O leilão GDT realizado nesta terça-feira (04.09) fechou em desvalorização no preço médio pelo 7º evento consecutivo, com a média final em US$ 2.980/tonelada, o primeiro fechamento abaixo da casa dos US$ 3.000/tonelada em 2018. Na comparação com o evento passado, a queda foi de 2,1%, enquanto o índice de preços GDT (ponderado pelos fechamentos dos produtos negociados) caiu 0,7%. Observe o gráfico 1.
Gráfico 1. Preços médios e variação no índice de preços em relação ao leilão anterior. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Global Dairy Trade.
Entre as gorduras, destaque para a queda de 2,8% no preço médio da manteiga, que fechou em US$ 4.271/tonelada. Os preços seguem caindo há certo tempo, e apenas nos últimos quatro meses já houve recuo de aproximadamente US$ 1.500/tonelada. Informações de mercado indicam que a disponibilidade de gordura em 2018 na Oceania tem sido maior do que o esperado, pressionando os preços, enquanto que os compradores têm buscado menos produto, uma vez que a expectativa é de preços mais fracos no futuro. O gráfico 2 ilustra bem este cenário, mostrando que houve considerável desvalorização nos contratos futuros da manteiga para quase todos os meses negociados.
Gráfico 2. Variação no índice de preços futuros da manteiga. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Global Dairy Trade.
Ao contrário da manteiga, o queijo apresentou uma valorização interessante neste leilão. Apesar das exportações neozelandesas estarem mais fracas em 2018 vs. 2017 (-4,4% no acumulado janeiro-junho) - um dos fatores determinantes da desvalorização que vem ocorrendo desde maio - neste leilão a valorização foi de 4,2%, trazendo o preço médio a US$ 3.631/tonelada e praticamente recuperando a desvalorização ocorrida no leilão anterior.
Por fim, destaque também aos leites em pó, que tiveram variações opostas neste leilão, diminuindo o descolamento entre ambos. O desnatado teve elevação de 2,8% no preço médio, fechando em US$ 2.005/tonelada. Esta movimentação surpreendeu o mercado, uma vez que os fundamentos são de preços mais baixos neste momento.
Para o leite em pó integral, após a 3ª queda consecutiva, o preço médio chegou ao menor nível do ano, em US$ 2.821/tonelada. Conforme a safra da Nova Zelândia se inicia e as expectativas sinalizam que a produção não deve enfrentar maiores dificuldades, o derivado sofre pressão nos preços. Além disso, apesar da ausência de dados oficiais chineses (por conta de uma estratégia de omissão do país), as exportações para a China (principal cliente da Nova Zelândia) estão caindo em 2018.
Para os próximos meses é possível observar no gráfico 3 que a Bolsa de Futuros da Nova Zelândia espera certa valorização, apontando valores mais altos em todos os contratos negociados em relação ao GDT.
Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral – GDT vs. NZX.