Rússia considera limitar exportações de grãos

A Rússia está considerando limitar suas exportações de grãos nos próximos três meses a 7 milhões de toneladas para evitar qualquer escassez no mercado interno devido à crise do novo coronavírus, informou o banco alemão Commerzbank em relatório. O volume não foge ao que seria exportado pela Rússia no período mesmo sem a turbulência provocada pela pandemia, segundo o Commerzbank.

Continua depois da publicidade

Nos primeiros seis meses da temporada 2019/20, a Rússia exportou 25,2 milhões de toneladas de trigo, centeio, cevada e milho e embarcou outras 7,2 milhões de toneladas no acumulado do ano até o dia 26 de março, conforme cálculo da agência Reuters.

Na safra 2020/21 de trigo no país, o banco espera que sejam colhidas 80 milhões de toneladas, um recorde — o que afastaria o temor de redução na oferta interna ao menos deste cereal. “O cenário é bem diferente do que aconteceu em 2010, quando a Rússia impôs uma proibição às exportações devido a uma seca, o que fez com os preços nos mercados internacionais literalmente explodissem”, avaliou o Commerzbank. Naquela época, também houve queda na produção de trigo de outros países, o que não deve acontecer na temporada 2020/21, para a qual o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) projeta um incremento a nível global.

O banco ressaltou que, apesar disso, os preços do trigo vêm se recuperando na bolsa de Chicago, tendo subido mais de 15% desde a metade de março. “Depois de cair de forma acentuada — como caíram os preços da maioria das commodities agrícolas — as cotações do trigo estão subindo, com a demanda flutuante por alimentos básicos e com o receio de problemas no processamento e no comércio”, disse.

As informações são do Valor Econômico.