A produção de leite fluido da Nova Zelândia em 2024 deve cair 0,5%, para 21,4 milhões de toneladas, de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Isso é resultado das recentes quedas nas previsões de preços do leite ao produtor, bem como do aumento das taxas de juros, que devem restringir o fluxo de caixa operacional no próximo ano. Soma-se a isso os desafios climáticos à frente com um padrão climático El Niño previsto, o que deve impactar as principais regiões leiteiras com condições secas. Por fim, o rebanho nacional de vacas leiteiras diminuiu desde o pico em 2015.
A produção de leite em pó integral também cairá 2024 para 1,33 milhões de toneladas, uma queda de 5% em relação à previsão do ano atual. Essa queda reflete uma menor produção nacional de leite prevista. Além disso, vários processadores de lácteos afirmam que, devido ao preço mais alto de outras commodities, está sendo mais rentável produzir outros produtos ao invés do leite em pó integral. Apesar disso, o leite em pó integral continua sendo o maior produto lácteo produzido na Nova Zelândia e responde por mais de 40% do total de produtos lácteos.
Em 14 de outubro de 2023, a Nova Zelândia realizou uma eleição geral para o governo nacional. A votação favoreceu uma mudança esmagadora em relação ao atual governo, que está em vigor há seis anos. O novo governo ainda precisa formar sua coalizão, com a maioria dos votos para os partidos políticos de centro-direita. Antes das eleições, os principais partidos anunciaram mudanças políticas específicas que fariam na agricultura, principalmente estendendo a implementação de preços de emissões agrícolas, restabelecendo a exportação de gados leiteiros vivos e a intenção de reduzir as restrições ao setor agrícola em geral. Os partidos políticos que formam a nova coalizão têm sido historicamente centrados no apoio à agricultura e ao comércio quando lideram governos anteriores.
O consumo interno continuará sendo um pequeno direcionador de crescimento da economia da Nova Zelândia, com a população de apenas pouco mais de 5,1 milhões. Como resultado, os processadores de lácteos do país investem constantemente e visam mercados externos para produtos lácteos.
Sendo assim, o USDA prevê o crescimento das exportações de queijos, leite em pó desnatado e cremes da Nova Zelândia em 2024.
As exportações de leite em pó desnatado devem ser de 440.000 toneladas, puxando mais sobre os estoques finais. A China e a Indonésia são os maiores consumidores das exportações de leite em pó desnatado da Nova Zelândia. Fontes do setor preveem um declínio no consumo de leite em pó desnatado da China devido ao aumento dos estoques domésticos. No entanto, a demanda pelo produto na China supera em muito sua produção doméstica e as importações da Nova Zelândia nos últimos anos.
No entanto, o leite em pó integral continua sendo o principal produto lácteo exportado. O USDA previu que as exportações de leite em pó integral vai cair para 1,35 milhão de toneladas em 2024.
A China continua sendo o maior importador de leite em pó integral da Nova Zelândia (32%), seguida da Indonésia (7,5%) e da Argélia (7%). Fontes do setor preveem que a demanda por produtos de leite cru na China continue diminuindo um pouco, à medida que a demanda dos consumidores por produtos de leite cru aumenta em relação aos produtos reconstituídos. No entanto, o leite em pó integral no mercado de panificação continua firme para consumo na China para produtos da Nova Zelândia.
De janeiro a agosto de 2023, os volumes globais de exportação de produtos lácteos da Nova Zelândia aumentaram 11% com relação ao mesmo período do ano passado. A China continua sendo o maior cliente de produtos lácteos da Nova Zelândia.
As informações são do USDA, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.