Nesta quinta-feira (12/08), realizamos nosso último dia do Interleite Experience, um evento que proporcionou aos mais de mil inscritos uma maratona de novos conhecimentos envolvendo tecnologia manejo aplicados na produção leiteira.
Com o oferecimento da Lactotropin, encerramos nosso evento com o painel sobre “Sustentabilidade e meio-ambiente na produção de leite.” Júlio Palhares, graduado em Zootecnia pela Unesp/Jaboticabal, Mestrado em Agronomia (Energia na Agricultura) pela Unesp/Botucatu e Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP/São Carlos e Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, iniciou o painel abordando a utilização dos resíduos na pecuária leiteira.
Palhares pontuou que no passado os resíduos eram vistos como um problema. Contudo, para Júlio, a visão de futuro é “entender estes resíduos como um insumo e que eles são uma consequência do sistema de produção.”
Júlio também salientou que é preciso “entender o solo como um recurso natural, capaz de receber aporte de matéria orgânica.” Nesta perspectiva, frisou que “o meio-ambiente deve ser manejado cotidianamente para que tenhamos o equilíbrio (que é possível) entre produção de alimentos e meio-ambiente.”
Sobre a utilização de recursos naturais, João Luis dos Santos, Mestre em engenharia agrícola pela FEAGRI/UNICAMP, consultor, instrutor e palestrante sobre gestão de recursos hídricos pela Especializo, atuando há mais de 15 anos na produção animal, trouxe a água como um importante pilar de uma produção de leite sustentável e sua relação com o bem-estar e produtividade animal.
Santos explicou que “uma água de qualidade é aquela que não oferece nenhum tipo de perigo ou risco para a produção leiteira e saúde animal.” Neste sentido, ressaltou que “uma água de má qualidade pode afetar a ingestão, por exemplo. Se o animal ingere menos água, consequentemente pode haver redução na produção e na produtividade.” João Luis completou dizendo que “além disso, a menor ingestão de água pode aumentar a mortalidade de bezerros, casos de mastite, entre outros problemas.”
Em relação ao aproveitamento dos dejetos dos bovinos leiteiros, Marcelo Henrique Otênio, graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina - PR, UEL, professor e orientador do curso de mestrado em ciência e tecnologia do leite, UFJF/Embrapa Gado de Leite/ILCT, e no curso de mestrado e doutorado em biodiversidade da UFJF, abordou a utilização de biodigestores.
Ao início de sua palestra, Marcelo disse que “a vaca produz leite, energia e alimento para as plantas.” Neste contexto, Otênio pontuou que os dejetos dos bovinos leiteiros podem causar problemas ambientais, mas que também podem ser tratados como “insumo para a agricultura e produção de energia limpa.”
Deste modo, em sua apresentação, Marcelo apresentou e explicou a dinâmica dos biodigestores, como o modelo indiano, canadense e alemão. Além disso, mostrou trabalhos da Embrapa Gado de Leite sobre a co-digestão, isto é, trabalhar com a possibilidade de o biogestor do produtor receber outros resíduos além do esterco bovino.
Continuando nossas palestras sobre sustentabilidade e meio-ambiente, Osvaldo Stella, Diretor do Programa de Mudanças Climáticas do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazonia (IPAM, co-fundador da iniciativa verde que trouxe para o Brasil o primeiro selo de compensação de emissões de gases do efeito estufa com restauração de florestas nativas - Carbon Free, ministrou a palestra “Carbono zero na produção leiteira.”
Stella apresentou o fluxograma do projeto Carbon Free, o qual é composto pelas seguintes etapas: diagnóstico (mensuração e remoção das emissões de carbono); planejamento das estratégias de redução e compensação do carbono); implementação das estratégias adotadas; monitoramento do resultado e compartilhamento do resultado.
Dessa forma, Osvaldo explicou que o processo de certificação de Carbon Free “começa com as emissões de carbono e depois é feita a compensação destas emissões com a restauração florestal.”
Mas, sabemos que, além do aspecto ambiental, também é necessário um olhar especial para a gestão da produção e reprodução das vacas. Dessa forma, Everton Luiz que é Médico Veterinário formado pela Universidade de São Paulo e Gerente de Produto da Lactotropin/Posilac Agener União Saúde Animal, abordou esta temática.
Everton enfatizou a utilização de manejo para a melhora na produção de leite e ressaltou a importância da utilização do bST. “A ideia é que as vacas produzam durante toda a lactação, uma quantidade de leite alta assim como no pico. E além de quantidade, um leite de qualidade,” disse.
Saímos deste painel com a certeza que é a produção de leite sustentável é essencial e com diversos caminhos! Encerramos nosso evento com a missão de ter levado o que há de mais novo na ciência diretamente para a rotina no campo. Temos certeza de que na pecuária leiteira, existirá o antes e depois do Inteleite Experience!
Não participou do evento? Não se preocupe, ainda dá tempo, se inscreva agora! Entre no site, confira a programação completa e faça sua inscrição. Lembrando que você não perde nada, visto que os conteúdos ficarão disponíveis por 90 dias após o evento!