Parmalat muda seu plano para atender os credores

Segundo notícia do jornal Valor, a Parmalat sinalizou aos credores que manifestaram objeção ao seu plano de recuperação judicial que vai ceder em pelo menos um ponto. Não irá mais emitir debêntures subordinadas para pagar parte de sua dívida aos bancos. Esse tipo de papel colocaria as instituições financeiras em último lugar na lista de credores em caso de falência. Os bancos receberão debêntures normais.

"A questão das debêntures já está resolvida. Começamos a discutir os outros pontos", afirma Nelson Bastos, presidente do conselho da Parmalat. O representante de um dos credores confirmou ter sido informado sobre a decisão da Parmalat, mas ressaltou que na primeira versão apresentada pela empresa foram ignorados pontos que haviam sido acertados com os credores. "Por isso, estamos esperando para ver a proposta no papel."

A companhia enviou mensagem aos credores pedindo sugestões de alteração do plano de recuperação. O objetivo é que já nesta semana seja enviada aos credores uma nova edição do plano, que incorporaria aquelas alterações sugeridas por eles e aceitas pela Parmalat. Com isso, a chance de rejeição no dia da assembléia de credores cairia na avaliação de Bastos.

Entre as reclamações dos bancos está a falta de garantias. Como o desconto e o prazo dado para o pagamento de seus créditos foram superiores ao dos credores operacionais, os bancos entendem que deveriam receber garantias. A dificuldade encontrada hoje pela Parmalat para cedê-las é o fato de não possuir certidão negativa de débitos fiscais. Sem isso, a empresa não consegue, por exemplo, hipotecar um imóvel.

Para os bancos, a garantia poderia ser dada pela matriz italiana. Mas também nesse ponto há uma complicação. O plano de recuperação da matriz prevê a venda dos ativos no Brasil.

Fonte: Valor (por Carolina Mandl e Raquel Balarin), adaptado por Equipe MilkPoint