PE: produtores de leite querem milho mais barato por conta da seca

Produtores de leite de Pernambuco, que voltaram a enfrentar os problemas trazidos pela seca, vão encaminhar documento ao governo Federal e à bancada de parlamentares do Estado no Congresso Nacional na próxima semana, solicitando apoio para manter a produção. Uma das principais preocupações do setor é com o aumento dos custos de alimentação do rebanho, que encarecendo a produção de leite. Uma das demandas será incentivo para a redução do preço de milho comprado à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Produtores de leite de Pernambuco, que voltaram a enfrentar os problemas trazidos pela seca, vão encaminhar documento ao governo Federal e à bancada de parlamentares do Estado no Congresso Nacional na próxima semana, solicitando apoio para manter a produção. Uma das principais preocupações do setor é com o aumento dos custos de alimentação do rebanho, que encarecendo a produção de leite. Uma das demandas será incentivo para a redução do preço de milho comprado à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
 
O presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Malta, diz que antes a Conab subsidiava o frete do milho e o preço da saca de 60 quilos ficava mais barato. "Nos anos de seca mais braba a saca do milho foi vendida a R$ 17 e hoje está na casa dos R$ 60, muito perto do valor encontrado no comércio, que é de R$ 75", compara
 
Os produtores querem que seja adotada uma medida renovável a exemplo do que o governo de Pernambuco fez com as operações internas do milho em grão feitas pela Conab e Ceasa. A isenção de 100% do imposto foi concedida a partir de 2012, quando a estiagem iniciada no ano anterior começou a se prolongar e acabou se estendendo por sete anos consecutivos. "A medida foi sendo prorrogada ano a ano e em março próximo vai vencer e vamos pedir novamente. Se não fosse isso, o preço do saco de R$ 60 teria um acréscimo de 18% (do ICMS) e caria quase igual ao praticado no comércio (R$ 70,80)", calcula Malta.
 
A proposta dos produtores é elaborar um documento relatando a situação do setor e encaminhar ao Ministério da Economia, informando que o animais já estão perdendo peso e com uma diminuição de produtividade de 40%. A produtividade média de uma vaca no Brasil é de 6 litros de leite por dia, enquanto em Pernambuco é de 14 litros por dia.
 
Além do milho, outras alternativas de alimento ao rebanho também tiveram escalada nos preços. De acordo com os pecuaristas, o saco de 40 quilos do farelo de milho saltou de R$ 30/R$ 32 para R$ 48 e R$ 50; enquanto o de farelo de soja saiu de R$ 67 para R$ 90. Isso sem falar na necessidade de comprar água para os animais. Segundo o produtor e veterinário Washington Azevedo, uma vaca leiteira bebe, em média, 50 litros de água por dia. No Agreste, o preço do carro-pipa varia de R$ 100 a R$ 150, dependendo do local onde a água será entregue.
 
Reservatórios
 
O valor tem subido porque a situação dos reservatórios também é de escassez. Dos 75 reservatórios acompanhados pela Agência Pernambucana de Água e Clima, 18 estão colapso. A Barragem de Jucazinho, que tem grande importância para a região, está com 1,2% de sua capacidade.
 
Nos últimos anos, a seca fez vários produtores desistirem da atividade e a debandada se mantém. Em 2018 eram 107 mil produtores e no ano passado caiu para 106,5 mil. A bacia leiteira de Pernambuco também se caracteriza por ser formada, em sua maioria, por pequenos e médios produtores. Do total, 83% são pequenos (com até 20 cabeças), 11% médios (entre 21 e 50 animais) e 6% grandes (mais de 50 vacas).
 
As informações são do JC Online.
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