“Há duas semanas comentamos que não nos espantaríamos se o preço do milho atingisse R$ 70,00 ou mais nos meses de outubro e novembro próximo. Parece que o mercado começa a nos dar razão”. A afirmação é da T&F Consultoria Agroeconômica, que aponta mais fatores altistas do que baixistas no horizonte do milho brasileiro.
“Já no final desta segunda semana de setembro os preços chegaram a R$ 65,00 em Ibirubá e R$ 64,00 em Vacaria. Com isto, mantemos nossa previsão de alta nos preços do milho, pelo menos enquanto não chegarem importações a preços menores”, justifica a equipe de analistas da T&F..
A projeção de progressão da era: R$ 61,00 no final de agosto, R$ 65,00 em setembro, R$ 70,00 em outubro e possivelmente R$ 75,00 em novembro. “Isso devido à grande falta que este cereal faz no Rio Grande do Sul, que teve uma quebra de 31,8% da safra passada, quando colheu apenas 3,9 milhões de toneladas, contra 5,8 MT colhidas no ano anterior e uma necessidade ao redor de 7,3 MT para seu consumo interno”, explicam a T&F.
Fatores de alta
- Disponibilidade apertada, com estoques finais 8,73% abaixo da média dos últimos 6 anos;
- Aumento da demanda por carnes pela China com a ocorrência de febre suína na Alemanha;
- Preços altos da carne, que permitem pagar mais pela matéria-prima;
- Pequenos consumidores aceitando os preços do mercado por impossibilidade financeira de fazer estoques;
- Grandes compradores com estoques até meados de novembro, faltando comprar restante do mês e dezembro;
- Faltam 5 meses para o início da colheita no PR e MS e 3 meses para o RS;
- Agricultores capitalizados podem se dar ao luxo de aguardar preços melhores;
- Quebra das safras americana (maior produtor) e da Ucrânia (4o).
Fatores de baixa
- A retirada do imposto de importação faria o preço chegar ao RS ao redor de R$ 52,00/saca, contra os atuais R$ 64,00;
- Difícil repasse dos preços atuais para os produtores de leite e de ovos no país.