A mexicana Lala, que controla a Vigor Alimentos, reportou ontem um lucro líquido de US$ 40,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, 17,3% acima de igual intervalo um ano antes, quando tivera resultado líquido de US$ 34,7 milhões. O número exclui os efeitos da aquisição da Vigor no Brasil em agosto e impactos pontuais da integração da empresa brasileira.
Considerando a aquisição, o lucro no primeiro trimestre caiu para US$ 26,8 milhões, principalmente devido aos maiores gastos com financiamento. Os valores foram convertidos de pesos mexicanos para dólares, considerando o câmbio médio nos dois trimestres.
Também sem considerar a aquisição da Vigor, a receita líquida da Lala no primeiro trimestre foi de US$ 811,8 milhões, acima dos US$ 728,5 milhões de igual intervalo de 2017. A desaceleração no ritmo de incremento nas vendas, segundo a Lala, decorreu principalmente do impacto negativo da Semana Santa no México, que caiu na última semana de março, quando as vendas tendem a diminuir e da base alta de comparação no primeiro trimestre de 2017.
Levando em conta a compra da empresa de lácteos brasileira, a receita somou US$ 975,1 milhões no primeiro trimestre, alta de quase 34% na comparação com o mesmo período de 2017. Segundo a empresa, além da aquisição da Vigor, o avanço se deveu também a crescimento orgânico. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Lala somou US$ 95,9 milhões no período, quase 13% acima do primeiro trimestre de 2017. Considerando a aquisição, ficou em US$ 108,5 milhões no trimestre, alta de 28% sobre os US$ 84,9 milhões de um ano antes.
Segundo a Lala, o avanço do Ebitda em bases comparáveis reflete as iniciativas para melhorar a produtividade nas operações do México e América Central, "o que permitiu compensar os custos de reconfiguração das plantas dos EUA e expandir a margem em 10 pontos base, para 11,8%." Já o EBITDA considerando a aquisição da Vigor mostra uma queda de 60 pontos-base na margem em comparação com igual trimestre de 2017. A retração se deve às menores margens do negócio no Brasil, que são quase a metade das vistas no México, segundo a Lala.
Em comunicado, Scot Rank, CEO da Lala, afirma que "a integração de Vigor no Brasil está num bom caminho. A Vigor está ganhando participação de mercado em categorias-chave e melhorando a margem operacional". Além disso, acrescenta, no primeiro trimestre a empresa iniciou "a reconfiguração do negócio nos EUA para prepará-lo para um crescimento rentável".
Conforme o balanço da Lala, o Brasil registrou vendas líquidas de 3,064 bilhões de pesos graças ao forte desempenho em iogurte grego e queijos. "Fechamos o trimestre no Brasil em linha com o plano anual, com um Ebitda de 236 milhões de pesos, que representa 7,7% das vendas". Ainda segundo o relatório, os resultados no Brasil foram impulsionados pelo incremento de participação de mercado em categorias-chave, melhora de preços, redução de custos de materiais, transformação e gastos operacionais. O número também inclui gastos de 14 milhões de pesos relacionados à integração da Vigor.
A empresa mexicana informou ainda que encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma dívida total equivalente a US$ 1,571 bilhão (considerando o câmbio do dia 31 de março).
As informações são do jornal Valor Econômico.