nacional) e sofrendo um recuo de -0,8% no volume produzido.
O Paraná e o Rio Grande do Sul são o segundo e terceiro estados com maior produção, respectivamente. O Paraná teve em 2021 uma produção de 4,4 bilhões de litros (-5,5% se comparado a 2020) e o Rio Grande do Sul 4,3 bilhões de litros (+3,2% se comparado a 2020). Com este resultado, o Rio Grande do Sul encostou no Paraná, com resultado de produção bem próximo entre os dois estados.
O grande destaque no ranking estadual foi para a 4ª colocação de estado de maior produção, com Santa Catarina assumindo a posição do estado de Goiás.
Gráfico 3. Participação na produção total nacional em 2021 – por estado.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado em com base em dados do IBGE.
Dentre os municípios de maior produção, Castro/PR segue na primeira posição do ranking, seguido por Carambeí/PR - que se manteve na segunda posição - e Patos de Minas (MG), em terceiro. Estes três municípios, apresentaram crescimento na produção de 2021.
Se comparado aos dados de 2020, Castro cresceu 4,9%, Carambeí 1,3% e Patos de Minas 5,7%. Lagoa Formosa apresentou elevação de 4% em sua produção, ultrapassando Coromandel e atingindo a sexta maior produção. O município de Prata, que esteve entre os dez maiores produtores em 2020, teve variação negativa de aproximadamente 10,7%, passando para décimo segundo.
Com relação ao tamanho do rebanho, o último ano apresentou um efetivo de aproximadamente 15,9 milhões animais, decréscimo de 0,1% em relação a 2020, reflexo, dentre outros fatores, ao aumento nos custos de produção. A produtividade se manteve em 2.194 litros/vaca/ano, bem como no ano de 2020.
A pesquisa também evidenciou que a quantidade de leite adquirido pelos laticínios sob inspeção sanitária (25,1 bilhões de litros), correspondeu a 71,2% do total produzido no Brasil em 2021. A produção informal passou por uma variação positiva de 1,4%, atingindo 28,8% da produção total (aproximadamente 10,1 bilhões de litros).
Por fim, o valor médio nacional para o leite foi de R$ 1,93/litro, acréscimo de 21,4% em relação ao ano de 2020, resultando em um valor bruto de produção de R$ 68,1 bilhões, contra R$ 56,5 bilhões em 2020, elevação de 20,6% no valor total de produção de leite em 2021.