A mexicana Lala, que controla a Vigor Alimentos, registrou lucro líquido de 733 milhões de pesos mexicanos (US$ 37,8 milhões) no segundo trimestre do ano, 36,2% abaixo de igual intervalo um ano antes, quando tivera resultado líquido 1,148 bilhão de pesos (US$ 59,1 milhões). Segundo a empresa, o número exclui os efeitos da aquisição da Vigor no Brasil no quarto trimestre de 2017. Considerando a aquisição, o lucro foi de 400 milhões de pesos (US$ 20,6 milhões). Os valores foram convertidos de pesos mexicanos para dólares, considerando o câmbio médio nos dois trimestres.
A receita líquida da Lala no segundo trimestre foi de 15,738 bilhões de pesos (US$ 810,6 milhões), acima dos 14,967 bilhões de pesos (US$ 770,9 milhões) de igual intervalo de 2017, também sem considerar a aquisição da Vigor. Levando em conta a aquisição, a receita foi de 18,870 bilhões de pesos (US$ 971,9 milhões).
Em relatório que acompanha os resultados, o diretor presidente da Lala, Scot Rank, disse que no segundo trimestre a empresa registrou crescimento nas vendas em todas regiões em comparação com o mesmo intervalo um ano antes, mas teve resultados “decepcionantes” em rentabilidade. "Enfrentamos desafios derivados de maiores gastos no México, a situação política na Nicarágua e uma greve de caminhoneiros no Brasil que afetou nossas operações durante dez dias”, relatou. “Continuo confiando que os sólidos fundamentos de negócio nos permitirão voltar a rapidamente ao crescimento rentável".
Segundo a Lala, o avanço da receita no período foi uma combinação de crescimento orgânico e consolidação das operações no Brasil.
A empresa informou que registrou receita de 3,132 bilhões de pesos (US$ 161,3 milhões) no Brasil e que a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio afetou as vendas nas duas últimas semanas do mês. Isso resultou na perda de um terço das vendas e afetou oito dias de produção. A Lala destacou, porém, o bom desempenho nos segmentos de iogurtes e queijos no período. Não há base de comparação com o segundo trimestre de 2017, pois a Lala ainda não havia adquirido a Vigor.
De acordo com a empresa, no segundo trimestre do ano seu lucro antes de juros, impostos e amortização (Ebitda) foi de 1,871 bilhão de pesos (US$ 96,4 milhões), um queda de 10,7% e de 410 pontos-base na margem, em comparação com igual intervalo de 2017. O dado leva em conta a compra da Vigor.
Excluindo a aquisição, a empresa teve Ebitda de 1,727 bilhão de pesos (US$ 88,9 milhões) no segundo trimestre deste ano, declínio de 17,6% em comparação com os US$ 108 milhões de um ano antes.
Segundo a empresa, o resultado desfavorável ocorreu principalmente devido aos altos gastos de fabricação e distribuição no México, gastos extraordinários em função da crise política na Nicarágua, menores margens no negócio no Brasil por causa da paralisação dos caminhoneiros e uma base elevada de comparação no segundo trimestre de 2017.
No Brasil, o Ebitda da Lala no trimestre foi de 144 milhões de pesos (US$ 7,42 milhões), ou 4,6% das vendas. O resultado foi afetado pela greve e também inclui gastos relacionados à integração da Vigor.
As informações são do jornal Valor Econômico.