O preço do litro de leite tipo C nos supermercados e padarias tem surpreendido os consumidores. Ao contrário do que normalmente acontece no período de entressafra, quando o valor historicamente fica mais caro, este ano, o produto está mais barato. Com um pouco de paciência, o leite longa vida, por exemplo, pode ser encontrado por até R$ 0,99.
Mas essa alteração às avessas no comportamento dos preços não está relacionada ao atraso da estiagem, que este ano retardou em cerca de dois meses. O presidente da Cooperativa Agropecuária Ltda de Uberlândia (Calu), Jerônimo Gomes Ferreira, refere-se a dois fatores para explicar o cenário. O primeiro está relacionado à produção nacional, que em comparação com o primeiro semestre do ano passado teve um acréscimo de 10% e em contra-partida o consumo manteve-se estável.
A outra explicação está ancorada no mercado internacional. Em 2004, o Brasil registrou, pela primeira vez na história, um superávit na balança leiteira de cerca de R$ 10 milhões, o que significa que o país vendeu mais e comprou menos do exterior. Este resultado manteve-se positivo até o primeiro quadrimestre de 2005, mas a partir de maio a balança começou a acumular déficits e o resultado dos primeiros sete meses do ano já está negativo em quase R$ 30 milhões.
A queda do preço no final da cadeia produtiva é sinal de que o valor pago ao produtor também sofrerá ou sofreu redução. Neste caso, os impactos podem ser ainda mais desastrosos, uma vez que, no período da entressafra é natural que haja um aumento dos custos de produção, mesmo tendo sido amortecidos pelo prolongamento do período chuvoso deste ano.
De acordo com Ferreira, em comparação ao que era pago ao produtor em abril deste ano, o litro de leite caiu de R$ 0,62 (em média) para R$ 0,55.
A solução para a crise, avalia o presidente da Calu, não se dará em curto prazo. Depende de fatores externos, como o comportamento do câmbio, e dos mercados nacional e internacional. Papel que cabe, principalmente ao governo, com uma política cambial que fortaleça as exportações e o desenvolvimento de estratégias para incentivar o consumo.
Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Rogério Tadeu), adaptado por Equipe MilkPoint
MG: entressafra não eleva preço do leite ao consumidor
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ALVARO CARDOSO FERNANDES DE PÁDUA
PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
EM 10/08/2005
Bom dia equipe da MilkPoint,
Relativamente à queda de preço do leite nesta época é realmente difícil entender o por que, vez que nesta época a produção normalmente cai em função da estiagem e consequentemente reduz a oferta, pressionando uma alta ou no mínimo mantendo. No entanto o cenário é diverso, vez que os preços estão recuando. Por outro lado, pode ser que a produção tenha aumentado, face ao incremento na produção visto nos últimos meses em função da retomada de muitos produtores do setor e os baixos preços dos concentrados e preços do leite atrativo até certo ponto.
Conforme explicação do colega Maurício, ele alega que a baixa é fruto de adversidades de mercado e pressão do mercado varejista.
Ao meu entender vejo que o mercado age mesmo de acordo com a velha lei da oferta e procura. Muita oferta sem demanda compatível, os negócios tendem a recuar em relação ao preço do produto. Outro ponto é a questão da exportação que não está sendo favorável para os produtores, vez que o câmbio flutuante não permite uma melhor conversão.
A questão é que toda esta situação de baixa de preço sobra só para o produtor, que tem que se ajustar de alguma forma, por que as indústrias apenas repassam o preço, mantendo seu ganho. Vejo que é o mesmo problema da carne, muita carne ofertada e exportação desfavorável para o produtor face o atual câmbio, e os frigoríficos rachando de ganhar as custa do setor produtivo. E o produtor só assistindo os altos faturamentos com a exportação, superávit na balança e por aí vai.
Por último, o que resta para os produtores é aguentar firme, até que a produção se equilibre e volte aos preços anteriores.
atenciosamente
Alvaro
Relativamente à queda de preço do leite nesta época é realmente difícil entender o por que, vez que nesta época a produção normalmente cai em função da estiagem e consequentemente reduz a oferta, pressionando uma alta ou no mínimo mantendo. No entanto o cenário é diverso, vez que os preços estão recuando. Por outro lado, pode ser que a produção tenha aumentado, face ao incremento na produção visto nos últimos meses em função da retomada de muitos produtores do setor e os baixos preços dos concentrados e preços do leite atrativo até certo ponto.
Conforme explicação do colega Maurício, ele alega que a baixa é fruto de adversidades de mercado e pressão do mercado varejista.
Ao meu entender vejo que o mercado age mesmo de acordo com a velha lei da oferta e procura. Muita oferta sem demanda compatível, os negócios tendem a recuar em relação ao preço do produto. Outro ponto é a questão da exportação que não está sendo favorável para os produtores, vez que o câmbio flutuante não permite uma melhor conversão.
A questão é que toda esta situação de baixa de preço sobra só para o produtor, que tem que se ajustar de alguma forma, por que as indústrias apenas repassam o preço, mantendo seu ganho. Vejo que é o mesmo problema da carne, muita carne ofertada e exportação desfavorável para o produtor face o atual câmbio, e os frigoríficos rachando de ganhar as custa do setor produtivo. E o produtor só assistindo os altos faturamentos com a exportação, superávit na balança e por aí vai.
Por último, o que resta para os produtores é aguentar firme, até que a produção se equilibre e volte aos preços anteriores.
atenciosamente
Alvaro