Representantes de criadores de bovinos de corte e de leite e indústrias são unânimes no otimismo quanto ao aumento do consumo de carne e em derivados do leite no mercado doméstico em 2019. A confiança vem de perspectivas de recuperação de renda e emprego no país, parte motivada pela expectativa de que reformas fiscais sejam feitas pelo novo governo federal, o que estimularia a economia nacional.
Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira explica que a criação gaúcha fica praticamente toda no Estado, e, por isso, ao produtor local o que mais afeta compra e venda são índices de desemprego, inflação, taxas de juros e recuperação de renda. "O consumo doméstico tem tudo para se expandir no próximo ano. O governo tende a ter seu peso reduzido com privatizações e com as reformas necessárias, e isso estimula economia", opina Gedeão.
Assim como o prato brasileiro deve receber mais carne de gado, o copo igualmente deve ficar mais cheio de leite em 2019, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra. O setor lácteo do Brasil espera, além do aumento do consumo, que não se repita a invasão de leite em pó do Mercosul para desestabilizar o setor. "O problema não é nem a quantidade de leite que ingressa. O dano ocorre porque há um ingresso concentrado demais, o que faz os estoques nacionais subirem e os preços desabarem", explica Guerra.
Para o executivo, a tendência segue de retração no número de famílias na atividade, o que teria seu lado positivo. Guerra ressalta que para melhorar a competitividade do setor o ideal seria que as empresas façam a coleta em menos propriedades, e em propriedades melhores estruturas.
Com mais tecnologia, as propriedades produzem mais leite por hectare e por animal. "Aumentar a produtividade segue sendo nosso maior desafio, mais do qualquer o problema do leite que ingressa do Mercosul", resume o presidente do Sindilat.
As informações são do Jornal do Comércio.