China: Setor de fast food estimula consumo de queijos

O consumo de queijos na China está aumentando, mas a União Européia (UE), mais importante comerciante de queijos do mundo, ocupa apenas uma pequena participação do mercado, que é dominado por competidores que têm explorado melhor os segmentos crescentes do mercado, especialmente o setor de fast food.

Em 1999, a produção doméstica de queijos da China foi de 186 mil toneladas e as importações foram de 16 mil toneladas. Em 2003, esses dados aumentaram para 225 mil toneladas e 23 mil toneladas, respectivamente. As estatísticas da UE mostram que suas exportações de queijos para a China foram de 937 toneladas em 2004. O mercado é dominado pela Nova Zelândia, com 58% das importações de queijos da China, e Austrália, com 30%. A Alemanha, principal exportador para a China, representa menos de 3%.

Surpreendentemente, a China é agora um dos maiores produtores de leite do mundo. Depois de um lento crescimento nos anos noventa, a produção de leite aumentou de 7,8 milhões de toneladas para 17,5 milhões. Para um futuro imediato, a exportação, e não a produção na China, permanecerá sendo a principal forma das companhias européias entrarem neste mercado. O aumento da produção doméstica levou a uma acirrada competição e redução de preços, levando à retirada de companhias como Kraft e Parmalat dos investimentos chineses.

Atualmente, o mercado de fast food está impulsionando a demanda por queijos, o que é um problema para os fabricantes europeus, que comercializam queijos de qualidade superior, mas não podem competir em termos de preços com os produtos padronizados. De acordo com uma firma de consultoria em alimentos da Cingapura, apesar de a Nova Zelândia e a Austrália terem vantagens, é possível que os produtores europeus desenvolvam segmentos de mercado para especialidades de queijos.

Ao mesmo tempo, a Arla Foods informou que está considerando a possibilidade de entrar no mercado chinês através de sua própria produção ou de uma joint venture. O diretor-gerente da empresa, Peder Tuborgh, disse que, apesar de o consumo per capita na China não ser grande, trata-se de um mercado interessante devido ao tamanho da população e ao crescimento econômico. A Arla disse que provavelmente considerará o andamento da Bright Dairy, que teve grandes quedas nas vendas após escândalos por problemas de qualidade. A matriz da Bright Dairy é o grupo Shanghai Milk Group, que pertence ao governo e à Danone.

A Dairy Australia foi convidada a ser a única sócia da Associação da Indústria de Lácteos da China durante o Seminário de Queijos China Austrália, que ocorreu em Beijing. A gerente de mercado da Dairy Australia, Sarah Xu, disse: "Representantes da Dairy Australia, Murray Goulburn Co-operative, Warrnambool Cheese & Butter Factory e Universidade de Melbourne falaram. A mensagem comum do seminário foi que a demanda da China por queijos importados será maior durante as Olimpíadas de Beijing, em 2008, e durante a Shanghai Expor 2010".

As importações de queijos da China aumentaram de 345 toneladas em 1996 para mais de 7,2 mil toneladas no ano passado. Metade deste queijo foi vendida em redes de varejo e o restante, em redes de fast food. No futuro, as vendas no varejo deverão crescer mais rápido, à medida que o consumo de queijos deverá aumentar em 15% a 40% ao ano. As exportações de queijos da Austrália à China aumentaram de 49 toneladas em 2000 para 2,766 mil toneladas em 2004.

Finalmente, a American Dairy Inc., uma das maiores produtoras e distribuidoras de leite em pó e produtos de soja na China, anunciou que a marca comercial da companhia "Feihe" é uma das marcas mais identificáveis do país. A Agência Nacional de Marcas Registradas da Indústria e Comércio reconheceu 64 das marcas mais famosas da China e publicou sua lista em seu jornal. As marcas foram selecionadas com base em seu prestígio e reputação no mercado. A American Dairy Inc. conduziu operações na China através de sua subsidiária, Feihe Dairy. Fundada em 1962, a Feihe Dairy é uma das principais produtoras e distribuidoras de leite em pó e produtos de soja da China.

Fonte: DairyWeek.com, adaptado por Equipe MilkPoint