Especial Região Sul, Sítio São José: simpatia combinada com eficiência produtiva

O Sítio São José é uma simpática propriedade localizada na cidade de Palotina, interior do Paraná, que trabalha com rebanho totalmente composto por vacas Jersey, cujos proprietários nos agraciaram com imagens maravilhosas. Quem conta a história de hoje são Cléber Sônego e seus pais, Arlete e Aldemir.

Publicado em: - 4 minutos de leitura

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Já mostramos aqui no Especial Região Sul que produzir leite com qualidade e eficiência não é exclusividade das grandes propriedades e a edição de hoje é mais um exemplo disso. O Sítio São José é uma simpática propriedade localizada na cidade de Palotina, interior do Paraná, que trabalha com rebanho totalmente composto por vacas Jersey, cujos proprietários nos agraciaram com imagens maravilhosas. Quem conta a história de hoje são Cléber Sônego e seus pais, Arlete e Aldemir.

Tudo começou nos anos 70, quando os pais do Sr. Aldemir migraram do Rio Grande do Sul para o Paraná. Ele tinha apenas três anos. Em 1988, casou-se com dona Arlete e tiveram três filhos. Em meio as dificuldades financeiras, no ano 2000, decidiram iniciar a produção de leite, já que a área da propriedade que possuíam não era suficiente para produzir grandes culturas, como soja e milho.

Figura 1
Foto: cedida pela Família Sônego.

Na época o rebanho tinha genética menos apurada, era criado totalmente a pasto, com baixa utilização de concentrado. Atualmente, o sistema de produção é semi-intensivo e o rebanho conta com 22 animais em lactação, todos Jersey, com produção de 400 litros de leite diários, média de 18 litros por animal. “O gado Jersey é um animal mais rústico, dócil e de pequeno porte, o que facilita o manejo, além de produzir leite mais “gordo”, com qualidade superior. Não vemos desvantagens em relação a outras raças, apenas pontos positivos”, disse Arlete.

Figura 2
Foto: cedida pela Família Sônego.

A propriedade conta com 4 ha de capim Mombaça, divididos em 37 piquetes, em sistema de pastejo rotacionado. Além do pasto, os animais são alimentados com silagem de milho, parte produzida na fazenda e parte terceirizada. Em épocas de escassez de chuva, utilizam feno, também comprado de terceiros. Quanto ao fornecimento de ração, um aspecto muito interessante sobre o Sítio São José é a prática de dieta individual. Ela – a dieta - é calculada por uma equipe de assistência técnica, com base no peso, período de lactação e produção de cada animal.

jersey região sul paraná produção de leite
Foto: cedida pela Família Sônego.

O manejo é feito da seguinte forma: logo após serem ordenhadas, as vacas são conduzidas a cochos com canzil, que impedem que um animal coma a ração do outro. Em uma lousa ficam descritos os nomes de cada animal e as quantidades de milho moído, farelo de soja, sal mineral, tamponante e calcário adequadas para cada um. Já a silagem fica disponível em porções iguais cocho para todos. Assim, cada animal é identificado e recebe sua dieta balanceada e exclusiva. “Os benefícios observados foram economia com ração, porque cada animal come o correspondente a sua produção, além de aumento no volume do leite, com média subindo de 9 litros por animal, para 18 litros”, comentou Aldemir.

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O Sítio São José está inserido na bacia leiteira oeste do Paraná, onde é comum a utilização de tecnologias e a assistência técnica é abundante. Um exemplo disso é o programa Leite MAIS, uma iniciativa do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER, do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR e da Cooperativa de Trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural - COOPERMAIS. Este programa visa o aumento da produtividade, qualidade e rentabilidade da atividade leiteira, por meio da prestação de orientação técnica personalizada aos produtores assistidos.  Durante a visita são executadas as seguintes atividades:

  • avaliação das condições produtivas e mensuração da disponibilidade de pastagens;
  • avaliação das condições produtivas das áreas de produção de volumosos de inverno;
  • atribuição de escore de condição corporal (ECC) ao rebanho;
  • avaliação das condições sanitárias do rebanho;
  • avaliação da higiene das instalações e equipamentos;
  • realização do balanceamento individual das vacas;
  • monitoramento da pesagem das bezerras/novilhas;
  • ajuste da quantidade de ração;
  • transferência para a ficha do animal das anotações feitas pelo produtor;
  • diagnóstico de prenhez;
  • anotação das recomendações no caderno apropriado;
  • acompanhamento da rotina de ordenha sempre que necessário;
  • entrega ao produtor do calendário de visitas para o próximo mês.

Figura 4
Foto: cedida pela Família Sônego.

Sobre o Leite MAIS, Cléber falou: “O programa no auxiliou principalmente na produção de volumosos. Inclusive, neste quesito, fomos premiados como 2° melhor produtor do projeto. Além disso, aprimorou a criação de bezerras e novilhas, aumentou produtividade das vacas, ajudou no melhoramento genético, entre outros manejos da propriedade, o que trouxe uma melhor produção e melhor qualidade de vida”.

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O bom desempenho do programa também está refletido nos parâmetros de qualidade do leite: Contagem de Células Somáticas (CCS) de 154 mil cél/mL e Contagem Bacteriana Total (CBT) de 21 mil UFC/mL. O leite é fornecido para a empresa LATCO, da qual recebem por volume e qualidade. “Com certeza o pagamento por qualidade motiva o produtor a melhorar, pois, se ele estiver sendo remunerado, a tendência é querer ser cada vez melhor, para receber mais”, comentou Arlete.

Figura 5
Foto: cedida pela Família Sônego.

Apesar dos três filhos de Arlete e Aldemir terem seguido os caminhos do agronegócio (dois Agrônomos e um Zootecnista) nenhum deles pensa em assumir a propriedade, por enquanto. Contudo, sempre que têm disponibilidade, ajudam os pais nos afazeres da fazenda.

Os proprietários do Sítio São José sonham em ampliar a produção de leite. O próximo objetivo é a construção de um barracão em que seja possível tratar dos animais utilizando desensiladeira misturadora e, depois disso, aumentar o rebanho.

Figura 6
Foto: cedida pela Família Sônego.

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Material escrito por:

Maysa Serpa

Maysa Serpa

Médica Veterinária, MSc. e doutoranda em Sanidade Animal pela UFLA.

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Eduardo Schulz Mittanck
EDUARDO SCHULZ MITTANCK

CENTRAL - ZOOTECNISTA

EM 07/01/2020

Parabéns pra Família Sônego!! ????????
Roberto de Andrade Bordin
ROBERTO DE ANDRADE BORDIN

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 07/01/2020

Bom dia...

Mais casos assim deviam ser expostos...pois mostra que com vontade e técnica...tudo acontece.
Parabéns.
Willian Gonçalves do Nascimento
WILLIAN GONÇALVES DO NASCIMENTO

PALOTINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 06/01/2020

Parabéns Família Sônego, IAPAR, EMATER e COOPERMAIS, excelente trabalho.
andré Luiz pizano louro
ANDRÉ LUIZ PIZANO LOURO

ANTÔNIO PRADO DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2020

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