
Até janeiro
Apenas 11% dos 200 leitores que votaram acreditam que o mercado do leite irá melhorar até janeiro. Entre os leitores que acreditam nesta melhora, Dimas Henrique Dalmina, auxiliar de política leiteira dos Laticínios Bom Gosto - RS; Carlos César Massambani, da Nutriphos - PR; Álvaro Eduardo Pereira, gerente geral de lácteos da Tetra Pak - SP; Fábio Rodrigo Medeiros Guilhermano, comprador de leite da Avipal - RS; Márcio Ricardo Guerra, da Schering Plough Coopers - PR, além dos produtores de leite Luiz Guilherme Winharski, da cidade de Dois Vizinhos, Paraná; Luciano Feres Jacob, da Fazenda São Simão, em Goiás; Martinho Mello de Oliveira, da Fazenda Santa Rita de Cássia em MS, e Juvenal Carvalho Santos, da Fazenda Furna, em Goiás.
Para Martinho Oliveira, com as sucessivas decepções, o produtor irá deixar de investir, o que poderá fazer com que haja queda na produção puxando os preços novamente para cima. O principal, segundo Martinho, é lutar para que haja um aumento do consumo interno e das exportações. "Com estas três situações teríamos perspectivas de aumento no preço do leite pago ao produtor", completa.
De março em diante
Esta opção foi escolhida por 36% dos leitores que participaram da enquete. Entre eles estão: Antonio Julião Bezerra Damásio, diretor-presidente da Colaso; Solange Cristina Canesin de Oliveira, consultora da Emater-PR; Mario Alexandroni, gerente de política leiteira da Agro Pecuária Tuiuti Ltda em SP; Irinaldo de Lima, diretor financeiro da Líder Alimentos do Brasil Ltda - SP; Brasilmar Mieli, produtor de leite em Santa Fé do Sul - SP; Juliano Antonio Nogueira Silveira, da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano; Antonio Mauro Freire, diretor geral da Vitolac - PA; Edivandro Souza, produtor de leite em Betim, MG; Luiz Eduardo Morais, consultor da Danone em MG; Alziro Zarur Manoel Rodrigues, da TV Anhanguera - GO; Sávio Santiago, economista de política leiteira da Leite Bom Cheff; Fernando Cerêsa Neto, produtor de leite em Brasília; Luís Henrique Ribas, veterinário da Frimesa - SC; Leomar Martinelli, agente de captação da Lider Alimentos - RS; Renato Machado, veterinário em MG; entre outros.
Para Irinaldo de Lima, o melhor seria o produtor diminuir seus volumes de produção, pois segundo ele, o mercado não tem como absorver um aumento de produção de 15% e somente quando houver redução da produção é que se terão melhores preços.
Já o leitor Fernando Cerêsa espera que em março comece um pequeno processo de recuperação dos preços, entretanto muito longe dos valores recebidos pelo leite em maio/julho 2005. "Todo esforço para se entregar um produto confiável aos laticínios, inclusive com os custos de seu resfriamento, não recebeu a mínima consideração pela indústria", desabafa Cerêsa.
Luís Ribas acredita que o dólar irá reagir no primeiro trimestre do ano, aumentando assim as exportações e equilibrando o mercado. Leomar Martinelli comenta que a partir de março, historicamente, o mercado de lácteos começa a reagir, através da aquisição de leite pelo governo federal para a merenda escolar.
Só na entressafra de 2006
Esta foi a escolha de 16% dos leitores e entre eles estão Antonio Moraes Resende, diretor do Centroleite em Goiás; Mario Himori, administrador da granja Himori em Bastos; Luciano Santos Almeida, gerente de captação da empresa Vale Dourado em Alagoas; Antônio Carlos de Souza Lima Jr, extensionista em Goiânia; Almir Begnini Menin, proprietário da Estância Sete Lagoas, no Paraná; Milton Camolesi de Almeida, comprador da Kraft Foods, no Paraná; Maria Beatriz Malta Campos Dotta e Silva, da Fazenda Recreio em São Carlos, São Paulo; Joaquim Rezende Pereira, pesquisador em Minas Gerais, Kleber Geraldo da Silva, extensionista em Brasília; Pedro Augusto Pereira, professor da Unipac, em Minas Gerais; Alexandre Augusto Cortezi, proprietário da Fazenda Santo Antonio, em São Paulo.
Antonio Lima Jr acredita que a melhora acontecerá na entressafra de 2006 caso ocorra manutenção do volume produzido. Já para Maria Beatriz, o mercado só irá melhorar na entressafra, pois é quando a produção tende a cair e também há esperança de uma reação da moeda americana.
Alexandre Cortezi acredita que os preços só irão melhorar na entressafra, mas desabafa que considera um absurdo o produtor só ficar sabendo dos preços que irá receber no décimo dia após o fechamento do mês.
Sem previsão
Também com 36% dos votos, os leitores encontram-se sem opinião formada quanto à melhora do mercado. Entre os 36% estão Haroldo Max de Sousa, presidente do Centroleite em Goiás; Paulo Martins de Sá Oliveira, produtor de leite na Bahia; Marcos Koch Ortiz, agente de compras da Líder Alimentos no Paraná; Clemente da Silva, extensionista em Campinas; Luiz Cezar Faria Alonso, proprietário da Fazenda Barreiros no RJ; Marcelo Monteiro Guirado, produtor de leite em Tanabi - SP; Rui da Silva Verneque, pesquisador da Embrapa Gado de Leite em MG; Walter Jose Pereira, representante comercial da Coolapa - MG; Fernanda Tomaz da Silva, dos Laticínios Mangoni no PR; Ítalo Diógenes Holanda Bezerra, proprietário do rancho Santa Cruz, no Ceará; Paulo Zanchi André dos Santos, sócio da CPZ consultoria, no RS; Carlos Antonio Mareca, empresário em Poços de Caldas - MG; Fernando José Ribeiro Kachan, produtor de leite em São Paulo; Fernando Affonso Ferreira, diretor do sindicato rural de Itabuna - BA; Flamarion Tenório de Albuquerque, professor da Ufla - MG; João Marcos Guimarães, técnico em laticínios - MG; Mauro Rocha da Cruz, produtor de leite em MG; Agostinho Pedrosa, produtor de leite em Goiás.
Clemente da Silva, extensionista em São Paulo acredita que enquanto as associações de produtores, órgãos associados e os próprios criadores não tomarem consciência de que é preciso criar mecanismos que estimulem o consumo de leite pela população brasileira, o leite vai continuar perdendo para as cervejas, cachaças e até para os sucos artificiais em saquinhos de 10 gramas. "Temos que investir no marketing e levar mais a sério a produção de alimentos com qualidade, não podemos por a culpa no governo a toda hora", desabafa.
Carlos Mareca e a grande maioria dos leitores concordam com Clemente no fato de que é preciso investir no marketing para incentivar o aumento de consumo interno de leite e derivados.
Já Fernando Kachan e outros leitores compartilham da opinião de que a desorganização do setor, aliada às conjunturas políticas econômicas vigentes e a supervalorização do real, não permitem quaisquer previsões confiáveis para a melhoria do mercado. O leitor João Guimarães acredita que a cadeia produtiva do leite precisa de definições claras e estáveis. "O cenário atual não aponta para isto, mais uma vez a equação não fecha, mais uma vez o produtor de leite se torna o vilão da história", completa.
Mauro Rocha de Cruz arrisca no fato de que uma das soluções para a melhora do mercado seria um aumento nas exportações de leite em pó. "Parece ser uma boa saída, mas envolve muitas coisas que não serão solucionadas em curto espaço de tempo", conclui.
É importante salientar que a enquete MilkPoint não tem o objetivo de quantificar opiniões com rigor estatístico, apenas mostra a opinião dos leitores sobre determinado assunto. Nesta enquete, 200 pessoas votaram.
Vote em nossa próxima enquete:
Quanto deveria ser a contribuição para marketing institucional de lácteos?
Maior que 1 centavo por litro
De 0,75 a 1,0 centavo por litro
De meio a 0,75 centavo por litro
De 0,25 a meio centavo por litro
Até 0,25 centavo por litro
0 (não deve haver)
Fonte: Equipe MilkPoint