A Westpac NZ elevou sua previsão de preço do leite. "Parece que o pior já passou no atual ciclo de preços do leite", disse o economista sênior do agro Nathan Penny, da Westpac NZ.
"Os resultados positivos nos últimos quatro leilões sinalizam uma clara melhora no sentimento dos mercados de lácteos", enfatiza Penny. "Se vai pender mais nessa direção, o tempo dirá." Segundo Penny, a melhora pode ser devido a uma série de fatores. "Em primeiro lugar, os baixos preços dos lácteos oferecidos parecem ter trazido alguns compradores de volta ao mercado. Em segundo lugar, os mercados de lácteos parecem estar precificando um risco do El Niño e a possibilidade de que ele leve à seca durante o verão e/ou outono. Por fim, vimos um aumento nos preços do petróleo nos últimos meses, e isso levou a uma melhor demanda dos compradores do Oriente Médio."
Demanda chinesa
A Westpac elevou sua previsão de preço do leite para 2023-2024 em 50 centavos de dólar neozelandês (29 centavos de dólar), para NZ$ 7,25 (US$ 4,33) por kg de sólidos de leite [equivalente a NZ$ 0,60 (US$ 0,36) por quilo de leite].
"Continuamos um pouco cautelosos sobre as perspectivas", aponta Penny. "Ainda não vimos sinais claros de melhora da demanda chinesa. No entanto, dados econômicos recentes apontam que isso não está longe. E achamos que o risco de El Niño está sendo exagerado. As pastagens na Nova Zelândia ainda estão muito úmidas, os lençóis freáticos ainda estão muito altos e há ração genuinamente ampla à mão. Também esperamos que a produção da primavera seja firme este ano."
A gigante neozelandesa de laticínios Fonterra elevou sua faixa de preço de previsão para a temporada 2023-2024 do leite para NZ$ 6,50 (US$ 3,88) – NZ$ 8,00 (US$ 4,78) por kg de sólidos de leite [equivalente a NZ$ 0,53 (US$ 0,32) a NZ$ 0,66 (US$ 0,39) por quilo de leite].
O CEO da Fonterra, Miles Hurrell, disse que a cooperativa está prevendo que a produção de leite na Nova Zelândia fique levemente abaixo da temporada passada, enquanto o crescimento agregado do leite nos principais países exportadores deve ficar abaixo da média para o ano fiscal de 2024.
"Do lado da demanda, vimos aumentos nos últimos eventos do Global Dairy Trade", disse Hurrell. "Embora isso tenha sido encorajador, ainda não está claro se a demanda mais forte da China será sustentada. Para outras regiões-chave, os clientes permanecem relativamente cautelosos em termos de suas compras a prazo."
"Ainda é cedo em termos da proporção de nossa carteira de vendas do ano fiscal de 2024 que contraímos, então ainda enfrentamos exposição significativa à volatilidade nos preços das commodities. A volatilidade da taxa de câmbio é outro fator a ter em mente. Continuaremos a informar nossos produtores e o mercado o mais rápido possível quando acharmos que as coisas mudaram materialmente." , complementa Hurrel.
O analista sênior do Rabobank Australia, Michael Harvey, disse que a produção de leite da Nova Zelândia está se preparando para outro pico abaixo da média nesta temporada. "Os fluxos de leite para os primeiros três meses da temporada 2023-2024 mostram que a produção está quase 2% menor em volume, impulsionada por produções mais baixas da Ilha Norte."
Fornecimento de leite
A RaboResearch antecipa que o crescimento da oferta de leite desacelerará no restante deste ano e no próximo, mas um reequilíbrio completo do mercado ainda levará um tempo. A RaboResearch reduziu sua previsão de produção de leite para 2023 das 7 grandes regiões exportadoras.
"A oferta de leite deve crescer apenas 0,3% com relação ao ano anterior em 2023 – uma queda em relação às nossas expectativas anteriores de 0,5%", de acordo com o Commodity Outlook de outubro do Rabobank. "A produção de leite dos Big 7 para 2024 deve subir apenas 0,4%, muito menos do que o ganho médio anual de 1,6% visto entre 2010 e 2020."
A RaboResearch acredita que um possível efeito chicote está crescendo em probabilidade, com o ressurgimento da demanda potencialmente emergindo antes que a produção global de leite possa se recuperar. "O risco é que, se a confiança do comprador aumentar e os consumidores voltarem a comprar produtos em massa, o mundo pode ficar sem leite, fornecendo um cenário firmemente otimista em 2024."
As informações são do Dairy Global, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.