Os dados das negociações do evento 292 da plataforma Global Dairy Trade (GDT) nos mostraram uma nova elevação nos preços internacionais dos derivados lácteos: +1,0% no preço médio em relação ao último evento, fechando em US$ 4.011/tonelada. Confira no Gráfico 1, a evolução de preços médios praticados nos leilões e suas variações.
No evento desta terça-feira (21), foram negociadas 24.476 toneladas de lácteos, volume 2,5% menor na comparação com o leilão da primeira quinzena de setembro. Confira no gráfico 2 a evolução dos volumes negociados historicamente no leilão.
A maior parte dos produtos mantiveram o aumento nos preços neste segundo evento de setembro, mas, diferentemente do leilão anterior, em que alguns produtos tiveram variações bastante significativas, acima de 5%, as variações foram relativamente tímidas desta vez. Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.
Nos preços dos contratos futuros de leite em pó integral no GDT e na Bolsa de Futuros da Nova Zelândia (NZX Futures), ainda que haja um comportamento distinto entre os mercados em novembro, o fim do ano traz o mesmo cenário em ambos: queda no valor em relação ao momento atual.
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Para entendermos o impacto das negociações do evento GDT no mercado nacional, podemos considerar o câmbio desta segunda-feira (21/09/2021) — R$ 5,32 — e o valor do leite em pó integral internacional (US$ 3.777/tonelada), para chegarmos ao preço equivalente de um leite importado colocado no Brasil, que seria de R$ 2,43/litro.
Este valor é maior do que o preço pago ao produtor em agosto, R$ 2,35/litro (CEPEA/ESALQ) e, agora, também menor que o spot, que teve seu valor reduzido na segunda quinzena de setembro (R$ 2,42/litro – média Brasil).
Como já dito anteriormente, neste momento, o produto internacional não tem tanto fôlego para entrar no Brasil, principalmente considerando o direcionamento de leite realizado neste momento pelos nossos vizinhos do Mercosul para países como a Argélia.
Entretanto, a movimentação chinesa deve ser acompanhada de perto, já que pode depreciar o produto internacional e ampliar as possibilidades de entrada do leite estrangeiro em nosso país.