Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desenvolve nova cobertura alimentícia de leite

Publicado por: MilkPoint

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Um novo processo para fazer continuamente filmes a partir de proteínas do leite poderá levar à produção de uma cobertura comestível e resistente à água em vários produtos comumente encontrados na sessão de produtos lácteos dos supermercados. O processo usa as características únicas da caseína, uma proteína do leite que é o principal ingrediente dos queijos. Esta proteína também é usada como suplemento alimentar e como um componente funcional de produtos não alimentícios, incluindo colar, materiais de acabamento para papéis e têxteis e tintas.

A estrutura natural da caseína dá a ela a capacidade de formar filmes ou coberturas resistentes à água e biodegradáveis. Os filmes de caseína poderiam ser produzidos como lâminas únicas ou camadas finas que poderiam aderir diretamente ao produto. Esses filmes agiriam como uma barreira para substâncias externas enquanto protegem o produto de danos e contaminação. O filme comestível preserva a umidade, de forma que poderia ser usado como cobertura de produtos lácteos como queijos, ou como parte de embalagens de queijo cottage ou iogurtes. Também podem ser adicionados flavorizantes, vitaminas e minerais nessas coberturas.

O processo usa o método patenteado do Serviço de Pesquisa Agrícola (Agricultural Research Service - ARS), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), desenvolvido pela pesquisadora líder da Unidade de Processamento de Lácteos e Pesquisa de Produtos do Centro Oriental Regional de Pesquisa (Eastern Regional Research Center - ERRC) em Wyndmoor, Pensilvânia, Peggy Tomasula. Seu método de extração separa a caseína do leite com o dióxido de carbono (CO2) sob alta pressão.

Tomasula descobriu que se a caseína é misturada com água e glicerol e deixada intacta para secar, forma um material semelhante a um filme flexível e resistente à água.

"É difícil obter filmes, fibras e materiais moldáveis com as propriedades mecânicas aceitáveis da caseína", disse Tomasula. "Isso porque a mistura pode dissolvê-los. O novo material permanece intacto quando exposto à água, diferentemente de outros filmes baseados em proteínas patenteados anteriormente". E, até agora, não se sabia como produzir esses filmes em grande escala, de forma contínua.

O engenheiro químico do ERRC que recentemente se aposentou, Michael Kozempel, e Tomasula, desenvolveram um processo piloto para produzir o filme continuamente. Kozempel determinou qual mecanismo de alimentação espalharia a solução de caseína uniformemente e qual material de correia permitiria uma fácil remoção dos filmes secos. Ele também especificou as condições de secagem e temperaturas para fabricar os filmes em três horas.

"Este processo faz os filmes continuamente e pode ser modificado para outras proteínas", disse Kozempel. "Ele estabelece a viabilidade da produção comercial de coberturas de polímeros biodegradáveis feitas a partir de produtos lácteos".

Kozempel também mostrou que até 20% da caseína pode ser substituída com leite desnatado desidratado, que reduz os custos dos filmes com menos perdas nas propriedades físicas.

O ARS registrou um pedido de patente do processo de produção contínua e está interessado em encontrar parceiros de negócios para trazer esse produto ao mercado.

Fonte: Serviço de Pesquisa Agrícola (Agricultural Research Service - ARS), por Jim Core, adaptado por Equipe MilkPoint
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Airdem Gonçalves de Assis
AIRDEM GONÇALVES DE ASSIS

OUTRO - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 23/11/2005

Prezado Marcelo,



A Embrapa mantém um programa de prospecção cientifica e tecnologica nos Estados Unidos (Labex-EUA), em parceria com o USDA-ARS. Particularmente no ERRC, a Embrapa conta com três pesquisadores-doutores que podem intermediar e auxiliar nas negociações de transferência de tecnologias para indústria brasileira. O ERRC é um centro de pesquisa do USDA-ARS, de referência internacional em segurança e qualidade de alimentos, bem como desenvolve trabalhos inéditos em novas utilizações de produtos agropecuários, com ênfase naqueles de origem animal, como leite, carne, couro e resíduos de frigoríficos.



O programa Labex-EUA tem uma coordenação central instalada na sede do USDA-ARS, em Beltsville, Estado do Maryland. O coordenador é o Dr. Pedro Antonio Arraes Pereira. Existem outros núcleos de pesquisadores da Embrapa no USDA-ARS focando outros temas estratégicos. O grupo lotado no ERRC, em Wyndmoor, Pensilvania, é liderado pelo Dr. José Renaldi Feitosa Brito, pesquisador da Embrapa Gado de Leite que está executando pesquisas estratégicas em segurança de alimentos e tem como missão principal prospectar tecnologias avançadas nos EUA de interesse da pecuária brasileira.



Caso alguma indústria nacional se manifeste, tanto Dr. Pedro Arraes como Dr. Renaldi têm condições de intermediar estes contatos no ERRC. Por outro lado, encontro-me as ordens para os contatos iniciais. Participei do programa Labex-EUA como coordenador, no período de 2001 a 2004, conheço o Diretor do ERRC, Dr. John Cherry, e os detentores da patente do "filme de caseína", Dra. Peggy Tomasula e Dr. Michael Kozempel, e acredito que teriam interesse em transferir a tecnologia para o Brasil por meio da Embrapa.



Ao seu dispor,



Airdem G. Assis

Embrapa Gado de Leite







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