Limitação de quantidade afeta programa do leite em MG

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Sessenta e cinco mil famílias carentes do norte de Minas Gerais e Vales do Jequitinhonha e Mucuri correm o risco de ficar sem o alimento distribuído diariamente no Programa Leite pela Vida, executado pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) e Idene (Instituto de Desenvolvimento do Nordeste e Norte de Minas).

É que a nova diretriz fixada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar, publicada na última semana, determina a cota de 5 mil litros por semestre, ou 27 litros por dia, por produtor. Para atender as 150 mil famílias seria necessário comprar o leite de 5.555 produtores do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar), mas os coordenadores conseguiram apenas 3.145.

O coordenador estadual do Programa Leite Pela Vida, Agnos Rodrigues da Silva, que atua no Idene, está com dificuldades para encontrar outros 2.410 pequenos produtores e completar os 65.085 litros. Ele lamentou que a nova diretriz tenha desconhecido essa realidade, apesar de, no dia 26 de setembro, o secretário nacional Anuar Ruano ter participado de audiência pública em Montes Claros, quando foi alertado.

A assessoria do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, alegou que o programa é bancado pelo governo federal, mas que sua execução é de responsabilidade do Idene.

Hoje, em Recife (PE), coordenadores do Programa Leite Pela Vida nos dez estados afetados pela seca estarão reunidos, segundo Rodrigues, para discutir um documento a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde é apontado o risco de desabastecimento das famílias carentes.

"Faltará leite para assegurar o abastecimento das famílias carentes. Infelizmente, falta sensibilidade à burocracia. Para minimizar essa situação, o Idene está comprando 20 tanques resfriadores, que serão espalhados em pontos estratégicos para acumular o leite de pequenos produtores, e que justifiquem o deslocamento dos veículos dos laticínios. Isto nos ajudará a colocar mais 400 produtores no programa, mas faltarão outros 2 mil", completa Rodrigues

O pedido de Minas, encaminhado ao MDS, é que cada pequeno produtor forneça 100 litros de leite por dia, contra os 27 hoje autorizados. "É incrível como o governo cria uma política agrícola para fomentar a bovinocultura leiteira junto à agricultura familiar e, ao mesmo, limita a quantidade de 27 litros/dia. O produtor que progredir e passar deste limite é alijado do programa", reclamou Rodrigues.

Fonte: Hoje em Dia/MG (por Girleno Alencar), adaptado por Equipe MilkPoint
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Fábio Machado Teles
FÁBIO MACHADO TELES

OUTRO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2005

A realidade é que mais de 80% dos produtores com até 27 litros/dia tem produção sazonal, normalmente é aquele pequeno produtor que produz entre os meses de novembro a abril/maio e entre os meses de abril a outubro não ordenha suas vacas por que elas simplesmente secaram.



Normalmente, são vacas zebuínas que tem como fonte de alimento o parco pasto e/ou as soltas do cerrado. As pequenas áreas de cana que estes produtores dispõem em suas propriedades são direcionadas prioritariamente para a produção de rapadura para consumo próprio ou a produção de aguardente em regime de parceria com que tem alambiques. Infelizmente a lei jurídica que determina as faixas de produção para PRONAFIANOS desconhece a lei biológica da curva de lactação de bovinos que nos mostra que dois terços da produção de leite acontece no primeiro terço da lactação e que vacas zebuínas comuns tem período de lactação de cerca de 4 a 6 meses. Soma-se a isso o fato de que a oferta de alimentos para as vacas em lactação guarda relação estreita com a safra de gramíneas e com a reserva estratégica de volumosos para entressafra.

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