Após perder força em fevereiro, a alta interanual do Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) foi vigorosa em março, porém a baixa base de comparação — março de 2020, o primeiro mês da pandemia — deixa turvo o cenário sobre tendências.
Conforme o levantamento recém-concluído, o indicador subiu 11,6%, puxado pelo expressivo avanço observado no grupo de produtos não-alimentícios (21,7%). Contudo, no segmento de produtos alimentícios e bebidas, que ficou retraído nos meses anteriores, também houve crescimento de 2,6%.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Com a disparada de março — a despeito da baixa base de comparação, como reforçou o FGV Agro —, no primeiro trimestre, o PIMAgro acumulou variação positiva de 4,2%, garantida pela área de produtos não-alimentícios, que teve incremento de 11,7%. Alimentos e bebidas, em contrapartida, caíram 2,4% em relação ao intervalo de janeiro a março do ano passado.
No grupo de produtos não-alimentícios, o aumento trimestral foi puxado pelas indústrias de fumo (18,6%), insumos (18,3%), borracha (14,7%), têxteis (13,7%) e produtos florestais (6,7%). No ramo de biocombustíveis, houve queda de 10%, em consequência das restrições à circulação impostas pela pandemia da Covid-19.
Já no grupo de produtos alimentícios, o recuo foi determinado por retrações da produção de alimentos de origem vegetal (7,9%), alimentos de origem animal (2,4%) e bebidas não-alcoólicas (0,6%) — houve alta de 4% no mercado de bebidas alcoólicas.
O FGV Agro destacou, por fim, que, apesar de a alta interanual de março ter contado com a “ajuda” da base de comparação, o resultado em relação a fevereiro deste ano indicou estabilidade. “Tanto o segmento de produtos alimentícios e bebidas (0,1%) quanto o de não-alimentícios (0%) não tiveram sua produção reduzida, sinalizando uma aprendizagem dos setores econômicos em relação às medidas de isolamento adotadas”, concluiu.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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