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Como saber se a produção de leite orgânico é rentável?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 01/08/2018

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Uma das matérias mais utilizadas durante o segundo módulo do curso de Pecuária Leiteira Orgânica foi a matemática. Produtores e técnicos tiveram que fazer muitos cálculos. As contas foram necessárias para os participantes entenderem como fazer o controle zootécnico do rebanho leiteiro, técnica de gerenciamento indispensável para a tomada de decisões.

O controle é importante para se conhecer a realidade produtiva, reprodutiva e sanitária dos animais e saber se a atividade pecuária leiteira está sendo rentável.

De acordo com o pesquisador Artur Chinelato de Camargo, que ministrou o curso na sexta-feira (27) e sábado (28) na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos - SP), tanto na produção convencional como na orgânica, o produtor precisa ter lucro para permanecer na atividade. “Os índices zootécnicos vão nos dizer qual a situação da propriedade, apontando virtudes e problemas que precisam ser corrigidos. Sem o controle zootécnico não sabemos o que está acontecendo com os animais. Sem os dados é difícil gerenciar o rebanho e ter rentabilidade”, explica Chinelato.

Durante o curso, o pesquisador demonstrou matematicamente a importância dos índices zootécnicos e afirmou que, para ter lucro, é preciso que o intervalo entre partos seja de 365 dias, 83% das vacas estejam em lactação e os animais tenham persistência de produção elevada, acima de 90%.

No sábado, o grupo visitou o Sítio Recanto SS, do produtor de leite orgânico Claudinei Júnior Saldanha, em São Carlos. Os participantes viram na prática um sistema sustentável de produção. Desde outubro de 2014, a propriedade é certificada. No sítio, Saldanha preza pelo bem-estar animal e qualidade das pastagens.

Chinelato diz que os conhecimentos e as recomendações técnicas são praticamente os mesmos para os sistemas convencional e orgânico. A base é pasto de qualidade, bem-estar e melhoramento genético dos animais. O que muda são as restrições do modelo orgânico, como o uso de fertilizantes químicos, agrotóxico e medicamentos alopáticos.

Aspectos sanitários

 Os aspectos sanitários do rebanho também estiveram em foco no segundo módulo do curso. O tema foi abordado pelo médico veterinário Marco Aurélio Bergamaschi, chefe de Administração da Embrapa Pecuária Sudeste. Na palestra dele, na tarde de sábado, o uso da homeopatia animal em sistemas leiteiros foi um dos assuntos mais instigantes. Ele falou também sobre o controle de ecto e endoparasitas.

Marco contou que ele próprio não acreditava na homeopatia e achava que os produtos causavam o chamado efeito placebo – que consiste no uso de uma substância que não provoca alterações no organismo, mas modifica a forma como a pessoa se sente, ajudando a melhorar os sintomas e até aumentando o sucesso do tratamento que já estava sendo feito.

“A sorte é que não fui refratário e comecei a pesquisar. Queria provar que não funcionava”, brincou.  Todos os experimentos feitos por Marco tiveram resultados positivos e ele se convenceu que a homeopatia funciona sim.  Mas não de forma isolada. “É como uma engrenagem e tudo deve estar adequado: ambiente, sanidade, reprodução, administração,  pessoal, bem-estar, raça, alimentação. A homeopatia entra como prevenção e são raras as situações em que deve ser usada para cura.”

Segundo ele, a explicação está na energia. “A homeopatia prevê diluições absurdas. Perde-se o produto físico, mas se mantém a memória energética na substância. Parte-se do princípio que o mínimo estímulo causa a máxima resposta”, afirmou. No caso, o organismo dos animais passa a ser manipulado por estímulos.

A prática tem sido adotada também em sistemas convencionais de produção leiteira. Apesar das indicações e das vantagens, o palestrante lembrou que, como qualquer medicamento, a homeopatia pode provocar efeitos colaterais e deve ser usada com cautela. Ele falou ainda sobre a forma de apresentação dessas substâncias e ensinou a armazená-las corretamente. Os participantes manifestaram muitas dúvidas sobre a legislação envolvendo a manipulação e a aplicação desses medicamentos.

Vacinação

No curso, Marco Bergamaschi abordou os aspectos sanitários dentro de um contexto que envolve todo o cuidado com os animais, começando pelo ambiente onde eles vivem e passando pela nutrição e pelo manejo. Um dos assuntos que gerou perguntas foi o esquema de vacinação. “Posso vacinar animais no sistema orgânico?”, questionou um dos inscritos. “Não há restrições”, respondeu Marco.

Ele explicou que algumas vacinas devem ser aplicadas regularmente, seguindo o calendário estabelecido pelo governo federal. E outras podem ser aplicadas apenas em áreas onde há incidência de doenças, como a raiva.

Curso

O curso de Pecuária Leiteira Orgânica começou em junho e o terceiro módulo acontecerá nos dias 31 de agosto e 1º de setembro na fazenda Nata da Serra, em Serra Negra (SP). Os temas abordados serão manejo de pastagens e gestão hídrica da propriedade, com a participação dos pesquisadores Artur Chinelato e Júlio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste. O quarto e o quinto módulo serão realizados novamente na fazenda Canchim, onde funciona o centro de pesquisa em São Carlos, no final de setembro e final de outubro. São 40 vagas, que foram rapidamente preenchidas. Há fila de espera para uma nova capacitação.

Leia também: Fazendas brasileiras se capacitam para produzir leite orgânico

As informações são da Embrapa Pecuária Sudeste. 

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