OMC: Europa acena possibilidade de concessões
Publicado por: MilkPoint
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Apesar de a conferência ter início oficial amanhã, diplomatas alertam que o encontro já começou com intensidade nos bastidores. A indicação da UE ocorreu nas reuniões privadas do comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, com Amorim e com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath. Amorim levou a Mandelson uma lista de assuntos da pauta agrícola que podem avançar na negociação. "Não teremos acordo sobre a barganha central dessas negociações, mas ainda assim acredito que podemos avançar em outros assuntos", disse.
Os europeus estão sendo pressionados a fazer concessões extras no setor agrícola depois de apresentarem oferta de liberalização que não agradou a ninguém. A atual oferta significaria abertura limitada em apenas 10% do que a UE importa em produtos agrícolas do mundo. No total, os produtos que seriam liberalizados parcialmente representam só US$ 3 bilhões em fluxos de comércio.
Ontem, Mandelson reuniu-se com a delegação do Brasil e da Índia. Na sexta-feira, manteve outro encontro com Nath em Cingapura e fez o mesmo gesto de que tem espaço para melhorias em sua oferta agrícola. Até pouco tempo, ele pedia novas concessões do Brasil e da Índia no setor de produto industrial e alertava que não tinha mais nada a oferecer na área agrícola.
Parte do problema seria a intransigência de países europeus em aceitar nova concessão agrícola. Um deles seria a França, embora o Reino Unido tenha deixado claro que quer a liberalização.
Cortes
Amorim apresentou ontem a Mandelson o que acredita que pode ser feito em Hong Kong. Um dos temas é a regulamentação dos cortes tarifários. Há convergência de que a redução ocorrerá em níveis: quanto maior a tarifa, maior o corte. Resta saber quais são os patamares. Os europeus sugerem que tarifas acima de 90% sejam cortadas em 60%. Para o Brasil, se esse corte fosse aplicado em produtos com taxas a partir de 85%, a carne nacional exportada para a Europa poderia se beneficiar.
O segundo ponto é regulamentar o que será considerado produto sensível. Os europeus defendem que até 200 itens entrem na categoria. Para o Brasil, o número precisa ser menor e regulamentado como cotas.
Por fim, Amorim sugeriu a fixação de data para o fim dos subsídios. O Brasil quer 2010 como limite. Mandelson insistiu que o prazo só pode ser fixado quando os EUA limitarem seus programas de crédito à exportação. Amorim sugeriu, então, que a data seja deixada em condicional e confirmada quando outros pontos forem resolvidos.
Mandelson teria dito que a lógica do brasileiro "não era falha". Hoje, as reuniões preparatórias do Brasil continuam com o G-20 (grupo dos países emergentes) e os EUA. Amorim acredita que Washington queira de fato reduzir gastos em subsídios e deu, pela primeira vez, indicação nesse sentido.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Jamil Chade), adaptado por Equipe MilkPoint
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