Aproximadamente 68% de todo o leite e produtos lácteos da Índia violaram os padrões da Autoridade de Segurança e Normas de Alimentos da Índia (FSSAI). Esse ato ocorre apesar da recente proposta dos reguladores de uma multa de cerca de US$ 14.000 ou prisão vitalícia pela adição intencional de adulterantes a produtos alimentares.
Os adulterantes mais encontrados são detergentes, tinta branca, soda cáustica e óleo refinado. "Outros contaminantes, como ureia, amido, glicose e formalina também são usados para adulterar o leite deliberadamente, pois o preservam por períodos mais longos", disse Mohan Singh Ahluwalia, falando para o Conselho de Bem-Estar Animal da Índia. A prevalência desta adulteração também tem sido vista como mais alta no norte do país.
“A Índia ocupa o primeiro lugar mundial em produção de leite, contribuindo com cerca de 18% do total mundial do leite. Em volume, a produção é de 146 milhões de toneladas no país. Mas teme-se que mais de 60% do mesmo esteja contaminado devido às más práticas na cadeia de fornecimento de leite”, contou o Ministro da União dos Ministérios de Ciência e Tecnologia, Mudança Climática e da Terra, Harsh Vardhan, em uma declaração.
De acordo com Vardhan, o leite é adulterado com contaminantes como ureia, sal, detergente, sabão líquido, ácido bórico, soda cáustica, soda e peróxido de hidrogênio, os quais são nocivos à saúde. Desde 2016, a Índia consome 480 gramas de leite per capita por dia. Espera-se que esse número suba para 800 gramas nos próximos 50 anos.
Os perigos da adulteração
A adulteração de alimentos representa perigos severos. Quando os adulterantes em questão são consumidos em quantidades excessivas, o risco de danos irreversíveis a vários órgãos aumenta em várias vezes, assim como o risco de câncer.
A situação de adulteração na Índia é tão séria que a FSSAI desenvolveu um kit, chamado Detectar Adulteração com Teste Rápido (DART), para permitir que os cidadãos detectem adulterantes de alimentos por conta própria. Além disso, o país recebeu uma assessoria de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela afirmou que a falha em checar imediatamente a adulteração do leite e dos produtos lácteos levaria 87% dos cidadãos indianos a sofrerem doenças graves, como o câncer até 2025.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e resumidas pela Equipe MilkPoint.