Os produtores rurais dos EUA podem embolsar cerca de US$ 30 bilhões a menos este ano, com os produtores de leite devendo ser os que registrarão o maior declínio na receita líquida média, de acordo com uma previsão divulgada pelo Serviço de Pesquisa Econômica (ERS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A pesquisa utilizou várias medidas de desempenho financeiro, como receitas e despesas, valor agregado bruto e líquido e receita líquida de caixa, bem como mudanças em ativos, riqueza e índices financeiros.
O relatório previu que a receita líquida do produtor rural para todos os setores agrícolas diminuirá em US$ 30,5 bilhões (18,2%), enquanto a receita líquida em dinheiro deve cair US$ 44,7 bilhões (quase 23%) em relação ao ano passado. Ambas as estimativas são corrigidas pela inflação.
A ERS observa que, mesmo que as previsões negativas se concretizem, ambas as medidas permaneceriam acima dos níveis de 2020 e acima da média de 2002-2021. A tendência de queda será impulsionada principalmente por preços mais baixos.
Segundo as projeções, os produtores de leite serão alguns dos mais afetados. A ERS estima que a receita de leite cairá 14,6% ou US$ 8,4 bilhões, queda superada apenas pela receita de ovos de galinha (-24%). A queda nos preços do leite significa que os produtores de leite provavelmente verão um aumento no apoio por meio do Dairy Margin Coverage Program (DMC), que prevê pagamentos de US$ 285 milhões em 2023 – um aumento de US$ 156,7 milhões, ou 122,2%. As inscrições para o programa foram encerradas em 31 de janeiro de 2023.
Além do DMC, outros pagamentos diretos do governo podem ser reduzidos este ano, inclusive do Programa de Alívio de Emergência (ERP) e do Programa de Auxílio à Pecuária de Emergência (ELRP). Espera-se que a assistência ad hoc, incluindo programas de desastre designados pela lei agrícola, pague US$ 6,1 bilhões a menos em 2023, em grande parte devido ao declínio dos pagamentos do ERP.
O declínio nos pagamentos do governo e nas receitas de leite significa que os produtores de leite devem experimentar a maior queda em dólares na receita líquida média (NCFI) de todas as empresas agrícolas especializadas em animais ou produtos de origem animal. O NCFI médio foi previsto em US$ 408.900 em 2023, uma queda de US$ 258.200 (-39%).
Regionalmente, prevê-se que as fazendas da região denominada de Fruitful Rim (que incluem fazendas de frutas, hortaliças, viveiros e algodão) apresentem a maior queda em dólares (US$ 46.700), enquanto as fazendas da região de Northern Crescent (que incluem fazendas leiteiras, agricultura em geral e grãos comerciais) podem experimentar a maior queda percentual na média de NCFI em 29,9% (US$ 28.200) por fazenda. Para ambas as regiões, as fazendas devem ter maiores despesas de produção e menores recebimentos de caixa em 2023.
Em termos de despesas, espera-se que a alimentação animal caia de US$ 76,5 bilhões para US$ 72,6 bilhões, assim como fertilizantes (US$ 42,1 bilhões contra US$ 42,4 bilhões, mas ainda muito acima do valor de 2021 de US$ 29,5 bilhões). Combustíveis e óleos devem cair para US$ 17 bilhões, abaixo dos US$ 20,1 bilhões, enquanto a eletricidade pode subir um pouco, para US$ 7,2 bilhões, acima dos US$ 7,03 bilhões. As despesas de produção, incluindo as associadas às residências dos operadores, devem aumentar em US$ 18,2 bilhões, para US$ 459,5 bilhões.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.