Cota de produção de leite da UE prejudica Polônia

Um relatório do Instituto Babcock, da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, informou que as cotas de produção de leite da União Européia (UE) estão prejudicando o setor de lácteos da Polônia, que passou a fazer parte do bloco europeu recentemente.

De acordo com o relatório, os limites de cota ameaçam transformar a Polônia de um país exportador líquido de lácteos em importador líquido dentro de cinco a sete anos, segundo reportagem de Chris Mercer para o site Dairy Reporter. Isso poderá ocorrer mesmo a Polônia estando, agora, devido à entrada na UE, melhor equipada para exportar do que antes da acessão a UE.

Os dados mostram que a mudança poderá ser drástica - o valor das exportações de lácteos foi de quase 650 milhões de euros (US$ 787,32 milhões) em 2005, com as importações em cerca de 100 milhões de euros (US$ 121,12 milhões). Quase metade das exportações vai para os 15 países que já eram membros da UE antes da ampliação do bloco.

A maior parte da mudança ocorrerá com a redução da produção de leite em pó - o principal produto exportado - e um maior direcionamento do leite para produção de bens de maior valor, como queijos, iogurte e produtos fluidos.

A cota de produção de leite da Polônia é de 8,96 milhões de toneladas - a maior de todos os 10 países que entraram no bloco em maio de 2004 -, o que coloca o país como o quarto maior produtor de leite do bloco europeu. No entanto, o país pede um aumento para 13,7 milhões de toneladas.

O Instituto Babcock disse que o setor de lácteos da Polônia pode se ajudar trabalhando visando racionalização e consolidação: o país tem "muitas fazendas e plantas processadoras de lácteos". Existiam no país 356 plantas de lácteos no início de 2005.

O sistema de cotas de produção de lácteos da UE deve permanecer até 2015.

Em 10.01.06 - 1 Euro = US$ 1,21127
0,82558 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

Comentário MilkPoint: a Polônia, além de grande produtora, está experimentando significativo crescimento na produção. A entrada na UE está dando um choque de modernização na produção de leite do país, atraindo investimentos. É interessante acompanhar o desenvolvimento desse país, que tem área suficiente e (até agora), custos competitivos.