Chat GPT chega à indústria brasileira: Glória a Deus? ou Ai meu Deus?

O professor Laranja, ex professor da USP e com um vasto curriculum incluindo pós-doutorado, começou sua palestra no Interleite Sul dizendo que pediu ao Chat GPT um texto sobre um tema técnico e, se viu boquiaberto, ao ver que o texto produzido em 10 segundos condensou muito bem o conhecimento de 30 anos de estudo. 

O texto foi exposto na palestra e deixou o público tão surpreso quanto ele, quando conseguiu demonstrar a economia de tempo em produzir um material significativamente denso. Porém, apesar dessa tecnologia antes tratada como futurista e que hoje já permeia o presente gerando sentimentos confusos como surpresa, insegurança, medo e outros tão comuns à humanidade quando se vê em momentos de mudança e consequentemente incertezas. A pergunta não é mais se ferramentas como essa vão chegar às fazendas e laticínios, mas sim, quando.

Quando se vê o termo indústria 4.0 o objetivo principal é ilustrar algo como  “fábricas inteligentes” que dominam “tecnologias do futuro” para melhorar e aumentar a produtividade. Pois bem, já pensou como a inteligência artificial (I.A.) pode além de nos fornecer respostas para as mais diversas perguntas desde “me dê uma receita de bolo de cenoura sem ovos” ou até “crie um projeto arquitetônico de ordenha para 12 vacas”, pode também proporcionar consideráveis insights para o setor industrial? Por que não fazer perguntas sobre processos industriais?

Foi o que pensou a empresa brasileira Cogtive ao elaborar uma solução que nasceu para ser o ChatGPT da Indústria 4.0. A tecnologia, chamada de  TÆLOR, funciona no mesmo formato de interação baseada na inteligência artificial da OpenAi, compartilhando respostas confiáveis para as mais diversas questões operacionais. 

Além disso, a tecnologia foi criada para amenizar a dor global, de ter poucos profissionais especializados com conhecimento muito específico em lidar com os desafios considerando o dinamismo do setor industrial, ou seja não é possível esperar uma visita técnica muitas vezes para resolver problemas, é preciso ter um guru tecnológico que não deixe a fábrica parar. Assim, o TÆLOR é útil para observar gargalos, bem como problemas, desvios e falhas na linha de produção, atuando de forma preventiva e não reativa. 

Conforme a pesquisa da ManpowerGroup em 2022, o Brasil está em 10º lugar, no mundo, quanto às questões relacionadas à dificuldade de encontrar profissionais capacitados. De acordo com este levantamento, o índice de pessoas não capacitadas superou a média global e só aumentou desde 2018, atingindo a casa de 81% no ano passado — dez pontos percentuais a mais que o relatado por empregadores no ano de 2021.

Do ponto de vista social e econômico, as indústrias dos mais variados segmentos estão sendo cobradas cada vez mais, em adotar medidas que visam impedir ou desacelerar fatos negativos, bem como, cobradas a investir em práticas corretivas para reparar danos. O impasse é que sem pessoas capacitadas que atuem preventivamente é quase uma utopia. Por isso, a inteligência artificial, ChatGPT, robôs vem crescentemente ganhando holofotes e tornando-se parte essencial de empresas e organizações.