Europa: cautelosa com cortes em subsídios de exportação

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O acordo feito na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) para cortar os subsídios às exportações até 2013 foi recebido com um sentimento de inevitabilidade e cautela pelo setor de lácteos da Europa.

A União Européia (UE) concordou em eliminar os subsídios às exportações de produtos como óleo de manteiga, leite em pó e cereais até 2013, enquanto outras nações tomarão medidas equivalentes.

"Em uma semana de decepções, isso não é um prêmio pequeno. Isso não é suficiente para tornar essa reunião um verdadeiro sucesso. Mas é suficiente para salvá-la do fracasso", disse o Comissário Comercial da UE, Peter Mandelson.

A medida interessa muito à indústria de lácteos, porque a UE é atualmente um exportador líquido de produtos lácteos.

O conselheiro-chefe do setor de lácteos da União Nacional dos Produtores Rurais (National Farmers Union - NFU) do Reino Unido, Tom Heind, disse que a indústria de lácteos tem aguardado amplamente a abolição dos subsídios dentro de cinco a 10 anos. "Eu pensaria que 2013 é um período razoável; isso é algo com o que podemos viver".

Ele disse que as empresas de lácteos britânicas podem ser protegidas do impacto direto porque a maioria não exporta tanto, apesar de as mudanças nos mercados vizinhos, como a Irlanda, poderem afetar o Reino Unido.

Heind disse que a principal preocupação é com o óleo de manteiga, que atualmente é vendido a um preço de duas vezes o preço mundial na UE.

As reformas na Política Agrícola Comum (PAC) da Comissão Européia vão reduzir os preços do óleo de manteiga em 25%, e isso deixará os produtores com uma grande distância para serem competitivos fora da UE; e sem a ajuda dos subsídios de exportação.

O secretário geral da Associação Européia de Lácteos (European Dairy Association - EDA), Joop Kleibeuker, disse que a associação esperava que os subsídios às exportações não fossem eliminados completamente até o final do atual período de reformas na PAC em 2014-2015. Ele disse que os subsídios deveriam ser retirados em fases através da redução do orçamento estabelecido para isso e não dos volumes dos produtos que recebem suporte para dar à indústria uma chance de se adaptar. Ele disse que existia um "crescente suporte" para isto na Comissão.

A Comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, disse que o texto de anulação em fases não era um "presente de Natal" para a Europa. Ela sugeriu que a Comissão poderá debater mais para frente em quanto os subsídios serão reduzidos antes de 2013, dizendo: "Nós não aceitaremos que isso seja tão alto que prejudique nossos mercados e tornem necessárias novas reformas".

O corte nos subsídios às exportações irá quase que certamente reforçar a necessidade de fabricar produtos de maior valor. Kleibeuker disse que espera aumentos significantes nos queijos e leite em pó de valor agregado.

"Nós temos que ser realistas. Será difícil competir", disse a economista-chefe da NFU, Carmen Suarez. "Nós não podemos produzir o queijo mais barato do mundo, mas podemos produzir alguns dos melhores queijos do mundo".

Esta medida para abolir os subsídios às exportações foi bem recebida por companhias de lácteos de fora da UE.

O presidente da Associação de Companhias de Lácteos da Nova Zelândia, Earl Rattray, disse: "Os subsídios às exportações têm por décadas sido o maior elemento de distorção comercial no comércio mundial - um câncer fatal para exportadores eficientes".

Fonte: Dairy Reporter (por Chris Mercer), adaptado por Equipe MilkPoint
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