Durante o mês de julho o avanço na oferta interna e externa dos grãos seguiu sendo um direcionador dos preços praticados no mercado físico do milho e da soja, no entanto, diferentemente do mês anterior, o fator dólar limitou essa influência. Apesar do dólar ter iniciado o mês de julho em um patamar bastante elevado, durante a primeira quinzena do mês foi possível observar recuos na taxa de câmbio, que voltou a crescer nesta reta final de julho, influenciando nos preços praticados para os grãos brasileiros ao aumentar o ritmo das negociações nos portos.
Desta forma, os preços físicos do milho e da soja encerram o mês de julho em um sutil viés de queda em relação ao mês anterior, de -1,1% para o milho e -0,6% para a soja, tendo o dólar trazido algumas variações positivas nas cotações ao longo do mês, o que limitou esses recuos observados nos preços.
Gráfico 1. Preços do milho no mercado físico em Campinas/SP e no mercado futuro
Gráfico 2. Preços da soja no mercado físico e no mercado futuro em Paranaguá/PR
Por outro lado, a colheita brasileira seguiu avançando, atingindo 86% da área prevista para o milho safrinha e 100% para a soja até o último dia 28, como é possível observar nas tabelas abaixo, com dados da Conab.
Tabela 1. Acompanhamento da colheita de milho 2ª safra no Brasil
Tabela 2. Acompanhamento da colheita de soja no Brasil
Em relação as estimativas de produção dos grãos, no último mês a Conab revisou os dados trazendo um avanço na projeção de produção total para o milho e um sutil recuo na produção da soja, porém, com ambos ainda mantendo uma queda em relação as suas produções da safra anterior.
No caso da soja, essa redução na projeção se dá por conta de uma redução na produtividade no campo também projetada pela companhia, enquanto para o milho, é observada uma redução tanto na projeção de área cultivada quanto de produtividade no campo.
Os gráficos abaixo apresentam as projeções mais recentes de produção total de milho e soja brasileiras.
Gráfico 3. Série histórica e projeção da produção de milho total no Brasil (milhões de toneladas)
Gráfico 4. Série histórica e projeção da produção de soja no Brasil (milhões de toneladas)
Para os próximos meses, a oferta seguirá influenciando os preços praticados no mercado físico brasileiro, com um maior volume de grãos nas negociações internas e o bom andamento das safras estado-unidenses e argentinas também influenciando nos valores negociados no mercado futuro dos grãos.
Além disso, com a chegada da La Niña prevista para os próximos meses os preços podem sofrer influências do fenômeno climático, a depender de sua intensidade, sendo que diversos especialistas apontam como uma maior probabilidade de a próxima La Niña não ser de forte intensidade, seguiremos acompanhando.
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